DOSSIÊ CRIMES: OS 71 CASOS MAIS IMPRESSIONANTES DE TODOS OS TEMPOS
Você já sentiu curiosidade em conhecer os maiores crimes da história? Desde assassinatos a roubos bilionários. Então, convido-os a conhecer a nova série de matérias que o Conhecimento Cerebral traz para leitura. Os textos foram retirados da revista DOSSIÊ SUPERINTERESSANTE, edição de agosto de 2015.
"O TRABALHO DO DEMÔNIO"
"Liderado por Charles Manson, criminoso carismático com pretensões artísticas, grupo cometeu crime mais bárbaro da história de Hollywood"
"Charles Manson não teve uma infância normal. Nunca conheceu seu pai e, passou boa parte da infância em orfanatos. Aos 17 anos. já tinha passado por seis reformatórios, por assaltos a lojas e roubos de carro, alguns à mão armada. Maior de idade, foi condenado duas vezes à prisão por novos roubos. Em 1967, com 32 anos -, 20 deles trancafiado - caiu no mundo de psicodelia. A busca por gurus espirituais era comum à época. Charmoso e manipulador, Charles Manson era um bom candidato: ex-prisioneiro com violão na mão e uma filosofia de rua sedutora sobre deixar a individualidade de lado. Logo juntou um rebanho de cerca de dez jovens, como a dançarina junkie Susan Atkins e a estudante Lynette Fromme.
Manson queria ser uma estrela do rock. Para ele, era questão de tempo até suas músicas estourarem. Sua trupe se mudou para Los Angeles, onde ele tinha contatos na indústria musical. Moravam num rancho isolado, em meio a pequenos furtos e orgias regadas a LSD. Quando ficou claro que o contrato de gravação nunca chegaria, a gangue já estava numa onda pesada, extorquindo traficantes e invadindo casas. Para manter a adoração dos discípulos, Manson mudou o foco de seu culto movido a sexo e drogas: converteu a bajulação em sede de sangue.
Em 9 de agosto de 1969, ele enviou quatro seguidores - o ex-atleta Tex Watson e três 'marionetes' - à casa do cineasta Romam Polanski, em Los Angeles. A ordem era 'destruir todo mundo da forma mais nojenta possível'. O cineasta estava em Paris, mas sua mulher, a atriz Sharon Tate, grávida de oito meses, recebia três amigos. Louco de LSD e anfetaminas, Tex anunciou ao entrar: 'Sou o diabo e estou aqui para fazer o trabalho do diabo'. Um dos convidados levantou a voz e tomou um pontapé na cabeça, dois tiros e 51 facadas. A atriz implorou pelo bebê e levou 16 pauladas. Havia gente amarrada pelo pescoço com fios de náilon, tripas para fora e rostos desfigurados. Susan Atkins molhou uma toalha com o sangue de Sharon e escreveu 'Pig' (porco) na parede. Ao todo foram 25 minutos e 102 facadas.
Na noite seguinte, na mesma cidade, o grupo somou 67 facadas à lista macabra, num ataque aleatório ao casal Leno e Rosemary LaBianca. Manson entrou com seus seguidores, rendeu as vítimas e deixou o serviço por terminar. Tex furou a garganta de Leno com uma baioneta e rasgou a palavra 'War' (guerra) na barriga do comerciante de 44 anos. Com sangue, a gangue rebiscou 'Rise' (levante), 'Death to Pigs' (morte aos porcos) e 'Helter Skelter' nas paredes, numa porta e na geladeira.
Na pregação de Manson, sopa indigesta que misturava Bíblia, Beatles e a tensão racial que fervia nos EUA, as chacinas seriam o estopim de uma guerra total entre negros e brancos. Era o Helter Skelter, na adaptação sombria de Manson para a canção de Paul McCartney.
O plano para fazer o circo pegar fogo era conectar os crimes aos Panteras Negras, milícia negra de esquerda que a polícia (os panteras chamavam policiais de porcos, daí o sentido das inscrições em sangue). Durante a tal guerra, Manson abrigaria com a 'família' em túneis subterrâneos no deserto e seria chamado ao final pelos negros, os vencedores, para reinar absoluto na Terra pós-apocalipse.
A polícia de L.A. bateu cabeça por três meses até resolver os crimes - e só porque Susan Atkins foi presa por outro motivo e se gabou das mortes a uma outra colega de cela. Todos os envolvidos pegariam prisão perpétua. E o criminoso incompetente que queria ser mais famoso que os Beatles ganhou enfim seus 45 anos de fama.
A depender do gosto do freguês, havia ali um lobo-mau, um profeta ou um filho da opressão estatal. Manson soube alimentar o fascínio da mídia ao encenar o 'louco perigoso', tática que mantém até hoje, aos 80 anos. Ele recebe dezenas de cartas por mês, e sua pseudofilosofia movimenta colecionadores, sites e fãs. Ficou famoso, sobretudo, por estar vivo - o que só ocorreu porque a Califórnia baniu a pena de morte em 1972."
