CONHECIMENTO CEREBRAL DESTACA EDUCAÇÃO!
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A seguinte matéria foi publicada pela revista Isto É, em 29 de abril de 2015. Todos os direitos autorais pertencem exclusivamente à revista, e não devem ser copiados sem a divulgação de seu nome.
"A EDUCAÇÃO ALÉM DOS MUROS DA ESCOLA"
"Maior aproximação entre as instituições de ensino e as famílias melhora o rendimento dos alunos e tem efeito positivo nas comunidades"
"Os impactos positivos da relação entre pais e escola no desempenho dos alunos já são inegáveis. Mas estimular essa aproximação por meio de iniciativas como o uso de redes sociais e a abertura das instituições de ensino aos finais de semana com atividades para as famílias pode resultar também em um maior desenvolvimento das comunidades em que o jovem está inserido e até em redução da criminalidade."
"Neste ano, as cerca de cinco mil escolas que compõem a rede estadual paulista foram 'convocadas' a se mobilizar. A sugestão é de que canais de contato mais estreito com as famílias sejam criados, considerando ainda a pluralidade de perfis dos alunos e técnicas para garantir seu bem-estar. Em tempos de redes sociais, as páginas da Secretaria da Educação no Twitter, Facebook ou no You Tube facilitam essa tarefa.
'As escolas devem mostrar que elas podem ser parceiras e que eles podem trocar informações', avalia a professora Neide Noffs, da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica (PUC). Assim, tanto os pais podem passar dados essenciais sobre os seus filhos como a instituição de ensino pode disseminar conhecimentos benéficos às relações familiares.
Essa interação faz com que o estudante se sinta mais valorizado. 'Já está provado que a criança se sai melhor na escola quando a família a acompanha e seu esforço é reconhecido', reitera Noffs. A pesquisa 'A Eficácia Escolar Ibero-Americana', por exemplo, do Convênio Andrés Bello - órgão que reúne 12 países das Américas - estimou que o 'efeito família' responde por até 70% do sucesso escolar.
Essa relação família-escola também depende fundamentalmente de políticas públicas, como apontou o estudo 'Interação escola-família: subsídios para práticas escolares', realizado em 2009 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em parceria com o Ministério da Educação (MEC). Para a Unesco, 'apoiados pelas Secretarias de Educação, os programas têm possibilidades de realmente impactar o trabalho cotidiano da escola'."
Ciente dessa necessidade, o Estado de São Paulo mantém ainda o Programa Escola da Família, no qual as escolas estaduais abrem aos finais de semana, oferecendo atividades para toda a comunidade em porte, cultura, saúde e trabalho. Atualmente, há 2.338 escolas no programa e, ao todo, 2.314 educadores, 11.385 voluntários e 20.956 universitários - que, assim, têm seus estudos custeados pelo Programa Bolsa Universidade.
Outro ponto de apoio importante é o Programa Educação-Compromisso de São Paulo, um conjunto de cinco pilares educacionais, com destaque para o engajamento da comunidade escolar no ensino. Os outros são a valorização do professor, a gestão pedagógica, o ensino integral e a gestão financeira. Um dos objetivos é fazer com que a rede estadual ocupe uma vaga entre os 25 melhores sistemas de educação do mundo.
'A escola ser um espaço aberto é fundamental. Ás vezes ela é o único lugar no bairro que oferece uma opção de lazer', ressalta a professora Raquel Lazzari Leite, do Departamento de Educação da Universidade Estadual Paulista (Unesp). 'A escola deve acolher os pais, mas não só para falar dos problemas dos alunos, o que afasta', acrescenta. A professora explica que são comuns casos de pais que sentem vergonha de ir até a escola ou que acham que não podem ajudar com as tarefas. Por isso, ressalta a importância de valorizar a trajetória da família e a cultura do estudante, independentemente da sua condição socioeconômico.
Uma avaliação do Programa Escola da Família, feita pela Fundação Itaú Social, logo após a sua criação, entre 2003 e 2004, mostrou ainda que o programa gerou uma diminuição da criminalidade. A fundação estimou queda de 18,8% sobre a média de boletins de ocorrência nas proximidades da escolas estaduais em 2003 - ou um total de 38,7 ocorrências a menos no mês."
Informações retiradas da revista ISTO É - Ano 38 - n° 2369, págs. 56 e 57. 29 de abril de 2015. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista ISTO É e a Editora Três.
SUGESTÃO PARA LEITURA
Leia a primeira matéria "A Geografia da Desigualdade".
Veja também a segunda matéria "Um Prêmio para a Qualidade".
E não se esqueça de conferir também a terceira matéria "Uma Aula de Benefícios em Tempo Integral".
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