CURIOSIDADES


"5 INVENTORES QUE FORAM MORTOS POR SUAS PRÓPRIAS INVENÇÕES"
"Carro voador. Transfusão de sangue infectado. Jaqueta para-quedas. E muitas, muitas ironias do destino"


Por: Bruno Vaiano

1. Sangue do meu sangue
O visionário russo Alexander Bogdanov, que viveu na virada do século 19 para o 20, era uma mistura peculiar de médico com alquimista fora da época. Foi um dos pioneiros da transfusão sanguínea entre seres humanos, mas sua ideia era usar a técnica para um fim um pouco mais ambicioso do que salvar pessoas feridas; rejuvenescimento. Morreu em 1928, aos 54 anos, testando a Pedra Filosofal em si mesmo. Injetou em si mesmo o sangue de um rapaz que, além de tuberculose e malária, tinha um tipo sanguíneo incompatível com o seu (há várias versões da história, algumas não mencionam a doença). Não deu outro.

2. Má impressão
O americano William Bullock foi uma das figuras mais importantes no desenvolvimento das impressoras rotativas - aquelas máquinas enormes que hoje são usadas com qualquer gráfica de grande porte. Morreu em 1867 quando dava os toques finais em uma de suas engenhocas, recém-instalada no porão do jornal Public Ledger, na Filadélfia. Ao que consta (a história é quase folclórica de tão obscura), uma correia se soltou da polia e Bullock tentou encaixá-la de volta no lugar com um chute. A preguiça saiu caro. Seu pé ficou preso em um dos cilindros, gangrenou e precisou ser amputado: ele não resistiu à cirurgia.

3. O pinto voador
Henry Smolinski aparentemente era fã dos Jetsons: na década de 1970, na Califórnia, fundou a AVE, uma espécie de startup dedicada a viabilizar economicamente um carro voador. A solução não foi muito sofisticada: ele e seu sócio Harold Blake pegaram um Ford Pinto - um carro compacto esportivo que não saiu no Brasil por causa do nome dos custos de produção - e atrelaram à traseira as asas do motor de um pequeno avião Cessna. Em 1973, durante um voo de demonstração do Mizar (como foi batizado o veículo) os dois estudantes de pós-graduação morreram. Segundo um controlador de tráfego aéreo, que observou a cena com binóculos, a haste que ligava a asa direita ao para-lama de trás arrebentou - e a asa se dobrou.

4. Enroscado
Thomas Midley Jr foi um engenheiro químico e o terror do meio ambiente: uma de suas centenas de invenções patenteadas foram os CFCs - que em 1897, de tão nocivos para a camada de ozônio, foram proibidos no mundo todo pelo protocolo de Montreal. Aos 51 anos, contraiu poliomelite e ficou parcialmente paralisado. Para facilitar a rotina na cama, construiu um sistema de cordas e polias automáticas que ajudava os enfermeiros a erguê-lo ou mudá-lo de posição. Em 1944, prendeu o pescoço na engenhoca e morreu sufocado.

5. Do chão não passa 
O alfaiate austríaco Franz Reichelt morava em Paris, na França, quando deu uma de Tony Stark da belle époque, inventou uma jaqueta para aviadores que se desdobrava em uma espécie de paraquedas portátil em caso de acidente. A roupa voadora era razoavelmente leve - 9 kg, de acordo com um jornal da época - e testes feitos com bonecos lançados da janela do apartamento de Reichelt haviam sido um sucesso. Ele não teve dúvida: às 8h22 da manhã de 4 de fevereiro de 1912, contra a vontade da polícia e diante de centenas de pessoas, subiu na Torre Eiffel e pulou. Morreu assim que atingiu o chão. E foi tudo filmado. 


Matéria retirada do site SUPERINTERESSANTE, 11 de junho de 2018 (Acesso: 12/06/2018)

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