ECONOMIA
"DESEMPREGO FICA EM 11,2% NO TRIMESTRE ATÉ MAIO, O MAIOR DESDE 2012"
Por: Robson Sales
"RIO - A taxa de desemprego no país aumentou para 11,2% no trimestre encerrado em maio deste ano, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior taxa de desocupação desde o início da pesquisa, em 2012.
Em igual período de 2015, o desemprego atingia 8,1% da População Economicamente Ativa (PEA) do país. No trimestre anterior, encerrado em fevereiro, o desemprego estava em 10,2%.
A taxa do período de março a maio ficou abaixo da média estimada por consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 11,4%. O intervalo das estimativas ia de 11,1% a 11,6%.
O desemprego cresceu porque mais pessoas entraram no mercado de trabalho e não encontraram uma ocupação e também porque o número de demissões aumentou.
A população desempregada cresceu 40,3% no trimestre até maio sobre o mesmo período do ano passado, um acréscimo de 3,3 milhões de pessoas. Na comparação com o trimestre até fevereiro, houve alta de 10,3% (mais de 1,07 milhão de pessoas). Com isso, o conjunto de desempregados somou 11,4% de pessoas no trimestre encerrado em maio, ante 8,157 milhões no mesmo período de 2015 e 10,371 milhões em fevereiro. É o maior contingente desde o início da pesquisa.
A população ocupada, de 90,8 milhões de pessoas, é 1,4% inferior do que a de mesmo período em 2015, quando esse grupo era de 90,104 milhões. No trimestre encerrado em fevereiro, 91,13 milhões de pessoas estavam trabalhando. Assim, nesta comparação, houve queda de 285 mil pessoas.
O trimestre vindo em maio contou com 1,5 milhão a menos de trabalhadores com carteira assinada, perante um ano antes. A queda de 4,2% é maior para o período desde 2012, início da pesquisa.
Pelos dados do Pnad Contínua, o caminho encontrado pelos trabalhadores que perderam o benefício da carteira assinada foi o emprego doméstico e o trabalho por conta própria. Em relação a maio de 2015, o trabalho doméstico ganhou 307 mil integrantes, crescimento de 5,1%. É a maior alta percentual nesse tipo de comparação em toda a história.
O número de trabalhadores por conta própria também cresceu no último ano: subiu 4,3% ante o trimestre encerrado em maio do ano passado, ganhou mais de 950 mil pessoas.
O IBGE também constatou queda de 0,1% nos empregados no setor privado sem carteira, que significa perda de 10 mil vagas. E redução no número de empregadores, que recuou 5,2% na comparação com o trimestre móvel encerrado em maio de 2015, fechando 208 mil postos nesse tipo de ocupação.
O levantamento trouxe ainda que o nível de ocupação caiu para 54,7% no trimestre até maio, ante o trimestre terminado em fevereiro (55,1%) e em relação a igual intervalo do ano passado (56,2%).
A população na força de trabalho, também conhecida por economicamente ativa, aumentou 2% (2,028 milhões), para 102,289 milhões, ante 2015. Na comparação com o trimestre até fevereiro, o aumento foi de 0,8% ou 784 mil pessoas.
A chamada população fora da força de trabalho (inativa) aumentou 146 mil pessoas (0,2%), para 63,842 milhões de pessoas no trimestre até abril, na comparação com igual período de 2015, segundo o Pnad Contínua. No confronto com o trimestre até fevereiro de 2016, o número de inativos ficou praticamente estável, com aumento de apenas 13 mil pessoas."
"RENDA"
"Além do aumento do desemprego, a Pnad Contínua mostrou queda no rendimento das pessoas ocupadas. O valor médio habitualmente recebido em todos os trabalhos, de R$1.982, diminuiu 2,7% no confronto com igual período do ano passado, quando era de R$2.037, e se manteve relativamente estável ante o trimestre até fevereiro, quando correspondia a R$1.972.
A massa de rendimento médio habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimada em R$ 175,6 bilhões, queda de 3,3% em relação a 2015 e estável ante o trimestre anterior."
Notícia retirada do site VALOR ECONÔMICO, 29 de junho de 2016 (Acesso: 29/06/2016)
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