MUNDO ESTRANHO:
PERGUNTAS & RESPOSTAS

A partir de agora, o Conhecimento Cerebral traz em parceria com a revista Mundo Estranho, a série de matérias que despertará ainda mais sua curiosidade, resultando em mais conhecimento para você, chamada de MUNDO ESTRANHO: PERGUNTAS & RESPOSTAS. Para quem não sabe, essa revista traz mensalmente em suas publicações impressas, perguntas, que podem ser sugestão de seus leitores ou escolha dos editores, e a resposta para tal, de um jeito de dinâmico e explicativo. Por isso, resolvemos transformá-la em mais uma série de matérias para o blog. Preparado? Então, embarque você também neste mundo do conhecimento.


QUAIS FORAM OS MAIORES ERROS DE EINSTEIN?


Reportagem: Giselle Hirata
Ilustra: Pedro Muniz
Design: Thales Molina
Edição: Marcel Nadale

TUDO PARADO
Embora seja considerado um dos grandes gênios do século 20, Albert Einstein também cometeu erros. Assim como outros cientistas da época, ele acreditava, por exemplo, que o Universo era eterno e estático. Não se expandia nem se contraía. Em 1917, ele até adicionou à Teoria da Relatividade Geral uma "constante cosmológica", como forma de equilibrar a força de atração gravitacional.

MAS NA VERDADE...

Ainda em 1917, o físico foi alertado pelos pesquisadores Georges Lemaître e Willem de Sitter que a fase estática do Universo não poderia ser permanente. Ela seria seguida, necessariamente, por uma contração ou uma expansão acelerada.
Em 1929, o astrônomo Edwin Hubble reforçou a tese do afastamento das galáxias e Einstein descartou a constante, considerando-a seu maior erro.

BURACO NEGRO? QUE BURACO?
Em 1939, ele publicou um artigo dizendo que buracos negros não poderiam existir na realidade física. Em sua análise, para que esses objetos celestes fossem formados, as partículas de um aglomerado de estrelas (sob influência do próprio campo gravitacional) teriam de exceder a velocidade da luz. Dá para entender o erro: até hoje. há muitas dúvidas sobre buracos negros.

MAS NA VERDADE...
No mesmo ano, os físicos Julius Oppenheimer e Hartland Snyder concluíram que estrelas maciças poderiam colapsar sob a influência de seu próprio campo gravitacional, gerando buracos negros. Einstein levou um tempo para entender que eles estão encobertos pelo chamado "horizonte de eventos", que separa a singularidade (o ponto onde a gravidade se torna infinita) dos observadores externos.

A GRANDE REGRA DO JOGO

Na segunda fase de sua carreira, entre 1925 e 1955, Einstein errou ao tentar explicar as forças da gravidade e as forças eletromagnéticas em uma tacada só. Era um sonho da ciência no século 20, frustrada até hoje: a tal Grande Teoria Unificada, que fundiria o mundo da física quântica e o da relatividade geral. Mas as duas teorias se mostraram incompatíveis.

MAS NA VERDADE...

A comunidade científica da época já dizia que o físico estava perdendo tempo ao tentar unificar as duas áreas em uma teoria, afinal essa façanha era (e ainda é!) impossível. Além da gravidade e do eletromagnetismo foram identificadas outras duas forças fundamentais, chamadas de "forte" e "fraca". Diferentemente das outras duas, elas agem em nível subatômico.

CASSINO DIVINO

"Deus não joga dados." Era assim que o gênio alemão "tirava sarro" dos coleguinhas que estudavam mecânica quântica. Ele nunca acreditou, por exemplo, no Princípio da Incerteza, proposto por Werner Heisenberg em 1927, que dizia que nada estava definido, tudo seria probabilidade. Para Einstein, o Universo não poderia ser determinado por eventos aleatórios, como um lance de dados.

MAS NA VERDADE...

Experimentos nas últimas décadas demonstraram que a mecânica quântica está correta. Provou-se, por exemplo, que é impossível determinar a posição e a velocidade de uma partícula simultaneamente com precisão infinita: quanto mais precisa for uma das informações, menos será a outra. A realidade se revelou mais complexa do que Einstein previa, mas sua desconfiança colaborou para consolidar a base dessa teoria.


NÃO EXISTE PERGUNTA BURRA
Questionar, testar e descartar hipóteses é essencial no processo científico


"Errar é humano" vale até para gênios. Mas, para o avanço do conhecimento, isso é um mérito. não um problema. "As grandes revoluções científicas são feitas na base da tentativa e do erro. Nem as mentes mais brilhantes são capazes de gerar um novo paradigma do nada. Então, é importante tentar uma hipótese, errar, aprender com o erro e tentar novamente", ressalta Raul Abramo, professor do Instituto de Física da USP e especialista em cosmologia e Teoria da Relatividade.

FONTES: Livros Uma breve História do Tempo, de Stephen Hawking, e Os Erros de Einstein - As Falhas Humanas de um Gênio, de Hans C. Chanian.



MUNDO ESTRANHO: PERGUNTAS & RESPOSTAS foi retirada da revista MUNDO ESTRANHO - Edição 171, págs. 38 e 39. Setembro de 2015.

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