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COREIA DO NORTE

ESPERANÇA E DESCONFIANÇA
Após quase terem iniciado uma guerra nuclear, Donald Trump e Kim Jung-un, governantes de EUA e Coreia do Norte, realizam encontro inédito, mas resultados efetivos são colocados em dúvida


Por: Cláudio Soares

A cena que parecia impossível até alguns meses atrás foi transmitida ao vivo para todo o mundo, em 12 de junho, diretamente de Cingapura, no Sudeste Asiático. De um lado, um presidente dos Estados Unidos (EUA), Donalt Trump; de outro, o governante máximo da Coreia do Norte, Kim Jong-un. Segundo o roteiro diplomaticamente preparado, cada um se aproximou de um lado, tendo ao fundo uma fileira de bandeiras de seus países. Houve uma troca de sorrisos e um amistoso aperto de mãos.

O gesto marcou o início da reunião de cúpula entre dirigentes que pouco antes pareciam prestes a iniciar um conflito de consequências imprevisíveis. Como ambas as nações possuem armamento atômico, temeu-se por um conflito nuclear de grandes proporções. Se antes a comunicação entre os dois líderes restringia-se a uma troca de farpas infantis, na qual termos como "pequeno homem-foguete" ou "Idiota americano mentalmente perturbado" substituíam a linguagem diplomática, Trump e Kim saíram do encontro anunciando uma nova fase de cooperação e dispostos a deixar para trás as rivalidades que vêm marcando a relação entre os dois países.


À BEIRA DE UM CONFLITO

A histórica hostilidade entre EUA e Coreia do Norte se intensificou desde que Trump assumiu a Presidente norte-americana, em janeiro de 2017. Kim Jong-un iniciou uma vertinosa escalada em seu programa nuclear, como se quisesse desafiar o recém-empossado líder a maior potência econômica e militar do planeta. Em setembro, o país conduziu um teste bem-sucedido com uma bomba de hidrogênio. Foi o sexto teste atômico realizado pelos norte-coreanos desde 2006 e o quarto sob o regime de Kim Jong-un.

Além do teste nuclear, chamou a atenção os lançamentos de mísseis balísticos de longo alcance. Em 2017, o regime testou mais de vinte projéteis. O mais importante deles, realizado em novembro, foi anunciado como o míssil mais poderoso já produzido no país, com capacidade para atingir  ponto do território dos EUA - o alcance do projétil foi confirmado por especialistas norte-americanos. 

Com isso, a Coreia do Norte deu mais um significativo passo em seu programa nuclear. Além de já possuir a bomba atômica e ser capaz de atacar Japão e Coreia do Sul, rivais vizinhos, agora o país passaria a desenvolver mísseis capazes de alcançar o longínquo território norte-americano. No entanto, os norte-coreanos ainda não dominam a tecnologia para produzir uma pequena ogiva nuclear que caiba dentro de um míssil de longo alcance, o que impediria, pelo menos por enquanto, a Coreia do Norte de disparar uma bomba atômica com os EUA.

Mas especialistas apontam que os norte-coreanos estariam a dois ou três anos de dominar essa tecnologia, possibilidade que gera preocupação nos norte-americanos. Para impedir o avanço do programa nuclear, os EUA e o Conselho de Segurança das Nações Unidas vêm implementando uma série de sanções de modo a sufocar a economia norte-coreana. Após o teste com o míssil em novembro, uma resolução da ONU foi aprovada com o objetivo de restringir as exportações de petróleo à Coreia do Norte, o que se somou as outras tantas sanções já em vigor. Paralelamente, os EUA reforçaram a presença militar na península coreana, e Trump elevou as ameaças de guerra de Kim Jong-un.

