POLÍTICA INTERNACIONAL
"KIM JONG-UN DIZ QUE TESTES NUCLEARES FORAM 'UM SUCESSO"
Declaração do ditador norte-coreano foi feita durante inauguração do primeiro congresso do partido único do país em 36 anos"
"O ditador norte-coreano, Kim Jong-un, afirmou nesta sexta-feira, na inauguração do congresso do Partido dos Trabalhadores do país, que os testes nucleares e de mísseis realizados por seu regime foram 'um sucesso'. O conteúdo do discurso foi divulgado pelos meios de comunicação estatais apenas 12 horas do início do evento. A declaração chega em meio a um momento de forte tensão entre Coreia do Norte e a comunidade internacional após os testes nucleares e de mísseis realizados por Pyongyang no início do ano.
Esse é o primeiro congresso do partido único da Coreia do Norte desde 1980. A inauguração aconteceu no imponente Palácio 25 de abril, na capital Pyongyang, e teve a presença de milhares de delegados de todo o país. Jornalistas estrangeiros convidados para o evento, que terá duração de quatro dias, porém, não foram autorizados a entrar no palácio.
O ditador norte-coreano apareceu vestindo terno escuro e gravata, algo incomum para ele. Jong-un reconheceu que a Coreia do Norte atravessa 'momentos turbulentos' e ressaltou as tensões na península coreana, mas afirmou que estes problemas serão superados com 'a unidade do Partido e do Exército'.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) puniu os testes nucleares e de mísseis com a resolução 2270, que impôs a Coreia do Norte fortes sansões financeiras e comerciais, enquanto Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão ditaram unilateralmente medidas punitivas adicionais para tentar afogar a economia norte-coreana."
DÉCADA DE 1970: Com a assistência técnica da China, a Coreia do norte começa a trabalhar no desenvolvimento de mísseis balísticos de curto alcance, baseados na tecnologia do míssil soviético Scud, que, por sua vez, é derivado de um foguete alemão V2, usado na Segunda Guerra Mundial.
DÉCADA DE 1980: A Coreia do Norte começa a trabalhar em sua própria versão do sistema de mísseis Scud-B, que seria chamada de Hwasong-5. O país realiza vários testes de protótipos com um alcance de aproximadamente 300 km. Na segunda metade da década, surge o míssil de longo alcance Hwasong-6 (500 km). Pyongyang passa a ter capacidade para atingir alvos na Coreia do Sul.
DÉCADA DE 90: Em 1993, o país realiza um teste com um míssil Nodong, uma versão melhorada do Scud com alcance de 1.300 km - distância que permite atingir o Japão e Taiwan. No teste, o míssil segue por 500 km antes de cair no Mar do Japão. Apesar dos problemas técnicos do projeto, o teste causa preocupação porque o míssil poderia potencialmente carregar uma ogiva nuclear.
No ano seguinte, a Coreia do Norte deixa de fazer parte da Agência Internacional de Energia Atômica e diz que a presença dos inspetores da agência no país não será mais permitida.
No final da década, Pyongyang anuncia a criação dos mísseis Taepodong 1 e 2, que têm alcance ainda maior. O taepondong 2 alcança cerca de 6.700 km, o suficiente para atingir o Alaska. Em 31 de agosto de 1998, a Coreia do Norte dispara um Taepodong 1 contra o Japão, que cai no Oceano Pacífico. O governo afirmou que era uma tentativa de lançar um satélite no espaço.
Em setembro de 1999, a Coreia do Norte se compromete a suspender os testes com mísseis de longo alcance. Em resposta, o presidente americano Bill Clinton diminui as sanções econômicas contra o país. Um consórcio internacional liderado pelos Estados Unidos destina 4,6 bilhões de dólares para a construção de dois reatores nucleares na Coreia do Norte.
ANOS 2000: Insatisfeito com o progresso das instalações prometidas, o governo norte-coreano ameaça reiniciar seu programa de armas nucleares. O país diz que vai voltar a testar mísseis a menos que as relações com os Estados Unidos se normalizem. O Departamento de Estado americano informa, um mês depois da ameaça norte-coreana, que o país asiático está dando sequência ao desenvolvimento de seu míssil de longo alcance.
Em outubro de 2002, a Coreia do Norte admitiu a condução de um programa nuclear clandestino usando urânio enriquecido. Com isso, o país declara 'anulado' o acordo assinado em 1994 com os Estados Unidos, segundo o qual o governo norte-coreano havia se comprometido a congelar todas as suas atividades de desenvolvimento de armas nucleares.
