HISTÓRIA:
VESTIBULAR E ENEM
MUNDO/IDADE CONTEMPORÂNEA
NAZIFASCISMO
ORDEM E TERROR
Na tentativa de superar crises econômicas, os países europeus se submeteram a regimes autoritários que afundaram o planeta em um novo e sangrento conflito global
O período entre as duas guerras mundiais foi marcado na Europa pela ascensão do fascismo, regime autoritário baseado na centralização do poder, no nacionalismo, no militarismo, no expansionismo e no cerceamento das liberdades individuais. Esse tipo de governo totalitário - ou seja, em que o Estado domina todos os aspectos da vida social - ganhou força ao propor recuperar a economia, drasticamente abalada pela I Guerra, e impedir o avanço das ideias socialistas. Nos países que saíram derrotado na I Guerra, como a Alemanha, o fascismo ainda tinha outra arma a seu favor: o sentimento de revanchismo criado entre a população contra os vencedores.
Apesar de ter sido implantado em outros países, como Portugal (salazarismo) e Espanha (franquismo), o fascismo atingiu sua expressão máxima na Itália - onde surgiu - e, principalmente, na Alemanha, onde foi chamado de nazismo.
O FASCISMO NA ITÁLIA
Logo após a I Guerra, a Itália estava assolada por uma grave crise econômica, com inflação galopante, desemprego e queda da produção industrial. O partido socialista ampliava sua força de atuação, e as greves tomavam conta do país. Foi nesse contexto que, em 1919, o ex-militante socialista Benito Mussolini fundou o Partido Fascista, de cunho ultranacionalista, opondo-se ao socialismo e à democracia liberal.
Temendo o avanço socialista, a burguesia apoiou Mussolini. Em 1922, os "camisas negras", como eram chamados os militantes fascistas, desfilaram pela capital no episódio denominado Marcha sobre Roma, com a conivência do rei Vitor Emanuel III. Mussolini foi convocado para ser o primeiro-ministro e assumiu o cargo com plenos poderes, passando a ser chamado de Duce (guia).
No decorrer da década, ele pôs em prática o novo regime. O Partido Fascista passou a ser o único permitido. Jornais críticos ao regime foram fechados, e adversários políticos, perseguidos e mortos. Mussolini teve especial êxito na implantação do corporativismo, uma das características centrais do nazifascismo: tanto os sindicatos dos patrões quanto os dos empregados eram controlados pelo governo.
As medidas surtiram efeitos na esfera econômica pelo menos até 1929, quando a nação foi abalada pela Grande Depressão. A partir daí, o Duce apostou na expansão territorial para resolver os problemas internos.
O NAZISMO NA ALEMANHA
As penalidades sofridas pela Alemanha após a I Guerra provocaram inflação e desemprego em massa. Instalado no fim da guerra, o governo republicano, de orientação social-democrata - e, a partir de 1929, chamado de República de Weimar -, não conseguia debelar a crise. As tentativas de revolução socialista também fracassaram. Como alternativa, surgiu, em 1919, o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, o Partido Nazista, liderado pelo ex-cabo do Exército Adolf Hitler.
As propostas nazistas foram sistematizadas no livro Minha Luta, escrito por Hitler em 1923, quando estava na prisão, após uma tentativa frustrada de golpe de Estado - o Putsch de Munique. Além dos aspectos comuns ao fascismo italiano - totalitarismo, nacionalismo, militarismo, expansionismo e anticomunismo -, ele pregava o racismo. Para Hitler, os alemães pertenciam a uma raça pura e superior: a ariana; as demais deveriam ser subjugadas ou exterminadas.
Em 1932, apoiados por burgueses e setores conservadores nacionalistas, os nazistas venceram as eleições. Um ano depois, Hitler foi nomeado primeiro-ministro e, em 1934, tornou-se chefe de governo e de Estado. Passou a ser chamado de Fuhrer (líder) e inaugurou o III Reich (III Império Alemão).
O intervencionismo e a planificação econômica fortaleceram a atividade industrial e praticamente eliminaram o desemprego. Hitler proibiu os partidos políticos - exceto o nazista -, fechou jornais de oposição e perseguiu minorias por ele consideradas inferiores, como os judeus. Esses últimos passaram por dura segregação e acabaram sendo mortos aos milhões. Os principais instrumentos de terror eram a SS (guarda especial) e a Gestapo (polícia política). Em desrespeito ao Tratado de Versalhes, Hitler remilitarizou o país, acendendo o estopim para a II Guerra Mundial.
E NO BRASIL...
Versão brasileira
Sob influência do ideário nazifascista, em 1932 surge no país a conservadora e ultranacionalista Ação Integralista Brasileira (AIB), liderada pelo paulista Plínio Salgado. Alguns de seus ideólogos dão ao integralismo fundo racista ao defender a superioridade dos brancos sobre negros, mestiços e judeus. O movimento, contudo, se desarticula em poucos anos.
Informações retiradas do livro GE - GUIA DO ESTUDANTE - HISTÓRIA/ VESTIBULAR E ENEM 2016, pág. 73.
Comentários
Postar um comentário