A DINASTIA COMUNISTA
A Coreia do Norte é um país economicamente atrasado, fechado à comunidade internacional e comandado por um regime comunista de partido único, que domina toda a vida política. Não há liberdade de organização nem de expressão, e estima-se que haja milhares de presos políticos.
Após a Guerra da Coreia, a Coreia do Norte foi reconstruída com a ajuda da União Soviética e da China. Desde o início, o regime caracterizou-se pelo culto ao ditador Kim II sung. Chamado de grande líder pelos órgãos oficiais, ele morreu em 1994. Seu filho e sucessor, Kim Jong-il, tornou-se então o chefe de Estado. Por sua vez, sua morte, no fim de 2011, conduziu o filho mais novo, Kim Jong-un, ao comando do país, consolidando o modelo de sucessão dinástica (de pai para filho). 
Desde a dissolução da União Soviética, em 1991, a situação econômica da Coreia do Norte se deteriorou. Sem a ajuda soviética, o país atravessou grandes dificuldades, que causaram a morte de pelo menos 800 mil pessoas por fome. A partir da década de 2000, as duas Coreias ensaiaram uma reaproximação, mas as nenegociações empacaram diante do avanço do programa nuclear norte-coreano.

REAPROXIMAÇÃO COM A COREIA DO SUL

O ano de 2018 começou com uma postura diferente do líder norte-coreano, que se mostrou mais disposto ao diálogo. Isso porque o avanço do programa atômico parece ter atingido o maior objetivo de Kim: intimidar qualquer iniciativa das grandes potências de querer derrubá-lo, sob risco de retaliação nuclear. Agora, com a consolidação de seu poder militar e a pressão das sanções econômicas, o regime norte-coreano pretende utilizar o seu arsenal atômico como capital para barganhar benefícios dos EUA e de seus aliados.

O primeiro passo nesse sentido foi iniciar conversas com o vizinho do sul. A península da Coreia foi dividida em dois países ao final da II Guerra Mundial (1939-1945): a Coreia do Sul (capitalista, sob influência dos EUA) e a Coreia do Norte (comunista, aliada da União Soviética e depois da China). Em 1950, a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul, deflagrando a Guerra da Coreia. Mais de 5 milhões de pessoas morreram no conflito. Um armistício - que é um cessar-fogo provisório - foi assinado em 1953, mas os dois países permanecem tecnicamente em guerra, já que não foi assinado  nenhum acordo se paz definitivo.

O gelo entre os dois vizinhos foi quebrado com a participação da Coreia do Norte nas Olimpíadas de Inverno sediada na cidade sul-coreana de Pyeongchang, em fevereiro. Os dois países desfilaram na cerimônia de abertura como uma delegação única e montaram uma equipe conjunta para disputar o torneio de hóquei feminino nos jogos. Após a bem-sucedida mediação do esporte, as duas nações decidiram dar um passo além e agendaram um histórico encontro entre os líderes dos dois países.


Realizada em 27 de abril, a reunião foi repleta de simbolismos. Na linha que divide os dois países, no paralelo 38, Kim Jong-un e o presidente sul-coreano, Mion Jae-in, trocaram um aperto de mão, cada um em seu próprio país. Até que, com um simples passo, Kim se tornou o primeiro líder da Coreia do Norte a cruzar a fronteira da Coreia do Sul desde o fim da Guerra da Coreia. No encontro, os dois líderes prometeram acabar com as armas nucleares na península e assinar um acordo de paz até o fim de 2018. O primeiro efeito prático da reunião foi o anúncio feito por Kim Jong-un de que o regime irá suspender os testes nucleares e fechar a principal base de testes.


O ACORDO COM OS EUA

Embora não haja garantia de avanços nas relações bilaterais , o otimismo gerado pela reunião entre os dois líderes da península coreana abriu caminho para um novo encontro ainda mais midiático, desta vez com Donald Trump. A cúpula entre EUA e Coreia do Norte selou a primeira aproximação entre líderes dos dois países e produziu uma declaração conjunta que aborda especialmente os seguintes pontos:

EUA e Coreia do Norte comprometem-se a estabelecer novas relações, em busca da paz e prosperidade, e unirão esforços por uma paz e da prosperidade, e unirão esforços por uma paz duradoura na península coreana;

a Coreia do Norte se declara disposta a trabalhar para a desnuclearização completa da península coreana (compromisso já assumido no encontro de abril com a Coreia do Sul);

há também o compromisso de recuperar os restos mortais de prisioneiros de guerra e desaparecidos em combate, já que muitos norte-americanos lutaram na Guerra da Coreia, no início dos anos 1950.

