CONHECIMENTO CEREBRAL DESTACA EDUCAÇÃO!
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A seguinte matéria foi publicada pela revista Isto É, em 29 de abril de 2015. Todos os direitos autorais pertencem exclusivamente à revista, e não devem ser copiados sem a divulgação de seu nome.
"A GEOGRAFIA DA DESIGUALDADE"
"Índice de Desenvolvimento da Educação Básica mostra diferenças em um país com dimensões continentais."
"É possível que crianças de oito anos que vivam no Oiapoque (extremo norte do Amapá), no Chuí (extremo sul do Rio Grande do Sul), em Palmas (Tocantins), na capital de São Paulo e em Maiquinique (Bahia) tenham o mesmo nível de leitura e escrita e os mesmos conhecimentos sobre Matemática? Será possível nivelas a esse ponto o ensino em um país com as dimensões, as especificidades e as disparidades do Brasil?
Encarado como condutor de políticas públicas para a melhoria dos Ensinos Fundamental e Médio, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado pelo Ministério da Educação em 2007 como parâmetro para medir a qualidade e a evolução do ensino. Desde então revela as deficiências, as discrepâncias entre as regiões e as ações que vêm surtindo efeito em determinadas localidades - o que joga luz aos caminhos que podem ser percorridos. Para tanto, reúne dois conceitos importantes de averiguação: o fluxo escolar (taxa de aprovação dos alunos de cada escola) e a média de desempenho (por meio de avaliações da Prova Brasil, de Português e Matemática, aplicada de dois em dois anos nos ensinos Fundamental e Médio). A meta do Ministério da Educação é que, até 2022, ano do bicentenário da independência do país, a média nacional, calculada a partir das notas dos estados, municípios e escolas, alcance 6,0 - o índice vai de zero a dez.
Tal média colocaria o Brasil ao lado dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), órgão que reúne 34 nações com alto índice de desenvolvimento humano e que busca promover políticas de desenvolvimento econômico e bem-estar social. Em 2005, a média nacional brasileira era de 3,8.
Na opinião do sociólogo Simon Schwartzman, especialista em ensino, para que o país alcance uma meta comparável à das nações desenvolvidas nos próximos sete anos precisa aprimorar efetivamente a Educação, com um programa pedagógico melhor, mais recursos e infraestrutura nas escolas e melhores salários e formação dos professores. 'São questões de sempre', resume.
Para ele, mais importante do que igualar a média nacional é encontrar soluções para problemas regionais. 'Temos localidades do país em que não há prédios suficientes para aulas do Ensino Fundamental e Médio, então a falsa solução são as aulas noturnas, o que já é comprovado que não funciona', exemplifica.
Da mesma forma, há escolas que lidam com as questões de distância e dificuldade de locomoção, principalmente no Norte do país. 'Medidas e metas devem estar relacionadas com a realidade das escolas e não ser apenas números que precisamos alcançar', completa."
"SÃO PAULO ACIMA DA MÉDIA"
"Os desafios em um país 'continental' são inegáveis. Só no Estado de São Paulo, a maior rede de ensino regional do país reúne, por exemplo, nada menos do que 5 mil escolas, 4 milhões de alunos e 300 mil servidores. O número de estudantes é maior do que a população do Uruguai. Daí a importância de políticas públicas que busquem indicar os caminhos para uma Educação inclusiva e que mirem a equidade. E tudo isso é feito não somente por meio de programas de ensino especificamente, como também pelo apoio às diferentes prefeituras.
Algumas iniciativas simples e focadas nas especificidades de cada escola paulista têm surtido efeitos práticos positivos e servem de diretrizes para a melhora da qualidade da Educação.
Na Escola Estadual Mariotto Ferreira, em São José dos Campos, por exemplo, a participação ativa dos pais na vida escolar dos filhos tem sido um diferencial. A unidade mantém uma rotina de reuniões individuais com as famílias, que se apropriam do desenvolvimento da criança, conseguem apoiar a escola e ajudam no rendimento escolar. Como resposta, os alunos do 6º ao 9º anos do Ensino Fundamental alcançaram nota 6,5 no Ideb, uma das melhores do Estado.
