GRAMÁTICA: O PORTUGUÊS DIFERENTE DA FALA
Você sabe o que significa a palavra Gramática? Segundo o dicionário da Língua Portuguesa MICHAELIS, é o estudo dos elementos de uma língua (sons, formas, palavras, construções e recursos expressivos); ou seja, a Gramática nada mais é do que compreender as regras que compõe a estruturação do idioma falado, no nosso caso, é a Língua Portuguesa. Nesta nova série de estudo chamada GRAMÁTICA: O PORTUGUÊS DIFERENTE DA FALA, iremos aprender que a escrita é muito diferente do modo como falamos, e saberemos o por que isso acontece. Convido-os agora, a aventurar-se na complexidade de um idioma chamado português, que é a quinta língua mais falada no hemisfério, tendo nove países utilizando-a como idioma oficial.
Ao final do conteúdo abordado, selecionamos alguns exercícios de vestibulares e concursos públicos, para que você teste seus conhecimentos e revise o que aprendeu. Após terminar a leitura, clique no ícone selecionado. Você será direcionado para a página.
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FONEMAS: AS MENORES UNIDADES DA FALA
Segundo o dicionário da Língua Portuguesa MICHAELIS, fonema significa a menor unidade distintiva do sistema sonoro de uma língua. Mas o que é CONCEITO DE FONEMA?
1. CONCEITO DE FONEMA:
- Fonemas são as menores unidades sonoras da fala
São os sons elementares e distintivos que, articulados e, combinados, formam as sílabas, os vocábulos e a teia da frase, na comunicação oral.
Funcionam como elementos distintivos ou diferenciadores das palavras, porque são capazes de diferenciar umas das outras, conforme se observa, por exemplo, nas sequências:
mala gato mal
mola mato mar
mula pato mas
Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais fonemas.
No sistema fonético do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fonemas, que adiante estudaremos.
2. REPRESENTAÇÃO DOS FONEMAS:
Na língua escrita, os fonemas são representados por signos ou sinais gráficos chamados letras. O conjunto das letras denomina-se alfabeto ou abecedário, ou ainda, abecê, também escrito abc.
É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o sinal gráfico que apresenta o som. Para falar, usamos fonemas; para escrever, usamos letras.
O ideal seria que a cada fonema correspondesse uma só letra, e vice-versa, mas infelizmente isso não acontece. É que o nosso sistema ortográfico não é rigorosamente fonético, mas ainda está preso à origem das palavras. Escreve-se, por exemplo, exame, em vez de ezame, porque este substantivo vem da palavra latina examen. Assim, por força da tradição etimológica, podemos observar, na representação dos fonemas portugueses, as seguintes imperfeições:
A mesma letra pode representar fonemas diferentes:
eXame, Xale, próXimo, seXo; Cola, Cera.
O mesmo fonema pode ser figurado por letras diferentes:
caSa, eXílio, coZinha; tiGela, laJe.
Um fonema pode ser representado por um grupo de duas letras (dígrafos):
maCHado, muLHer, uNHa, miSSa, caRRo.
A letra X pode representar, simultaneamente, dois fonemas diferentes:
táXi (tácsi), fiXo (ficso), tóraX (tóracs).
Há letras que, às vezes, não representam fonemas, funcionam apenas como notações léxicas (veremos adiante):
caMpo (cãpo), reNda (reda), regUe (U insonoro, para não proferir reje).
Usam-se letras simplesmente decorativas: não representam fonemas nem funcionam como notações léxicas. Mantiveram-se em razão de etimologia:
Hotel (otel), diScípulo (dicípulo), eXceção (eceção), qUina (qina).
Há fonemas que, em certos casos, não se representam graficamente:
bem (bei), batem (bátei), falam (fálãU).
3. CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS:
Os fonemas da língua portuguesa classificam-se em vogais, semivogais e consoantes.
- Vogais: são fonemas sonoros, ou sons laríngeos, que passando pela boca entreaberta, chegam livremente ao exterior sem fazer ruído: a,é, ê, ó, ô, u.
- Semivogais: são fonemas /i/ e /u/ átonos que se unem a uma vogal, formando com esta uma só sílaba: vai, andei, ouro, água.
- Consoantes: são ruídos provenientes da resistência que os órgãos bucais opõem à corrente de ar: bola, copo, depósito.