À saída do encontro, Trump afirmou à imprensa que seriam suspensos também os exercícios militares regulares que os EUA realizam todo ano com a Coreia do Sul, seu aliado na região, como contrapartida à promessa de desnuclearização da Coreia do Norte. A medida, que não está na declaração oficial, desagradou ao governo sul-coreano.

De modo geral, o encontro produziu resultados que devem ser recebidos com otimismo, mas também com bastante cautela. Se, por um lado, a reunião tinha como principal mérito aplacar as hostilidades e evitar a possibilidade de uma guerra entre EUA e Coreia do Norte no curto prazo, por outro lado, as declarações vagas do documento revelam mais uma carta de intenções do que propriamente a garantia de que os compromissos serão cumpridos. Não há definição de prazos e nem de que passos serão dados para se alcançarem os objetivos propostos no documento.


Também há dúvidas sobre as reais intenções de Kim Jong-un. Até que ponto o ditador norte-coreano estaria disposto a abrir mão de seu arsenal atômico após tantos anos perseguindo esse instrumento de dissuasão? Além disso, historicamente, as negociações dos norte-coreanos com as grandes potências são marcadas por idas e vindas, e um retrocesso não é descartado (veja box em destaque anaixo).

E há diversos impasses a resolver. É o caso das sanções econômicas internacionais contra a Coreia do Norte. O regime norte-coreano defende, com o apoio da China, que as sanções devem ser retiradas à medida que os compromissos assumidos na cúpula forem sendo efetivados. O governo norte-americano, porém, descartou essa possibilidade, ao afirmar que qualquer alteração será feita somente depois da desnuclearização completa.

Essa é uma questão central para Kim Jong-un. Pressionada com dificuldades desde que o fim da União Soviética (URSS) a privou de uma importante ajuda econômica, a Coreia do Norte iniciou em 2002 mudanças orientadas para o mercado. Desde que assumiu o governo, em 2011, Kim tem ensaiado uma mudança de postura mais acentuada na condução econômica. Em discursos oficiais proferidos neste ano, o governante afirmou que, depois de haver formado um arsenal nuclear, o país deve buscar melhores resultados econômicos a partir de uma abertura maior para uma economia de mercado. Nesse sentido o fim das sanções é essencial para a estratégia que o ditador senha para o seu país. 

GEOPOLÍTICA REGIONAL

O fim da tensão nuclear na península coreana também atende a interesses de outros países, preocupados com a possibilidade de uma guerra na região. Os EUA mantêm cerca de 28,5 mil soldados da Coreia do Sul, em apoio aos 660 mil militares do país. A Coreia do Norte tem 1,1 milhão de soldados, número expressivo numa população de 25 milhões de habitantes.

Coreia do Sul e Japão são tradicionalmente os grandes aliados dos norte-americanos na região. Os sul-coreanos, vinculados aos vizinhos do norte por terem formado uma única nação, desejam o fim das ameaças norte-coreanas. Já os japoneses sabem que poderão sofrer consequências, a depender das medidas adotadas. As tropas dos EUA na península coreana, por exemplo, fazem parte do dispositivo de segurança do Japão. Sua eventual retirarada abalaria esse equilíbrio.

A permanência das tropas norte-americanas, de outro lado, mexe com os interesses da China, que considera aquela região como parte de seu domínio geopolítico. A China é a mais importante aliada da Coreia do Norte e sua maior fornecedora de alimentos e energia. Ambos os países são governados por regimes comunistas de partido único, mas suas relações, embora ainda não sejam próximas, foram abaladas na última década pela insistência dos norte-coreanos em desenvolver seu programa nuclear.

O interesse chinês em manter a Coreia do Norte longe de um conflito obedece a razões práticas - se houver um colapso do regime norte-coreano, a eventual unificação da Coreia resultaria em influência norte-americana nas proximidades de suas fronteiras. Além disso, a eclosão de um conflito provocaria quase certamente um movimento de refugiados em direção ao território chinês, o que o governo de Pequim busca evitar.

As atuais negociações e o possível fim das sanções, que a China também executa (ao menos oficialmente), podem reforçar o comércio chinês com a Coreia do Norte, além de possibilitar investimentos chineses em áreas como a da construção de estradas e portos.

