CONHECIMENTO CEREBRAL DESTACA CONFLITOS INTERNACIONAIS!
"A CRISE QUE TRUMP QUERIA"
"O americano usa a seu favor a caravana de imigrantes que se aproxima dos EUA. Ele retomou o discurso contra estrangeiros para estimular a ida às urnas nas eleições legislativas e consolidar a maioria republicana no Congresso"
"A poucas semanas das eleições legislativas nos EUA, o presidente Donald Trump ganhou um presente. Poderia ser até dos céus se não tratasse de mais uma crise humanitária, com milhares de pessoas fugindo da pobreza de seus países. Do inferno ou dos céus, o fato é que, para Trump, a imensa massa humana formada por sete mil pessoas que viaja há duas semanas de Honduras em direção ao território americano veio em boa hora. A caravana é a desculpa que o republicano precisava para voltar a atacar os imigrantes, aumentar o medo da população em relação aos estrangeiros e, assim, estimular os eleitores a irem voluntariamente às urnas no próximo dia 6 e escolherem, claro, os candidatos alinhados as suas propostas.
Na data, os americanos escolherão os próximos senadores e deputados que ocuparão as cadeiras do legislativo americano, nomes determinantes para que o presidente consiga finalmente aprovar seus projetos nos próximos anos de governo. 'Criminosos e pessoas desconhecidas do Oriente Médio estão misturados na caravana', disse Trump em seu Twitter, mais uma vez sem provas da acusação. 'Alertei a Patrulha da Fronteira e o Exército que isso é uma Emergência Nacional. Devemos mudar as leis!', disse. Denis Contreras, organizador da marcha e integrante da ONG Pueblo Sin Fronteras, garantiu que não há um único terrorista entre eles. 'Somos pessoas de Honduras, El Salvador, Guatemala e Nicarágua. E até onde eu sabia não há terroristas nesses quatro países, a não ser os corruptos do governo', afirmou."
"CORTE DE AJUDA"
"O grupo que começou com 160 pessoas e saiu de San Pedro Sula, em Honduras, no dia 13 já caminhou 700 quilômetros e agora avança no território mexicano em direção aos EUA. Pode ultrapassar 8,5 mil o número de pessoas em caminhada, já que uma segunda marcha, com 1,5 mil imigrantes hondurenhos pretende se unir a ela. Trump esperava que o governo do México o ajudasse a contê-los. Não foi, no entanto, o que ocorreu. Sob holofotes e acompanhada por entidades de defesa dos Direitos Humanos, a marcha é difícil de ser detida e usar violência para contê-la poderia prejudicar a imagem do governo mexicano. Em resposta a falta de medidas mais duras, Trump disse que cortaria a ajuda aos países da América Central. 'Guatemala, Honduras e El Salvador não impediram as pessoas de virem ilegalmente para os EUA. Agora, vamos cortar ou reduzir a ajuda externa que damos a eles', escreveu."
"Para Daniel Toledo, advogado especialista em Direito Internacional, algumas medidas anti-imigração ilegal de Trump estão sendo bem-sucedidas. 'Ele aumentou a fiscalização, equipou as equipes e reforçou a vistoria nas linhas de fronteira e nos aeroportos', afirma. Outras iniciativas não tiveram o mesmo sucesso. A tentativa de extinguir o programa de Obama que concedia vistos aos que chegaram aos EUA ilegalmente quando crianças foi barrada pelo Judiciário. Já sua política de separação de famílias foi cancelada após grande pressão e comoção internacional. Porém, agora o presidente sinaliza querer retomá-lo. 'Sempre que Trump perde ou não ganha tudo o que quer, faz algo em relação à imigração para mostrar que tem mão de ferro', diz Patrícia Martuscelli, do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais da Universidade de São Paulo e especialista em política migratória americana. 'A imigração foi sua grande bandeira e ele faz tudo o que pode, dentro da competência do Executivo, para restringi-la', analisa. E, dessa vez, ganhar mais pontos no Legislativo."
A matéria acima foi retirada da revista ISTOÉ - nº 2549, págs. 70 e 71. 31 de outubro de 2018. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista ISTOÉ e à Editora Três.
SUGESTÃO
Após a leitura, sugerimos que assista ao pequeno vídeo que separamos do noticiário da TV Brasil, que comentam sobre as ameaças de Donald Trump em relação à recente corrente de imigração em direção aos EUA, como os cortes de gastos em relação à ajuda de países pobres da América Central, como Honduras. As imagens são do YouTube, e o idioma é o português.
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