Outro exemplo positivo foi da Escola Estadual Marechal Mallet, de Campinas. Por meio do projeto Bom Dia, Boa Tarde, a unidade revelou que 15 minutos lendo uma mensagem ou cantando uma música equilibram o nível de agitação e os alunos vão para a sala prontos para uma boa aula. A nota alcançada no Ideb pelos alunos do 1º ao 5º anos do Ensino Fundamental na unidade foi 7,6.
Ainda de acordo com os dados referentes a 2013, o Estado de São Paulo avançou nas duas fases do Ensino Fundamental na rede pública. No Ensino Médio, São Paulo manteve-se em segundo lugar no ranking (0,1 atrás de Goiás). Nos três ciclos de ensino, a rede estadual fica acima da média nacional."
"IDESP: MELHOR AVALIAÇÃO DOS ÚLTIMOS CINCO ANOS"
"São Paulo conta também com indicador próprio de qualidade de ensino. Trata-se do Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp), com metas anuais que os centros devem alcançar. Os objetivos são traçados levando em consideração o fluxo escolar e o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), com provas aplicadas aos alunos do 2º, 3º, 5º, 7º e 9º anos do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio.
Em 2014, as escolas estaduais paulistas obtiveram sua melhor avaliação no Idesp nos últimos cinco anos em todos os ciclos de ensino avaliados. Pelo Saresp também foi possível constatar outro dado positivo: 98,7% dos alunos com 7 anos de idade já dominam a leitura e a escrita. São Paulo, inclusive, tem como meta alfabetizar as crianças nessa idade, que representa um ano a menos do que estipulada para todo o Brasil. Para incentivar melhorias e esforços individuais em busca de um bom resultado, o Estado definiu ainda uma bonificação para todos os funcionários das escolas, que aumenta proporcionalmente à nota alcançada pelos alunos."
"Outro fato que ajuda a explicar os avanços é o sucesso do programa Ler e Escrever, de incentivo ao domínio da leitura e da escrita para crianças até oito anos de idade. Uma novidade é o projeto de reforço escolar nas escolas que apresentaram dificuldades no aprendizado. Os alunos contam, desde meados deste mês, com uma hora a mais de estudo por dia, duas vezes por semana, de Português e Matemática. As turmas são definidas com base no desempenho escolar que apresentarem nas provas bimestrais. O Governo também aplicou avaliações para indicar os alunos ao reforço.
As ações paulistas ainda passam pelo Plano Estadual de Educação, que no fim deste mês será aberto para consulta pública. Por duas semanas, qualquer cidadão interessado poderá propor, por escrito, sugestões ou mudanças nos objetivos traçados, com validade para os próximos 10 anos.
Entre os pontos abertos ao debate da sociedade está o da alfabetização de todas as crianças paulistas até o 3º ano do Ensino Fundamental, o da ampliação da qualidade de ensino e a diminuição ainda maior da distorção idade-série no Estado - atualmente, São Paulo mantém nada menos do que 91% dos alunos estudando na série correta no Ensino Fundamental."
Informações retiradas da revista ISTO É - Ano 38 - nº 2369, págs 46, 47, 48 e 49. 29 de abril de 2015. Todos os direitos autorais reservados à revista ISTO É e a Editora Três.
"SUGESTÃO PARA LEITURA"
Você pode ler a segunda matéria sobre o assunto em "Um Prêmio para a Qualidade". Clique no link destacado e você será direcionado para a página desejada.
Leia também a terceira matéria em "Uma Aula de Benefícios em Tempo Integral".
Confira também "A Escola Além dos Muros da Escola", que é a quarta reportagem sobre este especial. Clique sobre o link destacado, e você será direcionado à página da reportagem.
A quarta matéria, você poderá lê-la em "Da Escola para o Mercado de Trabalho"
Leia também a terceira matéria em "Uma Aula de Benefícios em Tempo Integral".
Confira também "A Escola Além dos Muros da Escola", que é a quarta reportagem sobre este especial. Clique sobre o link destacado, e você será direcionado à página da reportagem.
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