NEGOCIAÇÕES TIVERAM IDAS E VINDAS
A desconfiança a cerca do acordo entre Trump e Kim Jong-un é justificada pelo histórico de avanços e retrocessos nas negociações referentes ao programa nuclear norte-coreano. Desde 1993, o país se tornou foco de atenção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), por suspeita de desenvolver um programa secreto de armas nucleares. No ano seguinte, o governo norte-coreano firmou acordo com os EUA pelo qual se comprometeu a congelar seu programa atômico em troca de ajuda econômica (500 mil toneladas de petróleo por ano) e técnica. O governo norte-americano adiou várias vezes a aplicação do acordo. Isso contrariou o regime norte-coreano, que manteve os testes bélicos.
A entrada de George W. Bush na presidência dos EUA marcou o endurecimento de posição. Em 2002, Bush anunciou que a Coreia do Norte a existência de um programa clandestino de endurecimento de urânio, e suspendeu o fornecimento de petróleo ao país. Em resposta, os norte-coreanos expusaram os inspetores da AIEA e abandonaram, em janeiro de 2003, o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).
No mesmo ano, começaram novas negociações, no que ficou conhecido como o Grupo das Seis, formado pelas duas Coreias, China, EUA, Rússia e Japão. O objetivo, mais uma vez, era fazer com que o governo norte-coreano abandonasse o desenvolvimento de armas nucleares, em troca de benefícios diplomáticos econômicos. Os EUA, porém, exigiam compromisso prévio de "desmantelamento completo, verificável e irreversível" do programa nuclear norte-coreano. As negociações não resultaram em acordo. Uma nova reaproximação só aconteceria agora em 2018.


TRATADO DE NÃO PROLIFERAÇÃO NUCLEAR (TNP)

A tentativa de restringir o Programa Nuclear da Coreia do Norte faz parte de uma estratégia das grandes potências de concentrar o poder entre países que já detêm a bomba e evitar a disseminação de tecnologia para fins militares, especialmente para nações que não desfrutam de boas relações com essas potências. A mesma pressão foi feita sobre o Irã, e o país assinou em 2015 um acordo pelo qual sua atividade nuclear seria monitorada. No entanto, Trump retirou os EUA do acordo em maio.

A humanidade vive sob a ameaça de utilização de armamentos nucleares desde que, em agosto de 1945, os EUA lançaram bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Nas décadas seguintes, negociações diplomáticas procuraram regulamentar a utilização, o desenvolvimento e o uso de tecnologia nuclear. O principal acordo é o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que entrou em vigor em 1970 e tem 190 países signatários. Pelo TNP, os países são divididos em dois blocos:



➥ os Cinco Estados que testaram alguma bomba atômica antes de 1º de janeiro de 1967 - Estados Unidos, União Soviética (sucedida pela Rússia), China, Reino Unido e França. Esses países podem manter seus arsenais e desenvolver pesquisas na área, desde que não repassem tecnologia bélicos a outras nações. Não por acaso, esse grupo é formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - aqueles que concentram mais força e têm poder de veto sobre as decisões do órgão.

➥ todos os demais países que assinaram o acordo e se comprometeram a não tentar obter armas nucleares. Essas nações podem desenvolver a tecnologia nuclear para as usinas de eletricidade, medicamentos, aparelhos médicos e outras atividades para fins pacíficos. A verificação do comprimento dos termos do TNP fica a cargo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um órgão ligado à ONU, mas com autonomia. Se um Estado desrespeitar o tratado, a AIEA encaminha o caso ao Conselho de Segurança da ONU, que pode adotar medidas para enfrentar o problema.

A AIEA aprovou, em 1997, um Protocolo Adicional, que dá aos inspetores da agência poderes de investigação mais amplo, como a vistoria de instalações nucleares sem aviso prévio. O objetivo é detectar a existência de atividades mantidas secretas. Países como Brasil, Irã, que são signatários do TNP, se recusaram a assinar esse protocolo, pois entendem que restringe a sua soberania nacional e impede o progresso econômico.

Esse protocolo não se aplica a nenhum dos cinco Estados dotados de armas atômicas, o que cria uma situação assimétrica. Para a enorme maioria das nações do mundo, que não possuem bombas, impõe-se um controle rigoroso. Aos detentores dos armamentos, exige-se o compromisso do desarmamento, que está longe de ser alcançado.

