CONFLITOS INTERNACIONAIS


"EM PIOR DIA EM 3 ANOS DE GUERRA DA SÍRIA, 106 MORREM"
"Bombardeios a reduto rebelde de Ghouta matam 250 pessoas; no norte do país, aumenta a tensão entre turcos e forças pró-Assad"


"A guerra na Síria teve ontem um dos piores dias em três anos. As forças do presidente sírio Bashar Assad lançaram um ataque contra o encrave oposicionista no leste da cidade de Ghouta, e deixaram ao menos 106 mortos. Os bombardeios já duram três dias e mataram mais de 250 pessoas, entre elas 58 crianças, e deixaram 400 feridos - o maior número de vítimas na guerra desde 2013.
No leste de Ghouta, um reduto rebelde nos arredores da capital síria, Damasco, onde moram mais de 400 mil civis, pelo menos 700 pessoas morreram desde que as forças de Bashar Assad cercaram a área há três meses, realizando bombardeios e ataques aéreos contra casas e hospitais, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ONG que monitora o conflito.
Os intensos bombardeios dos últimos três dias seriam uma tentativa de abrir caminho para uma nova ofensiva terrestre que permita ao regime de Assad recuperar o controle da zona, nas mãos dos rebeldes desde 2012.
Organizações não governamentais que atuam na região afirmaram que este pode ser o pior massacre em sete anos de guerra civil. A Anistia Internacional disse que o regime sírio está cometendo 'flagrantes crimes de guerra em escala épica', no leste de Ghouta.
A ONU disse que a situação está 'fora de controle' e exigiu o cessar-fogo imediato para permitir a entrada de centenas de civis gravemente doentes e feridos. A Unicef publicou ontem, um comunicado em branco, com uma nota de rodapé em que se lê: 'já não temos palavras para descrever o sofrimento dos menores e nossa indignação. Nenhuma palavra fará justiça aos menores assassinados, as suas mães, aos seus pais e aos entes queridos'."


"Escalada da guerra. Ontem, forças pró-governo entraram na região de Aflin, no norte da Síria, para ajudar a milícia curda das Unidades de Proteção do Povo (YPG), alvo de uma ofensiva da Turquia na região desde janeiro. Momentos depois da entrada, bombardeios atingiram o grupo, o que teria feito os combatentes recuarem, segundo a agência de notícias estatal turca Anadolu.
Os movimentos das forças pró-governo elevou o temor de uma escalada no conflito, pois coloca o Exército turco e os grupos rebeldes sírios diretamente contra a aliança militar que apoia o governo de Assad. O governo turco disse ter alertado as forças pró-Síria a ficar fora de Afrin./" AFP, REUTERS e NYT 


A notícia acima foi retirada do jornal O ESTADO DE S. PAULO - EDIÇÃO DIGITAL - Ano 139, nº 45417, pág. A9. Internacional. 21 de fevereiro de 2018, quarta-feira (Acesso: 21/02/2018)

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