GEOGRAFIA:
VESTIBULAR E ENEM


O Enem e os vestibulares estão chegando, e junto com eles, as temidas provas que englobam e requerem muito conhecimento sobre os mais diversos assuntos e disciplinas. A geografia é uma delas. Aliás, uma das mais importantes. Por isso, para ajudar você ainda mais em seus estudos, à partir de agora, o Conhecimento Cerebral irá disponibilizar gratuitamente, os assuntos mais importantes dessa disciplina com o conteúdo didático, baseado na atualidade, do Guia do Estudante (GE)O material será dividido em capítulos, de acordo com o livro GE - Geografia: Vestibular e Enem 2018, e ao final de cada um deles, serão disponibilizados exercícios para que você treine e memorize o que foi aprendido, preparando-se para os vestibulares e concursos públicos. O Conhecimento Cerebral agradece e deseja bom estudo!


CAPÍTULO 4: ATMOSFERA - METEOROLOGIA


TUDO O QUE VEM DO CÉU
Conheça os fenômenos que movimentam a atmosfera terrestre e são objeto de estudo dos meteorologistas




A meteorologia é a ciência que estuda a atmosfera terrestre e seus principais fenômenos. Trata-se de uma ciência muito complexa, já que a atmosfera é bastante extensa e instável. Mas o grau de precisão da previsão do tempo evoluiu muito desde a construção dos primeiros termômetros no século XVI. Os meteorologistas contam hoje com instrumentos como satélites, radares, boias marítimas e balões atmosféricos para estudar os mais variados fenômenos através da análise de dados em supercomputadores.

Os boletins meteorológicos são essenciais para o controle do tráfego de aviões, para a agricultura, para o gerenciamento de recursos hídricos e para situações menos rotineiras, como a chegada de furacões. A seguir, confira um mapeamento dos principais fenômenos atmosféricos estudados pelos meteorologistas.



NUVEM
É um agregado de gotículas de água, de cristais de gelo, ou uma combinação dos dois. As nuvens são formadas principalmente pelo movimento ascendente do ar úmido: o vapor d'água condensa quando a temperatura diminui até o ponto de orvalho. Elas são classificadas em vários tipos, de acordo com o aspecto, a estrutura e a forma.

CHUVA
É a precipitação de água em forma líquida, com gotas de diâmetro maior que 0,5 milímetro. Existem três tipos de chuva.
A chuva de convecção é resultante da ascensão do vapor-d'água das partes mais baixas da atmosfera - mais aquecido, ele esfria e se condensa à medida que sobe. É o caso de pancadas de chuva que ocorrem durante o verão na região Sudeste do país.
A chuva frontal é o resultado do encontro de duas massas de ar de diferentes temperaturas e umidades: a massa fria e seca empurra para cima a massa quente e úmida, que esfria e provoca a precipitação. Esse tipo de chuva é típico das regiões de clima temperado.
A chuva orográfica ou de relevo ocorre quando a massa de ar sobe por causa de algum obstáculo de relevo, como uma montanha - a queda de temperatura, na ascensão, provoca a condensação do vapor. Essa chuva é comum nas áreas próximas ao litoral do Nordeste e do Sudeste, que recebem massas úmidas do Atlântico.

NEVE, GRANIZO E GEADA
Um dos mais belos fenômenos atmosféricos, a neve é fruto da precipitação de cristais de gelo, geralmente agrupados em flocos, que são formados pelo congelamento do vapor-d'água suspenso na atmosfera. O granizo, por sua vez, é o cristal de gelo que, por causa de fortes correntes ascendentes dentro da nuvem, acaba subindo e caindo várias vezes, até ganhar volume e se precipitar de vez. Por fim, até a geada nada mais é que orvalho congelado, que, sob a forma de uma fininha camada branca, cobre as superfícies onde cai.

VENTO
Trata-se do deslocamento de ar, geralmente na horizontal, de um ponto de pressão atmosférica mais alta para onde ela é mais baixa. As diferenças de pressão, causadoras dos ventos, estão relacionadas à temperatura. A brisa nas regiões litorâneas é um bom exemplo disso: o continente e o mar concentram calor de maneiras diferentes, e isso faz o vento mudar de direção conforme o período do dia.

MASSA DE AR
Trata-sede um corpo de ar com características próprias de umidade, pressão e temperatura. Essas características dependem das diferentes regiões da superfície terrestres em que as massas se formam: caso ocorra nos polos, serão frias e secas; se se formarem nas áreas oceânicas tropicais, serão quentes e úmidas.

A borda de massa de ar frio que avança em direção a outra mais quente, provocando quedas bruscas de temperatura, é chamada frente fria. Trata-se de um mecanismo natural da atmosfera para compensar diferenças de temperatura no planeta. Avançando com velocidades de até 30 km/h, o ar frio e seco, mais denso, empurra a massa quente e leve para cima. Se houver umidade suficiente, a passagem da frente causará chuvas intensas, com direito a granizo, raios e trovões. As mais severas podem provocar quedas de até 10 ºC em apenas uma hora.

No Brasil, as regiões mais atingidas pelo fenômeno são a Sudeste e a Sul, onde também podem ocorrer geadas. Isso acontece porque, na América do Sul, a maioria das frentes frias se origina nas latitudes médias, ao extremo sul do continente. Com seu avanço, contudo as frentes perdem energia e velocidade, e o contato com o solo quente reduz o frio das massas de ar. Por isso, é tão raro uma frente fria chegar até o Nordeste.

