CONHECIMENTO CEREBRAL DESTACA CONFLITOS INTERACIONAIS!
"SEM LIMITES"
"O assassinato de uma parlamentar inglesa expõe o perigo do radicalismo político às vésperas do referendo que vai decidir sobre a saída da Inglaterra da União Europeia"
Por: Duda Teixeira
"O referendo do próximo dia 23 para decidir se a Inglaterra deve ou não permanecer na União Europeia (UE) ainda não aconteceu, mas já pode ser considerado uma péssima ideia. Criada para satisfazer pressões internas no Partido Conservador e conter o crescimento da sigla Ukip, que pede a saída do país da UE, a consulta rachou os cidadãos entre aqueles que apoiam e os que rechaçam a medida, assustou os investidores e gerou faíscas com chefes de Estado e de governo de outros países europeus. Na quinta-feira 16, a tensão pré-referendo passou dos limites. Um homem com antecedentes de problemas mentais matou, com uma faca e uma pistola artesanal, a deputada Helen Joanne 'Jo' Cox, do Partido Trabalhista, que defendia a permanência na UE.
Sabe-se do assassino, Thomas Mair, de 52 anos, que ele comprou vários livros de uma organização neonazista americana, a Aliança Nacional (AN), desde os anos 1990. Entre eles, obras sobre como fabricar armas e explosivos. O falecido líder da AN, William Luther Pierce, também serviu de inspiração para Timothy McVeigh, que matou 168 pessoas em um atentado a bomba em Oklahoma, em 1995. Uma testemunha contou que, ao matar Jo Cox, Mair gritou 'Britain first!' (Grã-Bretanha primeiro). O slogan também é nome de um partido de direita inglês.
Jo Cox foi vítima de um sujeito contaminado por retóricas de intolerância, que proliferam na Europa. No caso, o discurso nacionalista que ataca as entidades supranacionais, como a UE, e prega o isolacionismo como solução para todos os problemas. Mãe de duas meninas, de 3 e 5 anos, ela se colocava a favor da imigração e da diversidade. Na Câmara dos Comuns, defendeu recentemente o acolhimento de 3 000 crianças sírias que chegaram sozinhas à Europa. Quando os radicais impõem seu grito, a humanidade perde a voz."
A matéria acima foi retirada da revista VEJA - Edição 2 483 - Ano 48 - nº 25, pág. 75. 22 de junho de 2016. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista VEJA e a Editora Abril.
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