ATUALIDADES:
VESTIBULAR E ENEM


ECONOMIA PIB

A ECONOMIA COM O PÉ NO FREIO
Depois de conseguir crescer em meio à crise mundial, a economia brasileira patina em 2014 e enfrenta recuo no início de 2015


O crescimento da economia brasileira estancou em 2014. Ela cresceu apenas 0,1%, menor percentual desde 2009, auge do impacto no Brasil da crise: internacional, quando ela se retraiu - teve um indicador negativo - 0,2%. Durante esses anos, o governo conseguiu manter a economia do país aquecidas e gerar empregos, investindo fortemente em obras e estimulando o consumo das famílias. Porém, parece terem se esgotado os estímulos utilizados. E o governo agora faz o contrário, corta gastos e tenta diminuir o consumo para controlar a taxa de inflação.

O desempenho e o tamanho da economia é medido pelo cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) do país, que é a soma de toda a riqueza produzida num certo período de tempo. Em 2014, o PIB brasileiro totalizou 5,52 trilhões de reais, o sétimo mundial convertido em dólares. Também são calculados os PIB das regiões e estados do país, mercados comuns e continentes. No Brasil, o cálculo é feito trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e totalizado a cada ano.


COMO É CALCULADO

Uma das formas de calcular o PIB é somar os valores de todos os bens materiais e serviços consumidos pela população, dos investimentos feitos, dos gastos dos governos e o saldo da balança comercial. Porém, ao divulgar os números finais, o IBGE totaliza os valores por setor: indústria, agropecuária, comércio e serviços, e investimentos, e essa é a forma como habitualmente vemos na imprensa. Há outros modos de medir o tamanho de uma economia - levando-se em conta sua riqueza acumulada, por exemplo.

Para superar o impacto da crise mundial, a partir de 2009 o governo federal estimulou a economia interna, principalmente aumentando o consumo das famílias: reduziu os juros para facilitar as compras a prazo e os impostos sobre bens duráveis. Esses estímulos se somaram à valorização do salário mínimo e da renda, que cresceu com os níveis de emprego. Além disso, o governo federal investiu fortemente em obras de infraestrutura e habitação e reduziu tributos das empresas. Porém, o aumento do consumo e da renda lentamente alimenta a inflação. A partir de 2013, o Banco Central passa a aumentar continuamente a taxa básica de juros da economia, para conter o aumento de preços. A elevação contínua dos juros funciona como um freio gradual no consumo e reduz o crescimento do PIB.




NOVO CENÁRIO

Em 2014, o governo avalia que chegou a seu limite em gastos e investimentos, afetado também pela redução de receitas dos tributos e tarifas. A receita de exportações também caiu, pois a economia global ainda não se recuperou totalmente da crise iniciada em 2008 nos países desenvolvidos, que gerou queda no comércio mundial. Esses países e a China reduziram suas importações, o que afetou ano a ano nossas exportações. Em 2014, o Brasil importou mais do que exportou e ficou com um déficit de US$ 3,9 bilhões na balança comercial.

No primeiro trimestre de 2015 houve queda de 0,2% no PIB em comparação com os últimos três meses de 2014. Porém, em comparação ao primeiro trimestre de 2014 a redução foi bem mais forte: 1,6%. Em 2014, o crescimento do PIB do Brasil, o de 0,1% ficou abaixo do aumento médio global, estimado em 3,2% pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Para este ano, a tendência também é de contratação, pois o governo anunciou corte de orçamento e investimentos, entre outras medidas, para reduzir seus gastos e equilibrar as contas, o chamado ajuste fiscal. O governo federal, que é o maior agente econômico do país, está cortando investimentos em praticamente todos os setores, além de gastos administrativos, o que afeta as empresas fornecedoras de obras e serviços.

Além disso, as denúncias de corrupção envolvendo as maiores empreiteiras do país estão levando a Petrobras a suspender contratos e à paralisação de obras contratadas por ela e pelo governo federal. A expectativa é de que a economia volte a crescer apenas em 2016.


SAIU NA IMPRENSA

O DINHEIRO ACABOU
por Humberto Maia Junior

Pela primeira vez em 11 anos, o Brasil terá contratação de crédito concedido a empresas e pessoas. Eis um lado perverso do processo de ajuste da economia brasileira.
A Fábrica da Honda em Manaus fez 1,1 milhão de motocicletas no ano passado, metade do que saía de suas linhas de produção em 2011. O tombo pode ser explicado em uma palavra: crédito - ou mais especificamente, a falta dele. Há quatro anos, havia fartura de dinheiro (...).
A situação agora é outra. De um lado, a piora da economia está fazendo as instituições financeiras aumentar as exigências na análise de risco antes de soltar o dinheiro. Ao mesmo tempo, o medo do desemprego e do endividamento diminuem o apetite dos consumidores. 'Em 2013, 40% das pessoas que pediam financiamento tinham crédito aprovado', diz Paulo Takeuchi, diretor de relações institucionais da Honda. 'Hoje, só um quinto de quem pede empréstimo é atendido'.


Revista Exame, 10/6/2015

RESUMO

PIB

PIB: O Produto Interno Bruto é a soma de toda a riqueza produzida em um lugar em certo período de tempo. Em geral, é a medida de produção de um país durante um ano. No Brasil, o indicador é apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB é a principal referência para medir o tamanho de uma economia, estimular sua prosperidade e compará-la com outras. O PIB brasileiro somou 5,52 trilhões de reais em 2014, o sétimo maior do mundo, mas cresceu apenas 0,1% nesse ano.

IMPACTOS: Para fazer frente à crise econômica internacional que fez o PIB brasileiro decrescer em 2009, o governo estimulou o crescimento interno da economia, facilitando o consumo das famílias e a ampliando seus investimentos. Mas esse processo fez a inflação crescer.

EXPECTATIVA: A partir de 2013, o Banco Central começou a elevar continuamente os juros, a chamada Taxa Selic, para controlar a inflação. Isso encarece o custo do dinheiro e dos financiamentos, reduz o consumo e o desempenho do PIB. Ao longo do tempo, o governo federal perdeu receitas e sua capacidade de investir e decidiu cortar gastos e investimentos. A previsão é de que a economia volte a crescer apenas em 2016.



ATUALIDADES: VESTIBULAR E ENEM foi retirado do livro GE - GUIA DO ESTUDANTE: ATUALIDADES VESTIBULAR + ENEM - 2º semestre de 2015, págs. 118 e 119.


SUGESTÃO

Separamos um pequeno vídeo apresentado pelo Jornal Nacional da Rede Globo, que explica a queda do PIB e suas consequências para a economia brasileira. As imagens são do YouTube e o idioma é o português.


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