Manson queria ser uma estrela do rock. Para ele, era questão de tempo até suas músicas estourarem. Sua trupe se mudou para Los Angeles, onde ele tinha contatos na indústria musical. Moravam num rancho isolado, em meio a pequenos furtos e orgias regadas a LSD. Quando ficou claro que o contrato de gravação nunca chegaria, a gangue já estava numa onda pesada, extorquindo traficantes e invadindo casas. Para manter a adoração dos discípulos, Manson mudou o foco de seu culto movido a sexo e drogas: converteu a bajulação em sede de sangue.
Em 9 de agosto de 1969, ele enviou quatro seguidores - o ex-atleta Tex Watson e três 'marionetes' - à casa do cineasta Romam Polanski, em Los Angeles. A ordem era 'destruir todo mundo da forma mais nojenta possível'. O cineasta estava em Paris, mas sua mulher, a atriz Sharon Tate, grávida de oito meses, recebia três amigos. Louco de LSD e anfetaminas, Tex anunciou ao entrar: 'Sou o diabo e estou aqui para fazer o trabalho do diabo'. Um dos convidados levantou a voz e tomou um pontapé na cabeça, dois tiros e 51 facadas. A atriz implorou pelo bebê e levou 16 pauladas. Havia gente amarrada pelo pescoço com fios de náilon, tripas para fora e rostos desfigurados. Susan Atkins molhou uma toalha com o sangue de Sharon e escreveu 'Pig' (porco) na parede. Ao todo foram 25 minutos e 102 facadas.
Na noite seguinte, na mesma cidade, o grupo somou 67 facadas à lista macabra, num ataque aleatório ao casal Leno e Rosemary LaBianca. Manson entrou com seus seguidores, rendeu as vítimas e deixou o serviço por terminar. Tex furou a garganta de Leno com uma baioneta e rasgou a palavra 'War' (guerra) na barriga do comerciante de 44 anos. Com sangue, a gangue rebiscou 'Rise' (levante), 'Death to Pigs' (morte aos porcos) e 'Helter Skelter' nas paredes, numa porta e na geladeira.
Na pregação de Manson, sopa indigesta que misturava Bíblia, Beatles e a tensão racial que fervia nos EUA, as chacinas seriam o estopim de uma guerra total entre negros e brancos. Era o Helter Skelter, na adaptação sombria de Manson para a canção de Paul McCartney.
O plano para fazer o circo pegar fogo era conectar os crimes aos Panteras Negras, milícia negra de esquerda que a polícia (os panteras chamavam policiais de porcos, daí o sentido das inscrições em sangue). Durante a tal guerra, Manson abrigaria com a 'família' em túneis subterrâneos no deserto e seria chamado ao final pelos negros, os vencedores, para reinar absoluto na Terra pós-apocalipse.
A polícia de L.A. bateu cabeça por três meses até resolver os crimes - e só porque Susan Atkins foi presa por outro motivo e se gabou das mortes a uma outra colega de cela. Todos os envolvidos pegariam prisão perpétua. E o criminoso incompetente que queria ser mais famoso que os Beatles ganhou enfim seus 45 anos de fama.
A depender do gosto do freguês, havia ali um lobo-mau, um profeta ou um filho da opressão estatal. Manson soube alimentar o fascínio da mídia ao encenar o 'louco perigoso', tática que mantém até hoje, aos 80 anos. Ele recebe dezenas de cartas por mês, e sua pseudofilosofia movimenta colecionadores, sites e fãs. Ficou famoso, sobretudo, por estar vivo - o que só ocorreu porque a Califórnia baniu a pena de morte em 1972."
"MANSON E O POP"
BEACH BOYS: O baterista da banda, Dennis Wilson, caiu por um tempo na teia de Charlie. Ele bancou a trupe no verão de 1968. Depois, convenceu o grupo a gravar 'Never Learn Not to Love', adaptação da original 'Cease to Exist', de Manson.
BEATLES: Manson era fanático pela banda e dizia que a canção 'Helter Skelter', expressão que significa confusão, era um recado de que o fim do mundo estava próximo. Ele ignorava que o termo também significa, na letra, um simples escorregador de parque infantil.
GUNS 'N' ROSES: Em 1993, a banda lançou uma música de Manson, 'Look At Your Game, Girl', escondida no álbum de covers The Spaghetti Incident?. O cantor Axl Rose usava camisas com o rosto de Manson e termina a gravação com um 'Thanks, Chas'.
KASABIAN: O nome do grupo inglês é uma referência a Linda Kasabian, integrante do bando de Manson.
SUGESTÃO
Após a leitura, separamos um vídeo que conta mais sobre a gangue e o próprio, Charlie Manson. O vídeo foi retirado do You Tube, e o idioma é o português.
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