MUNDO ESTRANHO: RETRATO FALADO
O MUNDO ESTRANHO: RETRATO FALADO, são histórias que movidas a comportamentos estranhos, despertam curiosidade sobre o fim de seus protagonistas. Por isso, o Conhecimento Cerebral traz em parceria com a revista Mundo Estranho, para que elas também despertem a sua curiosidade. Produzido por Edson José de Santana (sugestão pelo Facebook), Janaína Harada (texto), Murilo Araújo (ilustra), Yasmin Ayumi (design) e Felipe van Deursen (edição). Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores e ao site da revista.
JHON VELÁSQUEZ, O MATADOR DO CARTEL DE MEDELLÍN
Eles foi um dos sicários mais mortais de Pablo Escobar. Mas, diferente do patrão, sobreviveu e hoje é webcelebridade
FICHA CRIMINAL
NOME: Jhon Jairo Velásquez Vasquéz (1962)
LOCAL DE ATUAÇÃO: Colômbia
MORTES: 3 mil (direta e indiretamente)
1: John ou J.J, nasceu em uma zona industrial em Yarumal, cidade nos Andes colombianos na região de Medellín. Sem muito o que ver e fazer no pequeno município (que hoje tem 25 mil habitantes), ele considerava sua infância limitada. Tudo mudou quando o emprego de seu pai transferiu a família para Itagul, na região metropolitana de Medellín.
2: Lá, mais velho, J.J. cogitou trabalhar na polícia, alistando-se em uma unidade local. Mais tarde, tentou a vida como fuzileiro naval, mas se frustrou ao perceber que o trabalho era tedioso, sem a ação e as armas que ele imaginava. Nessa época, o queixo saliente (que seria operado anos depois) rendeu-lhe o apelido de Popeye.
3: Popeye reencontrou um amigo de infância, Jhon Tascón, o Pinina, que trabalhava em uma organização em franca ascensão, o cartel de Medellín. Pinina o convenceu a se juntar a ele como sicário (matador). Aos 18 anos e sonhando com um futuro com grana e mulheres, Popeye topou. Sua primeira missão: matar o motorista de ônibus que negou ajuda à mãe de um amigo do chefão do cartel, Pablo Escobar.
4: O tráfico de cocaína deixou Escobar tão poderoso nos anos 1980 a ponto de ele entrar na mira dos EUA, que tinham o maior mercado consumidor da droga no mundo e queriam que os grandes traficantes fossem julgados lá. Para pressionar o governo colombiano a não aceitar acordos de extradição, Escobar ordenou uma série de sequestros de políticos, Popeye participou do processo e chegou, em 1988, a sequestrar até um candidato a prefeito de Bogotá, Andrés Pastrana.
5: Popeye manteve Pastrana em cativeiro por oito dias, no mesmo lugar em que o procurador-geral Carlos Maduro Hoyos. Escobar decidiu eliminar o promotor, então Popeye realizou o serviço com três tiros. Resgatado, Pastrana foi eleito prefeito de Bogotá (em 1998, ele viraria presidente da Colômbia). Em 1990, Popeye sequestrou outros figurão: Francisco Caldeirón, que se tornaria vice-presidente do país, 2002.
6: O poder do cartel era visível em seu arsenal. Os traficantes chegaram a ter lança-foguetes, mas não aprenderam como usá-los. Em vez disso, Popeye investiu nos carros-bomba. Ele foi responsável por pelo menos 200 atentados em Bogotá, Medellín e Call e participou do planejamento da explosão do voo 203 da Avianca, que matou 110 pessoas em 1989
7: Em 1991, já parte dos Extraditáveis, grupo de elite do cartel, Popeye se mudou para a Catedral, a luxuosa prisão desenhada e arquitetada por Escobar, de onde o Pavón continuaria a comandar o tráfico de drogas. Lá, Escobar assassinou Fernando Galeano e Geraldo Moncada, membros do cartel acusados de desviar dinheiro do tráfico. Coube a Popeye desmembrar e atear fogo nos corpos.
8: Popeye se entregou à polícia em 1992, quando o cerco ao cartel se fechava cada vez mais. Ele foi condenado a 30 anos de prisão pela morte do candidato à presidência Luis Carlos Galán, em 1989. Mas não perdoou as outras, que lhe renderam uma nota. Só por Galán, ele ganhou US$ 100 mil. Quando matou Hoyos, faturou outros US$ 200 mil.