A comunidade internacional se preocupa com o fato de países que não aderiram ao TNP terem armas nucleares. Índia e Paquistão encontram-se nessa categoria. Os dois são rivais históricos e mantêm arsenais nucleares como estratégia de ameaça mútua. Já Israel também é considerado um país com arsenal atômico, mas não pressões por ser aliado das grandes potências. O país nunca confirmou nem desmentiu possuir armamento atômico. Já a Coreia do Norte é historicamente tratada como o principal foco de ameaça nuclear - risco que este tenta-se dissipar agora com os avanços nas negociações sobre o seu programa atômico.

PARA IR ALÉM: Ao retratar a vida de uma família norte-coreana, o filme Under te Sun (de Vitaly Munsky, de 2015) acaba relevando como a ditadura do país exerceu para ditar os rumos do documentário (disponível no Netflix).

SAIU NA IMPRENSA

TRUMP MINIMIZA VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS NO REGIME DE KIM JONG-UN

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizou nesta quarta-feira as violações dos direitos humanos cometidas pelo regime de Kim Jong-un, assinalando que os outros países também fazem "coisas más". (...)
Em entrevista à Fox News, o presidente americano elogiou Kim como "um cara inteligente" e um "grande negociador". "Acredito que nos entendemos". (...)
Segundo o departamento americano de Estado, o regime de Kim mantêm entre 80 mil e 120 mil presos políticos em campos de trabalho forçado, enfrentando torturas e fome.
Kim também é suspeito de ordenar, no ano passado, o assassinato de seu irmão, envenenado em um aeroporto da Malásia. (...)
Os críticos temem que a cúpula tenha legitimado Kim e afirmam que a reunião serviu mais para a exposição na mídia do que para progressos reais. (...)

IstoÉ, 14/6/2018

RESUMO

COREIA DO NORTE:

CÚPULA: A inédita reunião da cúpula ocorrida em junho entre o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, e o governante da Coreia do Norte, Kim Jong-un, discutiu compromissos dos dois países de trabalhar pela paz e pela desnuclearização da península coreana. Embora sinalize que as ameaças de um confronto nuclear, presente nos meses anteriores, foram afastadas, a declaração do encontro não traz prazos nem passos concretos para a obtenção de seus objetivos. Também há indefinições sobre a retirada das sanções estipuladas à Coreia do Norte devido ao avanço de seu programa nuclear.

TESTES: Desde 2006, o regime norte-coreano realizou seis testes nucleares, quatro dos quais ocorreram durante o governo do atual líder. Houve também diversos testes de lançamentos de mísseis, com o objetivo, segundo especialistas, de aprimorar a tecnologia para inserir o armamento atômico em projéteis de longo alcance. O programa nuclear norte-coreano é uma estratégia de segurança para intimidar tentativas externas de derrubar o regime.

REGIME: A Coreia do Norte é governada por um regime comunista de partido único que mantém o país fechado à comunidade internacional. Desde a dissolução da União Soviética, em 1991, a situação econômica se deteriorou. O país atravessou grandes dificuldades na década de 1990, que causaram a morte de milhões de pessoas por fome.

AMEAÇA NUCLEAR: No mundo atual, em que a ameaça nuclear é uma realidade desde 1945, quando os EUA explodiram as primeiras bombas atômicas sobre o Japão, está em vigor o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). Esse acordo define que os países que explodiram a bomba atômica antes de 1967 - Estados Unidos, União Soviética (sucedida pela Rússia), China, Reino Unido e França - podem manter seus arsenais, desde que não repassem tecnologia bélica a outras nações. Todas as demais nações que assinaram o TNP se comprometem a não tentar obter armas nucleares.


ATUALIDADES: VESTIBULAR E ENEM foi retirado do livro GE - GUIA DO ESTUDANTE - ATUALIDADES: VESTIBULAR+ENEM 2018 - 2º semestre de 2018, págs. 34, 35, 36, 37, 38 e 39.

SUGESTÃO

Abaixo, vídeo que explica sobre as rivalidades e conflitos internacionais diante das ameaças de armas atômicas, as ameaças norte-coreanas, e o recente encontro entre os líderes da Coreia do Norte e dos EUA. As imagens são do YouTube e o idioma é o português.


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