MEIO AMBIENTE


"CIENTISTAS DESCOBREM BACTÉRIA QUE SE ALIMENTA DE PLÁSTICO"


Por: Vanessa Barbosa
        EXAME.com

"Pesquisadores japoneses descobriram uma espécie de bactéria capaz de quebrar as ligações moleculares de um dos plásticos mais usados do mundo - o Polietileno tereftalato, também conhecido como PET.
A descoberta, publicada nesta semana na revista Science, pode levar a novos métodos que ajudem a digerir a 'sopa plástica de mais de 50 milhões de toneladas deste tipo particular de plástico produzido globalmente a cada ano.
Parte do apelo do PET é que ele é leve, incolor e resistente. No entanto, ele também é notoriamente resistente ao que os especialistas chamam de 'biodegradação', o processo de decomposição de materiais por ação de seres vivos.
Neste cenário, a descoberta desta bactéria constitui uma boa notícia para o meio ambiente, mas por enquanto, em termos práticos, está longe de ser uma solução milagrosa para o problema. O aumento da utilização de plásticos é de tal forma significativo que, em 2050, os oceanos terão mais detritos desse material do que peixes."

"ESTUDO"

"Para encontrar a bactéria que se alimenta de detrito plástico, a equipe de pesquisa da Kyoto Institute of Technology e da Universidade de Keio coletaram 250 amostras de PET descartado (incluindo sedimentos, solo e águas residuais) provenientes de um local de reciclagem de garrafas de plástico no Japão.
Em seguida, eles selecionaram micróbios que vivem nas amostras para ver se algum deles estava comendo o PET e usando o plástico para se multiplicar. Eventualmente, ao analisar uma das amostras, eles descobriram uma espécie de bactéria que se alimenta de PET, a qual deram o nome de Ideonella sakainesis.
Outros testes em laboratório revelaram que a bactéria produz duas enzimas que provocam uma reação química que degrada o PET. Os cientistas dizem que bastaram seis semanas - em temperatura constante de 30 ºC - para uma colônia dessa bactéria comer uma folha fina de PET. É um ritmo rápido quando se leva em conta que o material demora no mínimo um século para degradar-se do meio ambiente. Mas lento demais quando se considera o tamanho do problema da poluição.
Os cientistas acreditam que as enzimas podem ter evoluído específicamente para quebrar o PET em resposta à acumulação de plástico no meio ambiente, nos últimos 70 anos.
Apesar do apetite por plástico, esta nova espécie de bactéria é seletiva. Nem todos os plásticos são compostos de PET e até mesmo os que são, contém outros compostos que elas não conseguem quebrar.
Mas isso não desencoraja os pesquisadores. Segundo Uwe Bornscheuer, um dos cientistas que escreveu o artigo, uma pesquisa mais aprofundada sobre estas enzimas poderá levar a formas mais eficientes de 'quebrar' o PET e acelerar sua decomposição em métodos de biorremediação ambiental, por exemplo, para descontaminar ecossistemas.
'A taxa de degradação é [ainda] pequena, mais eficaz. Mas [isto] pode ser melhorado por novos estudos', conclui em declarações ao The Wall Street Journal."

A matéria acima foi retirada do site PLANETA SUSTENTÁVEL, 22 de março de 2016 (Acesso: 22/03/2016)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog