CIÊNCIA


"CIENTISTAS DESENVOLVEM ARROZ MODIFICADO PARA NEUTRALIZAR VÍRUS HIV"
"O grão geneticamente alterado produz três proteínas que têm a capacidade de diminuir a atuação do HIV no organismo"


"De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), durante o ano de 2017, aproximadamente 36,9 milhões de pessoas viviam infectadas pelo vírus HIV em todo o mundo.
Apesar de a taxa de incidência do vírus ter apresentado uma queda desde a epidemia de 1980, a AIDS, doença que o HIV transmite, permanece sendo uma grande enfermidade global.
Aliado aos atuais métodos de educação sexual e medicação oral (os coquetéis antivirais, que previnem a replicação do vírus dentro do corpo), a luta contra a AIDS acaba de ganhar um novo aliado: um tipo de grão de arroz geneticamente modificado.
Desenvolvido pela equipe de pesquisadores dos Estados Unidos, Reino Unido e Espanha, e esse mesmo grão já havia sido utilizado para controlar má-nutrição e mudanças climáticas globais. Agora, ele volta a ser aplicado como uma forma de driblar e diminuir os riscos associados ao HIV em países em que o acesso a hospitais e médicos não é tão simples.
A capacidade desse grão em lutar contra a AIDS está na atuação de três proteínas: o anticorpo monoclonal 2G12 e as lectinas griffithsin e cyanovirin-N, as quais, durante testes in vitro preliminares, mostraram conectar-se à glicoproteína gp120, responsável por permitir que o HIV atinja as células do organismo. Ou seja, em outras palavras, esse trio de proteínas liga-se ao vírus, neutralizando-a.
Uma vez moídos, os grãos de arroz plantados formam uma pasta que pode ser aplicada tal qual um creme tópico. Por fim, esse produto pode ser manuseado e utilizado como um medicamento capaz de contrabalancear o vírus HIV da mesma maneira que os antivirais orais.
Segundo os cientistas, essa forma eficaz e financeiramente acessível de garantir que pessoas com AIDS em regiões mais pobres tenham uma melhor qualidade e expectativa de vida, até porque os grãos podem ser plantados, diretamente no local e produzidos por um custo muito baixo.
Contudo, há alguns desafios que os pesquisadores devem enfrentar antes de o arroz geneticamente modificado ser acessível mundialmente - até porque muitas pessoas torcem o nariz para o termo 'geneticamente modificado'.
Para isso, então, eles terão que mostrar que o produto não possui efeitos colaterais negativos, além de seguir procedimentos regulatórios em cada país em que esperam levar o arroz.
'Essa estratégia inovadora é a única maneira de permitir que coquetéis possam ser produzidos a custo baixo para países em desenvolvimento, nos quais a profilaxia do HIV está mais em demanda', explicam os cientistas em artigo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences."

Com informações de Science Daily.

Notícia retirada do site GALILEU, 01 de agosto de 2018 (Acesso: 01/08/2018)

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