CONHECIMENTO CEREBRAL DESTACA SAÚDE!
"UM DIA SIM. OUTRO TAMBÉM"
"Proteção solar é assunto sério: previne doenças graves, como o câncer, além de evitar os estragos que o sol pode causar na pele. Se você ainda não incorporou um FPS aos cuidados do dia a dia, saiba que está mais do que na hora de tomar uma atitude"
Por: Carol Salles
Larissa Bosco [colaborou]
"Algumas coisas estão inseridas em nossa rotina - como escovar os dentes, tomar banho, pentear o cabelo... -, que nem precisamos pensar para executá-las. Mas e se disséssemos que a essa lista de tarefas diárias você deve adicionar a aplicação de filtro solar? Caso não tenho o hábito de proteger o corpo dos raios UV emitidos pelo sol, saiba que, infelizmente, você não está sozinha: a marca Sundown, em parceria com o IBOPE Inteligência Pesquisa e Consultoria, realizou um levantamento on-line acerca dos hábitos de uso de protetor solar das brasileiras. Foram consultadas 1.000 mulheres de todas as regiões do País, entre 25 e 60 anos. O resultado mostrou que 38% delas usam o protetor solar apenas eventualmente. Desse número, 69% usam só quando vão à praia ou à piscina; 40% só usam no verão, em dias de sol forte; e 30% usam somente em dias ensolarados, em qualquer época do ano. A pesquisa também apontou que 44% dessas mulheres conhecem alguém que jé teve câncer de pele de pele causado pela exposição solar e 77% concordam que a radiação solar é a maior causadora da doença. Outra pesquisa mostrou que aproximadamente 67% dos brasileiros desconhece a relevância do uso do protetor solar no dia a dia."
"DESINFORMAÇÃO"
"Existem vários motivos que justificam isso. Muitos ainda associam o uso do produto apenas a situações de exposição intencional, ou seja, quando a pessoa vai passar o dia no praia ou na piscina. Muitos acreditam, ainda, que a proteção não é necessária para o seu tipo de pele e, por fim, também há dificuldade de perceber os benefícios em longo prazo da utilização desse produto - como a prevenção do câncer de pele, do envelhecimento precoce e das manchas. Portanto, vale aqui o alerta: segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), o câncer de pele representa um em cada três casos diagnosticados no Brasil e tem como principal causa exposição solar."
"OS DANOS DA RADIAÇÃO"
"O sol é importante para a saúde do planeta - todos sabemos que sem ele não há vida. O astro emite radiação eletromagnética, sendo que a maior parte é filtrada pela atmosfera antes de chegar à Terra. Os ultravioleta (UV) são raios de luz emitidos pelo sol invisíveis ao olho humano. São classificados de UVA, UVB e UVC, mas apenas os dois primeiros chegam à superfície do planeta. Além deles, também atingem o globo a radiação ou luz visível, que nos permite enxergar o que está acontecendo ao nosso redor, e os raios infravermelhos, que podem ser percebidos por aquele calorzinho que sentimos quando o sol toca nossa pele. Este tipo de raio é originado por tudo que emite calor, como o sol e os aparelhos eletrodomésticos. O infravermelho penetra mais profundamente que os raios UV na pele, embora seu dano seja bem menor que o causado pela radiação UV quando exposto durante o mesmo período. A radiação UVA tem comprimento de onda mais longo, e sua intensidade tem pouca variação durante o dia. Ela penetra profundamente na pele e é a principal responsável pelo fotoenvelhecimento e pelo câncer de pele. Já a radiação UVB tem comprimento de onda mais curta e é mais intensa, sendo a principal responsável pelas queimaduras solares e pela vermelhidão na pele', explica Sabrina Batistella, pediatra da Johnson & Johnson. De toda radiação UV que chega à Terra, mais 90% atravessa as nuvens - por isso, é um erro achar que em dias nublados o uso do protetor solar está dispensado, até porque o potencial cancerígeno da radiação UV é cumulativo, isto é, quanto maior tempo de exposição, maior o risco de desenvolvimento da doença. 'A fotoexposição contínua - ou seja, aquela que é feita sem proteção adequada - é responsável por 50% do envelhecimento cutâneo, e não existe rotina dermatologicamente saudável sem a inclusão do protetor solar', diz Juliana Neiva, dermatologista, do Rio de Janeiro (RJ)."