9: Na prisão, Popeye foi alvo de diversas tentativas de assassinatos até ser transferido para um presídio de segurança máxima, onde entrou em acordo para a redução da pena e fez diversos cursos. Ele também virou mentor de jovens prisioneiros, orientando-os a não voltar ao crime. Está em liberdade condicional desde 2014
QUE FIM LEVOU? Depois da prisão, Popeye escreveu livros e virou youtuber. Mas foi acusado de violar a condicional e se reunir com um traficante. Ele pode voltar à cadeia.
MUNDO ESTRANHO: RETRATO FALADO foi retirado da revista MUNDO ESTRANHO - Edição 206. Março de 2018. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista MUNDO ESTRANHO e à Editora Abril.
2: Lá, mais velho, J.J. cogitou trabalhar na polícia, alistando-se em uma unidade local. Mais tarde, tentou a vida como fuzileiro naval, mas se frustrou ao perceber que o trabalho era tedioso, sem a ação e as armas que ele imaginava. Nessa época, o queixo saliente (que seria operado anos depois) rendeu-lhe o apelido de Popeye.
3: Popeye reencontrou um amigo de infância, Jhon Tascón, o Pinina, que trabalhava em uma organização em franca ascensão, o cartel de Medellín. Pinina o convenceu a se juntar a ele como sicário (matador). Aos 18 anos e sonhando com um futuro com grana e mulheres, Popeye topou. Sua primeira missão: matar o motorista de ônibus que negou ajuda à mãe de um amigo do chefão do cartel, Pablo Escobar.
4: O tráfico de cocaína deixou Escobar tão poderoso nos anos 1980 a ponto de ele entrar na mira dos EUA, que tinham o maior mercado consumidor da droga no mundo e queriam que os grandes traficantes fossem julgados lá. Para pressionar o governo colombiano a não aceitar acordos de extradição, Escobar ordenou uma série de sequestros de políticos, Popeye participou do processo e chegou, em 1988, a sequestrar até um candidato a prefeito de Bogotá, Andrés Pastrana.
5: Popeye manteve Pastrana em cativeiro por oito dias, no mesmo lugar em que o procurador-geral Carlos Maduro Hoyos. Escobar decidiu eliminar o promotor, então Popeye realizou o serviço com três tiros. Resgatado, Pastrana foi eleito prefeito de Bogotá (em 1998, ele viraria presidente da Colômbia). Em 1990, Popeye sequestrou outros figurão: Francisco Caldeirón, que se tornaria vice-presidente do país, 2002.
6: O poder do cartel era visível em seu arsenal. Os traficantes chegaram a ter lança-foguetes, mas não aprenderam como usá-los. Em vez disso, Popeye investiu nos carros-bomba. Ele foi responsável por pelo menos 200 atentados em Bogotá, Medellín e Call e participou do planejamento da explosão do voo 203 da Avianca, que matou 110 pessoas em 1989
7: Em 1991, já parte dos Extraditáveis, grupo de elite do cartel, Popeye se mudou para a Catedral, a luxuosa prisão desenhada e arquitetada por Escobar, de onde o Pavón continuaria a comandar o tráfico de drogas. Lá, Escobar assassinou Fernando Galeano e Geraldo Moncada, membros do cartel acusados de desviar dinheiro do tráfico. Coube a Popeye desmembrar e atear fogo nos corpos.
8: Popeye se entregou à polícia em 1992, quando o cerco ao cartel se fechava cada vez mais. Ele foi condenado a 30 anos de prisão pela morte do candidato à presidência Luis Carlos Galán, em 1989. Mas não perdoou as outras, que lhe renderam uma nota. Só por Galán, ele ganhou US$ 100 mil. Quando matou Hoyos, faturou outros US$ 200 mil.
9: Na prisão, Popeye foi alvo de diversas tentativas de assassinatos até ser transferido para um presídio de segurança máxima, onde entrou em acordo para a redução da pena e fez diversos cursos. Ele também virou mentor de jovens prisioneiros, orientando-os a não voltar ao crime. Está em liberdade condicional desde 2014
QUE FIM LEVOU? Depois da prisão, Popeye escreveu livros e virou youtuber. Mas foi acusado de violar a condicional e se reunir com um traficante. Ele pode voltar à cadeia.
MUNDO ESTRANHO: RETRATO FALADO foi retirado da revista MUNDO ESTRANHO - Edição 206. Março de 2018. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista MUNDO ESTRANHO e à Editora Abril.
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