CIÊNCIA


"NOS EUA, HOMEM PARAPLÉGICO VOLTA A ANDAR APÓS ESTÍMULO ELÉTRICO"
"Esse é o primeiro caso de caminhada independente de uma pessoa com paralisia total dos membros inferiores"


Por: Clara Cerioni

"São Paulo - Um novo estudo desenvolvido nos Estados Unidos fez um homem paraplégico dar alguns passos em uma esteira, após receber estímulos elétricos em sua medula espinhal.
De acordo com a pesquisa, esse é o primeiro caso de caminhada independente de uma pessoa com paralisia total dos membros inferiores.
A descoberta, desenvolvida entre a Mayo Clinic e a Universidade da Califórnia em Los Angeles, foi publicada nesta segunda-feira (24) na revista Nature Medicine."


"O americano Jered Chinnock, de 29 anos, estava sem andar desde 2013, quando sofreu um acidente de snowmobile (moto de neve).
Em 2016, começou a fazer parte da pesquisa científica. Participou de 22 semanas de fisioterapia e, em seguida, teve um eletrodo cirurgicamente implantado na medula.
O implante se conecta a um dispositivo que fica sob a pele do abdômen do paciente e se comunica, por uma rede sem fio, como uma central. Esse sistema permite um controle total sobre o local, frequência e duração da estimulação elétrica.
'Esse estudo está nos ensinando que redes de neurônios abaixo de uma lesão na medula espinhal ainda podem funcionar após a paralisia', afirma Kendall Lee, neurocirurgião envolvido na pesquisa.
Após as aplicações iniciais, os pesquisadores começaram a estudar a possibilidade de Chinnock ficar em pé e andar. Foram necessários 113 sessões de reabilitação para encontrar as configurações exatas que permitiram maior independência para o paciente.
Ele foi capaz de andar, com a ajuda de um andador, além de caminhar em uma esteira. No entanto, quando o estímulo foi desligado, Chinnock voltou à paralisia. 
A inédita descoberta é uma ótima notícia para a ciência e para a saúde pública. Nos EUA, cuidados e tratamentos relacionados a pessoa com paralisia custam bilhões de dólares.
Só para tratar pacientes com fraturas na medula óssea, o governo desembolsa anualmente 40 bilhões de dólares."

Notícia retirada do site EXAME, 25 de setembro de 2018 (Acesso: 26/09/2018)

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