"A MELHOR ESCOLHA"
"Agora você já sabe que o uso do protetor solar é mais do que uma questão estética - é um cuidado com a sua saúde. Então, surgem as dúvidas: como comprar o melhor produto? Qual o FPS (fator de proteção solar) mais indicado? Para uso no dia a dia, o recomendado é optar por fragrâncias mais suaves e produtos de fácil aplicação. O tipo de pele, especialmente no rosto, é outro fator que deve ser levado em consideração. As secas se adaptam melhor àqueles produtos que trazem ingredientes hidratantes. Já protetores com antioxidantes podem complementar a prevenção contra o envelhecimento precoce. Sua pele é oleosa? Então procure protetores de toque seco e que ajudem a controlar a oleosidade e o brilho. Essa informações costumam vir descritas na embalagem de cada produto. 'Quem passa o dia no escritório pode optar por um produto com cor de base, que oferece melhor proteção contra a luz visível de computadores e lâmpadas', diz Juliana Neiva. 'Para o corpo, gosto de prescrever um filtro que tenha uma maleabilidade melhor. É o caso dos filtros em espuma, loção ou spray', completa. O número do fator de proteção solar corresponde ao tempo que uma pele fica protegida sob o sol. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o número mínimo ideal é o 30. 'Para quem tem a pele clara, indicado fator de proteção a partir de 50. Para os negros indico o fator 30, que é consenso da SBD para todos os tipos de pele. As crianças também devem usar fator a partir de 50, mas com uma particularidade: devem ser filtros com proteção predominantemente física, que são menos alérgicos', diz Adriana Cairo, dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e médica preceptora da área de dermatologia do Complexo Hospitalar Heliópolis, em São Paulo."
"COMO APLICAR"
"O ideal é sempre espalhar o produto na pele 30 minutos antes da exposição solar, tanto na praia quanto na cidade, para dar tempo de ser absorvido. Depois disso, reaplique a cada duas horas. Quem fica no escritório o dia todo pode fazer de duas a três aplicações por dia. A quantidade de produto usada também faz toda diferença. Caso seja espalhado em quantidade insuficiente, a proteção fica comprometida. A conta é de 2 miligramas por cm², o que dá, aproximadamente, 45 miligramas em um adulto. Para facilitar, use o método de colher de chá: uma medida para rosto, pescoço e cabeça, duas para os braços e antebraços, quatro para coxas e pernas em duas para frente e trás do torso. No caso do protetor em spray, recomenda-se borrifá-lo próximo à pele, fazendo movimentos de vaivém e, depois, espalhando com as mãos, para garantir uma cobertura homogênea."
"COMO PROTEGER AS CRIANÇAS"
"A pele delicada delas merece cuidados especiais. Para bebês com menos de 6 meses, a recomendação é evitar exposição direta ao sol, bem como protetores solares tradicionais. Por isso, use os chamados protetores mecânicos: sombrinhas, guarda-sóis, bonés e roupas. Dos 6 meses aos 2 anos, os filtros indicados são os físicos, que formam uma barreira sobre a pele, por terem menor potencial de causar alergias, terem alta resistência à água e fornecerem proteção imediata. Já os filtros químicos podem ser usados a partir dos 2 anos, em fórmulas específicas para crianças (procure por essa informação no rótulo do produto). Nesse caso, em relação à quantidade a ser aplicada, vale a regra dos adultos, apenas substituindo a medida de uma colher por meia colher. Roupas, bonés e óculos com proteção UV sempre garantem uma ajudinha extra, independentemente da idade da criança. O náilon, a seda e o poliéster têm fator de proteção maior do que o algodão, a viscose, o rayon e o linho. Além disso, fique de olho na trama da peça: quanto menores forem os espaços entre os fios do tecido e maiores forem o peso e a espessura, maior será a proteção. Cores escuras aumentam a proteção de três a cinco vezes. No entanto, quando molhadas, as roupas perdem metade do FPS."
A matéria acima foi retirada da revista PENSE LEVE - X Ano 26 - nº 305, págs. 52, 53, 54, 55 e 56. Dezembro de 2017. Todos os direitos autorais são reservados à revista PENSE LEVE e da Editora Abril.
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