Na língua portuguesa, a vogal é o elemento básico, suficiente e indispensável para a formação da sílaba. As consoantes e as semivogais são fonemas dependentes: só podem formar sílabas com auxílio das vogais.
4. CLASSIFICAÇÃO DAS VOGAIS:
De acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), classificam-se as vogais conforme:
a zona de articulação
a) média: a (ave)
b) anteriores: é, ê, i (fé, vê, ri)
c) posteriores: ó, ô, u (nó, avô, tatu)
o papel das cavidades bucal e nasal
a) orais: a, é, ê, i, ó, ô, u (ato, sé, vê, vi, só, fogo, uva)
b) nasais: ã, e, i, õ, u (lã, vento, sim, som, mundo)
c) tônicas: pá, até, gelo, tupi, dó, globo, luz
a intensidade
a) subtônicas: arvorezinha, cafezinho, esplendidamente, somente, comodamente.
b) átonas: ela, mole, lição, lado, lugar, órfã, lençol
o timbre
a) abertas: a, é, ó (lá, pé, cipó)
b) fechadas: ê, ô, i, u e todas as nasais (vê, amor, vi, cru, sã, lenda)
c) reduzidas: as vogais átonas orais ou nasais (vela, vale, vital, sapo, unido, andei, então)
5. ENCONTROS VOCÁLICOS:
Os encontros vocálicos são três: ditongo, tritongo e hiato.
- Ditongo: é a combinação de uma vogal + uma semivogal, ou vice-versa, na mesma sílaba. Exemplos: pai, rei, sou, pão, fui, herói, sério, quando.
Dividem-se os ditongos em:
a) orais: pai, pouco, jeito, fui, etc.
b) nasais: mãe, pão, põe, muito, bem (bei), etc.
c) decrescentes: (vogal + semivogal): pauta, meu, riu, dói, etc.
d) crescentes: (semivogal + vogal): gênio, pátria, série, etc.
Existem 17 ditongos decrescentes e 13 crescentes, considerados sob o aspecto da escrita.
- Tritongo: é o conjunto semivogal + vogal + semivogal, formando uma só sílaba.
a) oral: iguais, averiguei, averiguou, delinquiu, Uruguai.
b) nasal: saguão, saguões, avião, aviões, mínguam (mínguão).
- Hiato: é o encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos distintos, formando sílabas diferentes:
6. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSOANTES:
As consoantes são classificadas de acordo com quatro critérios:
- modo de articulação
- ponto de articulação
- função das cordas vocais
- função das cavidades bucal e nasal
7. ENCONTROS CONSONANTAIS:
Encontros consonantal é a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos numa palavra. Exemplos:
brado, creme, plano, ciclo, atleta, atrás, transtorno, psíquico, istmo, Ptolomeu, lambda, tcheco, regra, ombro, etc.
O encontro consonantal pode ocorrer:
a) na mesma sílaba:
cli-ma, flo-res, du-plo, re-pre-sa, co-lhei-ta, le-tra, psi-co-se, etc.
b) em sílabas diferentes:
ad-vento, cor-vo, ap-to, suc-ção, naf-ta, ét-ni-co, cons-tar, etc.
São encontros consonantais separáveis. Ocorrem sempre no interior das palavras e geralmente são formados de duas consoantes.
8. DÍGRAFOS:
Dígrafo é o grupo de duas letras representando um só fonema. Na palavra chave, por exemplo, que se pronuncia xávi, ocorre o dígrafo ch.
No fim das palavras, como falam (fálãu), batem (bátei), alguém (alguei), am e em não são dígrafos, porque representam um ditongo nasal, portanto, dois fonemas.
10. NOTAÇÕES LÉXICAS:
Notações léxicas são certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras.
São as seguintes:
- acento agudo: indica vogal tônica aberta: pá, pé, avó;
- acento circunflexo: indica vogal tônica fechada: avô, mês;
- acento grave: sinal indicador de crase: ir à cidade;
- til: indica vogal nasal: lã, põe, ímã;
- cedilha: dá ao c o som de ss: moça, laço, maçã, açude;
- apóstrofo: indica sucessão de vogal: mãe-d'água, pau-d'alho;
- hífen: une palavras, prefixos, etc.: arco-íris, peço-lhe, ex-aluno.
Agora que terminamos de estudar FONEMAS: AS MENORES UNIDADES DA FALA, convido-os a resolver alguns exercícios de vestibulares e concursos públicos, para testar seus conhecimentos. Você está pronto? Então, clique aqui.
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