Em 2003, o país se retira do Tratado de Não Proliferação Nuclear, acordo assinado por vários países para evitar a disseminação de armas nucleares.
Em agosto de 2003, o Grupo dos Seis (Estados Unidos, China, Rússia, Coreia do Sul e Coreia do Norte) realiza em Pequim a primeira de uma série de rodadas de negociações sobre a crise nuclear norte-coreana.
8 DE JULHO DE 2006: Em julho de 2006, a Coreia do Norte diz ter seis mísseis, incluindo um Taepo-dong 2 de longo alcance. Os Estados Unidos classificam o teste de 'provocativo'. Três meses depois, no dia 8 de outubro, o país anuncia a realização de seu primeiro teste nuclear, tornando-se o oitavo país da história a ter armas nucleares. Em resposta, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução impondo novas sanções econômicas ao país e pedindo o fim dos testes nucleares e com mísseis balísticos. A Coreis do Norte rejeita a resolução, mas concorda em retomar as negociações sobre o desarmamento.
2007 e 2008: Em um acordo assinado em setembro de 2007 com o Grupo dos Seis, a Coreia do Norte concorda em começar a desativar suas instalações nucleares. Na sequência, o país afirma que considera retomar o programa, uma vez que os Estados Unidos não removeram a Coreia do Norte da lista de países que promovem o terrorismo. Em outubro de 2008, o governo de George W. Bush tira a Coreia do Norte da lista do terror, depois de o país ter concordado em dar acesso a inspetores.
Em dezembro do mesmo ano, no final do governo Bush, representantes do grupo dos seis voltam a se reunir, mas falham na tentativa de chegar a um acordo sobre a inspeção das instalações nucleares da Coreia do Norte. Em seguida, o país afirma que não haverá mais negociações e declara que vai aumentar os esforços nucleares, incluindo o enriquecimento de urânio.
25 de maio de 2009: Quando Barack Obama estava no poder, a Coreia do Norte desafiou Estados Unidos, China e uma série de resoluções das Nações Unidas ao lançar um foguete em abril, com o objetivo declarado de colocar um satélite no espaço. Para o governo americano, no entanto, o lançamento foi uma tentativa de demonstrar capacidade de atirar uma ogiva nuclear com um míssil de longo alcance.
No dia 25 de maio, a agência oficial de notícias norte-americana anuncia que o país conduziu com sucesso seu segundo teste nuclear, 'em um nível mais alto em termos de poder explosivo'. A equipe do presidente Barack Obama congela as relações com o país asiático. No dia seguinte, novos testes com mísseis são realizados e o país se diz 'pronto para a batalha' contra os Estados Unidos.
Nas semanas seguintes ao teste nuclear, o Conselho de Segurança da ONU aprova um pacote de sanções contra a Coreia do Norte que prevê, entre outras coisas, a inspeção de embarcações e aeronaves suspeitas de terem carregamento de material militar destinado ao país.
DEZEMBRO DE 2011: No dia 19 de dezembro, a agência KCNA informa a morte do ditador Kim Jong-il, em decorrência de um ataque cardíaco. Seu filho Kim Jong-un tornou-se seu sucessor e é declarado 'líder supremo' do país, depois de duas semanas de luto nacional.
2009: Em abril de 2012, desafiando alertas da comunidade internacional, a Coreia do Norte lançou um foguete de longo alcance, mas o lançamento falhou e o foguete se partiu em minutos depois e caiu no mar. Em uma pouco usual admissão de falha, a imprensa estatal anunciou que o foguete não havia conseguido colocar em órbita um satélite.
Em dezembro do ano passado, Pyongyang anunciou que tinha planos de lançar outro foguete para tentar colocar um satélite em órbita. O lançamento foi confirmado apenas dois dias depois de o regime comunista ter divulgado que o prazo seria prorrogado, devido à questões técnicas. Em meio a crítica de diversos países, Pyongyang declara a missão um sucesso.
2013: Em janeiro deste ano, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução apresentada pelos Estados Unidos, condenando o lançamento do foguete e ampliando as sanções contra o país. Em resposta, a Coreia do Norte divulgou um comunicado afirmando que realizaria um novo teste nuclear e novos lançamentos de foguetes de longo alcance, como parte de uma nova fase de confrontação com o governo.
Notícia retirada do site VEJA.com, 06 de maio de 2016 (Acesso: 06/05/2016)
ANOS 2000: Insatisfeito com o progresso das instalações prometidas, o governo norte-coreano ameaça reiniciar seu programa de armas nucleares. O país diz que vai voltar a testar mísseis a menos que as relações com os Estados Unidos se normalizem. O Departamento de Estado americano informa, um mês depois da ameaça norte-coreana, que o país asiático está dando sequência ao desenvolvimento de seu míssil de longo alcance.