Já a frente quente é a extremidade de uma massa de ar quente que se forma pela evaporação da água de correntes marítimas quentes - essas massas de ar elevam a temperatura e a umidade nas regiões que elas atingem.

VENTOS ALÍSIOS E A ZONA DE CONVERGÊNCIA
A circulação dos ventos em escala em escala global tem grande influência nos tipos de clima, sobretudo na circulação das massas de ar, consequentemente, na formação e no volume das chuvas nas diferentes regiões do globo. Toda essa troca de ar entre as camadas mais baixas e mais altas da troposfera, bem como em diferentes latitudes, dão origem a "células" de circulação de ar em escala global, denominadas células de Hadley.
Nas baixas latitudes, em regiões próximas à linha do Equador, o ar tende a subir por ser mais aquecido e menos denso. No alto da troposfera, essas correntes de ar são impulsionadas para latitudes maiores, próximas aos trópicos de Câncer e Capricórnio, onde se resfriam e tornar a descer para a superfície, em direção à região equatorial. Esses ventos, denominados alísios, são úmidos e provocam chuva.
Os alísios sofrem um desvio em função do movimento de rotação da Terra: no Hemisfério Sul, eles vêm do sudeste e, no Hemisfério Norte, partem do nordeste. Esse fenômeno é conhecido como efeito de Coriócolis. Nas latitudes maiores, ocorrem movimentos semelhantes, porém com sentido contrário ao da região intertropical.
A faixa onde ocorre o encontro dos ventos alísios provenientes do Hemisfério Norte e do Hemisfério Sul é denominada Zona de Convergência dos Ventos Alísios. Essa faixa não está exatamente sobre a linha do Equador pois acompanha a variação das estações do ano: quando o verão no Hemisfério Norte, ele se forma mais ao norte e, ao contrário, move-se mais para o sul quando é verão nesse hemisfério. A Zona de Convergência, associada a outros fatores, como a temperatura das águas oceânicas e a circulação das massas de ar locais, pode favorecer a formação de chuvas, visto que é onde se encontram os ventos úmidos dos dois hemisférios na região intertropical.
Veja na ilustração abaixo como são formados os ventos alísios:



SAIBA MAIS

AS MASSAS DE AR QUE ATUAM NO BRASIL
As massas de ar têm influência indireta nos tipos de clima no Brasil. Devido à localização do país no globo, predominam as massas equatoriais e tropicais. Porém, no inverno ocorre a atuação da massa Polar Atlântica em grande parte do território brasileiro. Veja a seguir como se caracteriza cada uma dessas massas.


MASSAS ATUANTES

^EC
Equatorial Continental
Origina-se na região amazônica, onde as elevadas temperaturas e a umidade proveniente da evaporação (liberação de água pelas plantas) e da evaporação de rios e lagos a tornam quente e úmida. Sua influência atinge grande parte do território nacional durante o verão no Hemisfério Sul, transferindo umidade da Floresta Amazônica para regiões de clima tropical e semiárido. No inverno no Hemisfério Sul, essa massa perde força e sua atuação se restringe à Região Norte.

^EA
Equatorial Atlântica
Esta massa também tem origem na região equatorial, mas ela surge sobre o Oceano Atlântico. O elevado índice de evaporação das águas quentes do Atlântico central torna esta massa de ar quente bastante úmida. De modo geral, a massa Equatorial Atlântica atinge a Região Norte e a faixa costeira da Região Nordeste. Sua incidência está relacionada à variação das estações durante o verão do Hemisfério Sul encontra-se mais ao sul e, quando o Hemisfério Norte está no verão, desloca-se mais para o norte.

^TA
Tropical Atlântica
Forma-se sobre o sul do Oceano Atlântico e é caracterizada como uma massa quente e úmida. Atua diretamente sobre a porção leste do Brasil nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, sendo responsável, por exemplo, pelas chuvas orográficas (de relevo) nas encostas das serras litorâneas, como a Serra do Mar, na Região Sudeste.

^TC
Trópico Continental
Forma-se em uma região de clima tropical mais seco, no semiárido da região conhecida como Chaco, no Paraguai. Por isso, a massa Tropical Continental caracteriza-se como quente e seca. Ela atua durante o verão nas regiões Sul e Centro-Oeste, sendo responsável pela ocorrência de estiagens, sobretudo no oeste de Santa Catarina e do Paraná e no noroeste gaúcho.

^PA
Polar Atlântica
Forma-se sobre o Oceano Antártico e sobre o extremo sul do Oceano Atlântico. Em sua origem, a massa Polar Atlântica é fria e seca devido aos baixos índices de evaporação da água nessas regiões oceânicas. À medida que se desloca para o norte e atravessa outras áreas do oceano, penetrando no continente, ela provoca chuvas com a formação de frentes frias. Com o avanço dessa massa polar, o ar úmido mais quente (menos denso) que se encontra nas regiões por onde ela passa é forçado a subir, formando nuvens de chuva (chuvas frontais). Essa massa de ar pode chegar, ainda que com menor intensidade do que nas regiões Sul e Sudeste, até as regiões Norte e Centro-oeste, onde a queda de temperaturas que ela provoca é denominada friagem pela população regional. Esse deslocamento até a Região Norte ocorre graças à configuração do relevo, com planícies ao centro (Planície Platina e do Chaco, por exemplo), uma cadeia de montanhas a oeste (Cordilheira dos Andes) e os planaltos brasileiros a leste, formando uma espécie de corredor para esta massa de ar.


Págs. 73, 74 e 75 (GE: GEOGRAFIA: VESTIBULAR+ENEM 2018)

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