ECONOMIA
As informações a seguir, foram retiradas do site do jornal O ESTADO DE S. PAULO, por isso as informações pertencem exclusivamente ao site. A divulgação das informações somente tem objetivo de levar conhecimento a todos que acessam o Conhecimento Cerebral.
"TRABALHO INFANTIL VOLTA A CRESCER APÓS UMA DÉCADA"
"Em 2014, IBGE registrou 554 mil crianças de 5 a 13 anos trabalhando, um crescimento de 9,3% em relação ao ano anterior"
Por: Daniela Amorim e Vinícius Neder
"A perda de fôlego do mercado de trabalho já se refletiu no dia a dia de crianças e adolescentes do País. O aumento no contingente de trabalhadores informais, diante da menor geração de vagas com carteira assinada, fez o trabalho infantil voltar a crescer no País pela primeira vez em uma década.
No ano passado, 554 mil crianças de 5 a 13 anos trabalhavam, uma alta de 9,3% em relação a 2013, o equivalente a 48 mil indivíduos a mais nessa condição no período de um ano. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2014), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
'Esse é mais um sinal da precarização do mercado de trabalho informal, sem carteira assinada, sem garantias, sem direitos', avaliou o economista Silvio Sales, consultor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
De acordo com o IBGE, a maioria dessas crianças passou a trabalhar para ajudar algum parente que está numa condição de trabalhador informal.
'A Pnad 2014 mostra uma participação maior do trabalhador por conta própria. Esse trabalhador acaba levando para o mercado de trabalho essa população de 5 a 13 anos, essa população que a gente quer abolir do mercado, essa população que o trabalho estava caindo', reconheceu Cimar Azevedo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Ajuda. Azevedo explicou que, nas atividades informais, como o comércio ambulante e a venda de alimentos preparados no domicílio, o trabalhador costuma contar com a ajuda de crianças e idosos, os integrantes mais novos e mais velhos das famílias.
'Esse trabalho por conta própria traz para o mercado esse formato de trabalho. Não é uma estrutura nova, é uma estrutura que se acentua mais quando aumenta esse contingente de trabalhadores (informais)', explicou o coordenador do IBGE.
A atividade agrícola concentrou 62,1% da população ocupada com idade entre 5 e 13 anos, mesma proporção registrada em 2013. Mas houve aumento no total de crianças trabalhando, que passou de 325 mil em 2013 para 344 mil em 2014, um crescimento de 5,8%.
Nas atividades não agrícolas, o aumento foi maior - chegou a 16%, passando de 181 mil para 210 mil no mesmo período. De acordo com Azevedo, o resultado corrobora a tese de aumento do trabalho infantil acompanhando o aumento do emprego informal.
'Você tem uma tendência a retirar esse contingente de crianças e jovens da escola e fazê-lo retornar ao mercado de trabalho quando a informalidade cresce. Não é uma coisa bonita, mais é o reflexo da crise econômica em que estamos', definiu Pedro Paulo Siqueira, economista-chefe da TOV Corretora.
Regiões. O número de pessoas de 5 a 17 anos ocupadas cresceu 4,5% em 2014, o equivalente a 143,5 mil crianças e adolescentes a mais nessa condição. Houve aumento no nível de ocupação em todas as faixas etárias e em todas as regiões do País em relação a 2013.
Na faixa etária de 5 a 9 anos de idade, o total de crianças ocupadas teve um salto de 15,5%, nove mil indivíduos a mais. Em 2014, o País já tinha 70 mil crianças dessa idade trabalhando. Entre 10 e 13 anos de idade, o total de crianças trabalhando aumentou 8,5% para 484 mil pessoas, 38 mil crianças a mais nessa condição.
'Os pequeninos são muito ocupados em atividades com rendimentos menores', disse Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad no IBGE.
Na faixa etária de 16 a 17 anos, o total de ocupados aumentou 2,7%, o equivalente a 51 mil pessoas a mais, totalizando 1,926 milhão de pessoas. Dos 14 aos 15 anos, o número de ocupados cresceu 5,6%, para 852 mil trabalhadores, 45 mil indivíduos a mais.
A Região Sul registrou o mais alto nível de ocupação de pessoas de 5 a 17 anos (10,2%), seguida por Norte (9,2%), Nordeste (8,7%), Centro-Oeste (8,2%) e Sudeste (6,6%)."
Informações retiradas do jornal O ESTADO DE S. PAULO - VERSÃO DIGITAL, nº 44587 - Ano 136, pág. B12. Economia. 14 de novembro de 2015, sábado (Acesso: 14/11/2015)
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