AVIÕES: O QUE AS CATÁSTROFES AÉREAS ENSINAM?


As decolagens e os pousos são um dos momentos mais importantes quando o assunto em especial, são os aviões comerciais. Todos os tripulantes, e principalmente, os pilotos, sabem que devem fazer os check-list tanto quando o avião decola, quanto quando ele pousa. E se alguma parte for esquecida ou deixada de lado, o resultado pode ser devastador. Na aviação moderna, já houve vários episódios em que os pilotos, distraídos, esqueceram de fazer alguma parte deste procedimento, como o caso de não acionarem os flaps - que são pequenas partes móveis localizadas nas asas dos aviões, que entre seus principais mecanismos, ajudam que o avião se sustente no ar-, esses mecanismos devem ser acionados na decolagem do avião, pois sem eles, os aviões comerciais, principalmente os que estão em operação pelo mundo, não conseguirão se manter no ar.  Por isso, é imprescindível que os flaps sejam estendidos na decolagem. 
Em 20 de agosto de 2008, o voo JK 5022, da empresa Spanair, caiu logo após decolar do aeroporto de Gran Canária, na Espanha. Na época, 154 pessoas morreram, e apenas 18 conseguiram sobreviver. Após as investigações, foram descobertos que os pilotos, erraram por não acionarem os flaps e stats, conforme exigido para uma decolagem segura. Na ocasião, o Douglas MD-82 (modelo do avião), saiu do solo momentaneamente, rolou para a direita, e em seguida, colidiu com o chão ao lado da pista.



FOGO EM CONGONHAS: O ACIDENTE ANUNCIADO NO DIA ANTERIOR


Acidente: Explosão da aeronave
Local: Aeroporto de Congonhas, São Paulo (Brasil)
Data do acidente: 17 de julho de 2007
Causa: Colisão com prédio da TAM devido a falhas técnicas e humanas
Companhia: TAM
Aeronave: Airbus A320-233
Número de mortos: 199

Era 17 de julho de 2007 quando o A320, voo TAM 3054, decolou do Aeroporto Internacional de Porto Alegre (RS), com destino a São Paulo. Após fazer todo o trajeto aparentemente normal, o A320 aguardava a liberação da pista para pousar no Aeroporto de Congonhas. Já estava anoitecendo e as condições  não eram muito boas, com muita chuva. Isso preocupou um pouco os pilotos, pois Congonhas era um dos aeroportos mais perigosos, e nestas condições, poucos pilotos gostariam de enfrentar sua pista em um dia assim. 
Recentemente, o aeroporto movimentado de Congonhas havia passado por algumas reformas. Mesmo assim, era evidente que a água se acumulava na pista com pequenas rachaduras e buracos, feitos pelos aviões nos pousos e decolagens. Sem escapes, que poderiam ajudar no pouso, a freagem do avião dependia apenas de uma boa manobra e experiência dos pilotos, junto com uma aeronave em perfeitas condições.
Os pilotos foram autorizados a pousar, porém, eles sabiam de que um dos reversores de empuxo (lado direito), que são "conchas que se abrem durante o pouso", e que ajudam a frear o avião, estava inoperante. Tornando o pouso ainda mais difícil sob essas condições. Após atingir a pista de Congonhas, o avião que deveria estar freando a essa altura, já na metade da pista, continuava em alta velocidade. Em pânico, o copiloto gritava: "Desacelera, desacelera!". O comandante, que tentava parar o avião, disse em resposta ao copiloto: "Não dá, não dá!". O avião estava a 200 km/h quando chegou à pista, e com o reversor direito travado, continuou seguindo sem diminuir a velocidade, e atravessou toda a pista do aeroporto e caiu na Avenida Washington Luís, quando parou só após colidir com o prédio da Tam e um posto de gasolina ao lado. A explosão forte, chamou a atenção de quem estava próximo, e pode ser ouvida de longe. Foi assim que terminou o trágico voo TAM 3054. Além de matar todas as 181 pessoas a bordo, o acidente também cessou a vida de 13 pessoas que estavam em solo, entre funcionários do prédio, e pessoas que estavam no posto de gasolina abastecendo seus carros. O desespero tomou conta de parentes que não tinham informações de quem estava no voo. A TAM demorou para divulgar a lista de passageiros. O Brasil, atônico com a tragédia, via em seus televisores as cenas do acidente, com o fogo sendo controlado incansavelmente pelos bombeiros. Mesmo depois da explosão do avião no prédio, algumas pessoas que trabalhavam ali ainda estavam vivas, e tentavam fugir do fogo. Um cena em especial, mostrava um homem e uma mulher que tentava escapar das chamas. A cena foi transmitida várias vezes por dias e semanas depois do desastre acontecer.
Nas investigações sobre as causas do desastre, foram identificadas que a falha do reversor de empuxo direito, junto com erros dos pilotos, que segundo os investigadores, não acionaram os spoilers, que poderiam ajudar a desacelerar o avião quando o mesmo encostou pela primeira vez na pista. Outro erro dos pilotos, foi que os manetes estavam em posição de aceleração, quando deveriam estar na posição contrária, de desaceleração. A falta dos chamados grooving, que seriam rachaduras que aumentam a aderência do piso e ajudam no escoamento da água da pista, também contribuíram para que o acidente acontecesse. Ainda segundo os investigadores, com as tais condições de Congonhas, o aeroporto deveria estar fechado, e os voos deveriam ter sido transferidos para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, e outros aeroportos em condições melhores.
O aeroporto ficou com a pista fechada por dias, para as investigações.
Um agravamento da situação do aeroporto de Congonhas é que, no dia anterior, uma aeronave da Pantanal Linhas Aéreas havia derrapado na pista e quase caiu na mesma avenida do qual o avião da TAM atravessou. Mesmo assim, nada foi feito depois disso, apenas Congonhas foi fechado por 20 minutos. Outro evento que chamou atenção para as péssimas condições do aeroporto, é que um avião da mesma companhia do acidentado, teve dificuldades para frear, e os pilotos só conseguiram parar poucos metros do final da pista. Segundo eles, foi avisado aos responsáveis sobre o ocorrido, e por isso, poderia ter evitado o acidente. Estes foram apenas dois dos aviões que poderiam ter tido o mesmo destino do trágico acidente.
A pista em questão, havia sido liberada apenas 15 dias antes da tragédia, sem as devidas condições para funcionamento.
Como medidas após o acidente, muitos voos foram transferidos para outros aeroportos, como o Internacional de Guarulhos, enquanto a pista principal ficasse fechada para as investigações. 
Várias pessoas do aeroporto, da empresa e outros envolvidos, passaram por julgamentos. No entanto, não houve condenação.
Após o trágico evento, o aeroporto de Congonhas passou por mudanças em suas estruturas, como a colocação do grooving, fazendo com que a água das chuvas não mais se acumulasse na pista. Mas nem por isso, o aeroporto perdeu a fama de ser um dos mais perigosos do país.

Veja imagens abaixo do acidente, do percurso e do Memorial criado no local onde ficava o prédio da TAM:




SUGESTÃO

Sugerimos que você assista a reportagem sobre o acidente feita pelo programa Domingo Espetacular, da RecordTV. As imagens são do YouTube, e o idioma é o português.

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