SOLIDARIEDADE
As informações a seguir foram retiradas do site do jornal O DIÁRIO DO GRANDE ABC, por isso o conteúdo pertence exclusivamente ao site. A divulgação das informações somente tem objetivo de levar conhecimento a todos que acessam o Conhecimento Cerebral.
"MENSAGEIROS DA ESPERANÇA"
"De Santo André, pai e filho estão na ilha de Kos, na Grécia, atuando na recepção de refugiados que tentam chegar à Europa em busca de vida nova"
Por: Nilton Valentim
"Em meio à escuridão da noite, surgem botes infláveis. Além da quantidade absurda de gente - bem mais do que deveriam suportar -, as pequenas embarcações apontam no horizonte carregadas de esperança. De pessoas que sonham com vida nova em outro país, deixando para trás o pesadelo da guerra. Na maior parte das vezes, são sírios e paquistaneses. Mas também há nascidos em Bangladesh, Iraque e Irã. A chegada, na ilha grega de Kos, é sempre tumultuada. Alguns não sobrevivem às condições precárias dos meios de transporte, às ações ostensivas das autoridades, que tentam impedir o êxodo migratório, ou à ganância dos chamados atravessadores, que cobram caro, mas nem sempre oferecem o serviço combinado. A odisseia normalmente tem início no balneário turco de Bodrum, distante pouco mais de 20 quilômetros do destino desejado."
"Ainda bem que há quem se motive a minimizar o sofrimento dos que buscam trocar a desesperança por nova pátria. São voluntários que também estão longe de casa, mas movidos pela missão de oferecer ao menos um pouco de calor humano. Entre esses abnegados, há dois únicos brasileiros. Mateis Cristofali, 27 anos, e seu pai, Irineu Aparecido Cristofali, 56, ambos de Santo André.
Mateus trabalhava como designer de máquinas em uma grande empresa da região e mudou-se para a cidade de Herrnhut, na Alemanha, onde atua como voluntário na Ywan (Youth With a Misson, Jovens Com uma Missão, em português). Quando foi designado para atuar junto aos refugiados, entrou em contato com a família, no Grande ABC, e seu pai resolveu também abraçar a causa. Arrecadou dinheiro com amigos e seguiu para a Grécia.
'Estamos lá (na praia) para recebê-los, confortando-os e tentando acalmá-los, trocando suas roupas encharcadas e frias, e servindo chá quente, água, o que for preciso naquele momento', afirma Mateus, ao destacar que os refugiados desembarcam 'assustados, temerosos e, muitas vezes, sem saber ao menos onde estão.'
A jornada dura a madrugada inteira e o movimento é variável. Há noites em que são dez, em outras, 300 pessoas surgem do mar."
"Assim como se multiplicaram os refugiados, as histórias também são impressionantes. Mateus narra o 'desembarque' de pessoas atiradas ao mar pelos transportadores clandestinos. Entre elas uma grávida, socorrida pelo grupo dos andreenses. Em outro caso, duas famílias traziam consigo um bebê, que já não tinha força sequer para chorar ou abrir os olhos. 'Trocamos suas roupinhas, pegamos no colo e ele começou a reagir. No outro dia, os reencontramos e a criança estava sorridente e brincando', emociona-se o voluntário.
Ao desembarcaram na ilha de Kos, os imigrantes são conduzidos a locais determinados pelas autoridades, são registrados e depois obtêm os documentos para seguir viagem. Como o processo é lento, são abrigados pelas ONGs em barracas de praia.
Documentados, vão para Atenas e, de lá, para outros pontos da Europa. Seguem viagem pela chamada rota balcânica, atravessando Macedônia, Sérvia, Hungria e Áustria. A maioria quer chegar à Alemanha. Formam a imensa marcha que vemos diariamente nos noticiários."
"PROPÓSITO HUMANITÁRIO"
"A dupla se mantém com recursos próprios e, por isso, a missão iniciada em 15 de setembro, tem data para terminar. Mateus volta para a Alemanha na terça-feira. Tentará levantar mais recursos e seguir para a ilha de Lesbos, também na Grécia. Irineu regressa para casa em 15 de novembro. 'O que nos move e fortalece é o amor pelas vidas. Não buscamos recompensas. Nossa alegria é poder servir. Por isso estamos aqui', diz Mateus."
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