Em outubro de 2002, a Coreia do Norte admitiu a condução de um programa nuclear clandestino usando urânio enriquecido. Com isso, o país declara 'anulado' o acordo assinado em 1994 com os Estados Unidos, segundo o qual o governo norte-coreano havia se comprometido a congelar todas as suas atividades de desenvolvimento de armas nucleares.
Em 2003, o país se retira do Tratado de Não Proliferação Nuclear, acordo assinado por vários países para evitar a disseminação de armas nucleares.
Em agosto de 2003, o Grupo dos Seis (Estados Unidos, China, Rússia, Coreia do Sul e Coreia do Norte) realiza em Pequim a primeira de uma série de rodadas de negociações sobre a crise nuclear norte-coreana.
8 DE JULHO DE 2006: Em julho de 2006, a Coreia do Norte diz ter seis mísseis, incluindo um Taepo-dong 2 de longo alcance. Os Estados Unidos classificam o teste de 'provocativo'. Três meses depois, no dia 8 de outubro, o país anuncia a realização de seu primeiro teste nuclear, tornando-se o oitavo país da história a ter armas nucleares. Em resposta, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução impondo novas sanções econômicas ao país e pedindo o fim dos testes nucleares e com mísseis balísticos. A Coreis do Norte rejeita a resolução, mas concorda em retomar as negociações sobre o desarmamento.
2007 e 2008: Em um acordo assinado em setembro de 2007 com o Grupo dos Seis, a Coreia do Norte concorda em começar a desativar suas instalações nucleares. Na sequência, o país afirma que considera retomar o programa, uma vez que os Estados Unidos não removeram a Coreia do Norte da lista de países que promovem o terrorismo. Em outubro de 2008, o governo de George W. Bush tira a Coreia do Norte da lista do terror, depois de o país ter concordado em dar acesso a inspetores.
Em dezembro do mesmo ano, no final do governo Bush, representantes do grupo dos seis voltam a se reunir, mas falham na tentativa de chegar a um acordo sobre a inspeção das instalações nucleares da Coreia do Norte. Em seguida, o país afirma que não haverá mais negociações e declara que vai aumentar os esforços nucleares, incluindo o enriquecimento de urânio.
25 de maio de 2009: Quando Barack Obama estava no poder, a Coreia do Norte desafiou Estados Unidos, China e uma série de resoluções das Nações Unidas ao lançar um foguete em abril, com o objetivo declarado de colocar um satélite no espaço. Para o governo americano, no entanto, o lançamento foi uma tentativa de demonstrar capacidade de atirar uma ogiva nuclear com um míssil de longo alcance.
No dia 25 de maio, a agência oficial de notícias norte-americana anuncia que o país conduziu com sucesso seu segundo teste nuclear, 'em um nível mais alto em termos de poder explosivo'. A equipe do presidente Barack Obama congela as relações com o país asiático. No dia seguinte, novos testes com mísseis são realizados e o país se diz 'pronto para a batalha' contra os Estados Unidos.
Nas semanas seguintes ao teste nuclear, o Conselho de Segurança da ONU aprova um pacote de sanções contra a Coreia do Norte que prevê, entre outras coisas, a inspeção de embarcações e aeronaves suspeitas de terem carregamento de material militar destinado ao país.
DEZEMBRO DE 2011: No dia 19 de dezembro, a agência KCNA informa a morte do ditador Kim Jong-il, em decorrência de um ataque cardíaco. Seu filho Kim Jong-un tornou-se seu sucessor e é declarado 'líder supremo' do país, depois de duas semanas de luto nacional.
Em dezembro do ano passado, Pyongyang anunciou que tinha planos de lançar outro foguete para tentar colocar um satélite em órbita. O lançamento foi confirmado apenas dois dias depois de o regime comunista ter divulgado que o prazo seria prorrogado, devido à questões técnicas. Em meio a crítica de diversos países, Pyongyang declara a missão um sucesso.
2013: Em janeiro deste ano, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução apresentada pelos Estados Unidos, condenando o lançamento do foguete e ampliando as sanções contra o país. Em resposta, a Coreia do Norte divulgou um comunicado afirmando que realizaria um novo teste nuclear e novos lançamentos de foguetes de longo alcance, como parte de uma nova fase de confrontação com o governo.
Notícia retirada do site VEJA.com, 06 de maio de 2016 (Acesso: 06/05/2016)
Comentários
Postar um comentário