CONHECIMENTO CEREBRAL DESTACA SAÚDE!
"O DRAMA DA AUTOMUTILAÇÃO"
"Cresce o número de jovens e adultos que machucam a si próprios como forma de tentar aliviar a dor emocional. O problema é um dos sinais mais agudos da depressão e do risco de suicídio. No entanto, pouco se fala dele. É preciso quebrar mais este tabu"
Por: Fernando Lavieri
Luísa Purchio
"Jovens e adultos brasileiros, principalmente entre 12 e 30 anos, estão encontrando na automutilação uma forma de tornar física a dor emocional. De 2011 a 2016, cresceu 204% a de pessoas que automutilam, de acordo com o Ministério da Saúde. A incidência é maior entre mulheres: dos 45.468 casos registrados em 2016, 30.031 eram da população feminina. Do total das automutilações, 27,4% foram tentativas de suicídio. Machucar-se de propósito, na verdade, é um dos sinais mais agudos do agravamento de crises que podem levar à morte.
A autolesão é um fenômeno mundial. Porém, íntegra a lista dos assuntos sobre os quais pouco se fala, embora esteja cada vez mais presente. Por isso, trazer o debate para a sociedade, tirá-lo do escuro e levá-lo para a mesa do café da manhã é fundamental para dar às pessoas a atenção necessária. Foi com este objetivo que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos lançou uma campanha sobre o assunto. Ela será feita por meio de vídeos com orientações compartilhadas nas redes sociais e na elaboração de uma cartilha digital, com alguns exemplares impressos que serão entregues em escolas. "Temos que conscientizar as famílias e os professores para acompanhar o problema", diz Ângela Gandra Martins, Secretária Nacional da Família. O primeiro vídeo foi estrelado pela modelo Luiza Brunet, que virou símbolo da defesa da mulher: "Pouca gente pode perceber que, atrás de uma rotina aparentemente normal, pode haver um profundo sofrimento. Ele é capaz de levar a pessoa a cometer violência contra o seu próprio corpo. E até mesmo pôr fim a sua própria vida", diz."
"Apesar da repercussão baixa - em uma semana foram apenas 5,2 mil visualizações do video no canal do ministério no YouTube e 18 mil no Instagram de Luiza Brunet - é boa a notícia de que o assunto está vindo à tona. Afinal, é muito difícil para os pais perceberem que o filho passa por esse problema. Quem pratica automutilação prefere escondê-la com pulseiras ou roupas de manga comprida, por exemplo."
"Algumas dicas, porém, ajudam os responsáveis a perceberem que algo de errado está acontecendo, indicando a necessidade de auxílio médico com urgência. Sinais como perguntas sobre morte e perda da vontade de viver, alteração do sono e do peso, queda no desempenho escolar e em outras atividades estão entre os alertas. "O tratamento deve ser multidisciplinar, incluindo medicações, psicoterapia familiar e individual e terapias complementares como medicação e ioga", diz a psicóloga Karina Okajima Fukumitsu, coordenadora da Pós-Graduação em estudo do suicídio na Universidade de São Caetano do Sul. Há atendimento público nos Centros de Atenção Psicossocial, responsáveis pelo encaminhamento aos tratamentos necessários."
A autolesão é um fenômeno mundial. Porém, íntegra a lista dos assuntos sobre os quais pouco se fala, embora esteja cada vez mais presente. Por isso, trazer o debate para a sociedade, tirá-lo do escuro e levá-lo para a mesa do café da manhã é fundamental para dar às pessoas a atenção necessária. Foi com este objetivo que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos lançou uma campanha sobre o assunto. Ela será feita por meio de vídeos com orientações compartilhadas nas redes sociais e na elaboração de uma cartilha digital, com alguns exemplares impressos que serão entregues em escolas. "Temos que conscientizar as famílias e os professores para acompanhar o problema", diz Ângela Gandra Martins, Secretária Nacional da Família. O primeiro vídeo foi estrelado pela modelo Luiza Brunet, que virou símbolo da defesa da mulher: "Pouca gente pode perceber que, atrás de uma rotina aparentemente normal, pode haver um profundo sofrimento. Ele é capaz de levar a pessoa a cometer violência contra o seu próprio corpo. E até mesmo pôr fim a sua própria vida", diz."
"Apesar da repercussão baixa - em uma semana foram apenas 5,2 mil visualizações do video no canal do ministério no YouTube e 18 mil no Instagram de Luiza Brunet - é boa a notícia de que o assunto está vindo à tona. Afinal, é muito difícil para os pais perceberem que o filho passa por esse problema. Quem pratica automutilação prefere escondê-la com pulseiras ou roupas de manga comprida, por exemplo."
"Algumas dicas, porém, ajudam os responsáveis a perceberem que algo de errado está acontecendo, indicando a necessidade de auxílio médico com urgência. Sinais como perguntas sobre morte e perda da vontade de viver, alteração do sono e do peso, queda no desempenho escolar e em outras atividades estão entre os alertas. "O tratamento deve ser multidisciplinar, incluindo medicações, psicoterapia familiar e individual e terapias complementares como medicação e ioga", diz a psicóloga Karina Okajima Fukumitsu, coordenadora da Pós-Graduação em estudo do suicídio na Universidade de São Caetano do Sul. Há atendimento público nos Centros de Atenção Psicossocial, responsáveis pelo encaminhamento aos tratamentos necessários."
"APOIO NAS REDES SOCIAIS"
"Mitos sobre a automutilação também são um entrave para o tratamento. Frases como "ela só quer chamar a atenção" prejudicam a compreensão de que a pessoa que faz isso está pedindo socorro. "Na impossibilidade de lidar com o problema e com a pessoa que o feriu, o indivíduo redireciona a agressividade contra seu próprio corpo. É comum ouvir que preferem sentir a dor física à emocional", explica.
A autoagressão, no entanto, proporciona apenas um alívio momentâneo. O machucado até provoca uma descarga maior de endorfina, hormônio que alivia a dor e dá sensação de bem-estar, mas a tensão e a depressão que estão por trás permanecem. Até que, em muitos casos, não são mais aliviados por nada. "Chega um momento em que os cortes não são mais suficientes e as pessoas recorrem ao suicídio. Não querem matar a si próprias, mas, sim, a dor interior", diz Matheus Lima, 19 anos. O jovem se automutilava quando estava com depressão, mas superou a doença há cerca de três anos. Hoje, administra o grupo de apoio no Facebook. "Automutilação #se apresente". Todos os dias recebemos diversos relatos e imagens", conta. Neste caso, patrulhar a dor na rede pode ajudar."
A matéria acima foi retirada da revista ISTOÉ - n° 2574, págs. 46 e 47. 01 de maio de 2019. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista ISTOÉ e à Editora Três.
SUGESTÃO
Abaixo, vídeo-reportagem que traz o assunto da automutilação. As imagens são do YouTube e o idioma é o português.
Neste outro vídeo, da Globo News, comenta-se sobre a prática da automutilação, cada vez mais comum na vida do público jovem, e as escolas que tomaram a decisão de conscientização sobre o assunto. As imagens são do YouTube e o idioma é o português.
Comentários
Postar um comentário