O Enem e os vestibulares estão chegando, e junto com eles, as temidas provas que englobam e requerem muito conhecimento sobre os mais diversos assuntos e disciplinas. A história é uma delas. Aliás, uma das mais importantes. Por isso, para ajudar você ainda mais em seus estudos, à partir de agora, o Conhecimento Cerebral irá disponibilizar gratuitamente, os assuntos mais importantes dessa disciplina com o conteúdo didático, baseado na atualidade, do Guia do Estudante (GE). O material será dividido em capítulos, de acordo com o livro GE - História: Vestibular e Enem 2018, e ao final de cada um deles, serão disponibilizados exercícios para que você treine e memorize o que foi aprendido, preparando-se para os vestibulares e concursos públicos. O Conhecimento Cerebral agradece e deseja bom estudo!
CAPÍTULO 4: IDADE CONTEMPORÂNEA - IMPERIALISMO
O MUNDO É DELES
Na nova onda de colonização no século XIX, as potências partilharam entre si as regiões menos desenvolvidas do globo
A política de expansão de poder e dominação de um Estado ou sistema político sobre outros ocorreu muitas vezes na história. No entanto, o termo imperialismo surgiu para designar especificamente a expansão das potências industriais europeias a partir do século XIX.
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
A Revolução Industrial criou alguns desafios para as nações europeias. Com uma indústria apta a produzir mais, as potências europeias necessitavam ampliar seu mercado consumidor. Além disso, os grandes burgueses buscavam outras regiões onde pudessem investir mais para obter lucros ainda maiores. Havia, ainda, a necessidade de achar novas fontes de matérias-primas, como ferro e petróleo.
Tudo isso levou os europeus a uma nova expansão colonial. Mas ela teve algumas diferenças importantes em relação à ocorrida no início da Idade Moderna, a começar pelos objetivos, que, nos séculos XV e XVI, eram primordialmente a exploração de metais preciosos e de produtos tropicais. Além disso, agora o sistema econômico vigente não era mais o capitalismo comercial, e sim o industrial; por fim, em vez da América, foram exploradas a África e a Ásia.
Três modalidades de relações neocoloniais foram estabelecidas pelas potências europeias nesse período:
➨ Colônias: territórios dominados por meio da presença militar;
➨ Protetorados: países governados por elite local tutelada por uma potência industrial;
➨ Áreas de influência: países com governos formalmente autônomos, mas submetidos a acordos econômicos desiguais.
PARTILHA DA ÁFRICA
A descoberta de jazidas de diamantes e outras riquezas, como marfim, no território africano, precipitou a imediata colonização da região. Os primeiros a conquistar terreno foram os belgas, detentores do monopólio sobre o Congo (atual República Democrática do Congo), desde 1876, e os franceses, que avançaram sobre a Argélia, a Tunísia e o Marrocos. Logo depois vieram os ingleses, que se apoderaram do Egito, do Sudão e do sul do continente. Os conflitos entre britânicos e a população bôer - descendentes de holandeses, instalada na África do Sul - deram origem à Guerra dos Bôeres (1899-1902), que acabou com vitória inglesa.
A desavença entre as potências imperialistas crescia, e, para resolver o impasse de quem seria o grande ganhador do centro da África, os países europeus realizaram, em 1884 e 1885, a Conferência de Berlim. No congresso ficou estabelecida uma partilha do território africano. O resultado foi devastador para o continente, que teve suas fronteiras reivindicadas de acordo com os interesses europeus - o que provocou várias guerras sangrentas entre tribos rivais no decorrer do século XX - e viu sua economia tornar-se completamente dependente da Europa (veja o box abaixo).
CONQUISTA DA ÁSIA
As regiões asiáticas mais almejadas pelas potências imperialistas foram a Índia e a China. Na Índia, os britânicos já possuíam as bases da colonização estabelecidas desde a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), quando a vitória sobre a arquirrival França lhes garantiu hegemonia na região. Em 1857, os nativos se rebelaram na Guerra dos Sipaios, vencida pelos ingleses. Em 1876, a rainha Vitória foi coroada imperatriz da Índia. A exploração comercial era feita por meio da poderosa Companhia das Índias Ocidentais, detentora do monopólio da atividade.
Na China, a entrada europeia foi dificultada pelo governo forte e centralizado. O caminho usado pelos ingleses para penetrar no país foi a exportação ilegal de ópio - poderoso narcótico extraído da papoula - para solo chinês, onde seu consumo era proibido. As autoridades chinesas reagiram queimando 20 mil caixas do produto em 1839. A tensão levou às Guerras do Ópio. Após três anos de batalhas, os ingleses saíram vitoriosos e estabeleceram o Tratado de Nanquim, no qual o governo chinês se comprometia a entrega Hong Kong à Inglaterra e a abrir cinco portos ao comércio internacional.
No fim do século XIX, o enorme território chinês estava dividido em esferas de influência de Inglaterra, Alemanha, Rússia, França, Estados Unidos (EUA) e Japão. Em 1900, os boxers, um grupo nacionalista com apoio popular, sitiou o bairro ocupado pelas delegações estrangeiras em Pequim, dando início à Guerra dos Boxers. O confronto findou com a derrota chinesa e com a imposição, pelas potências imperialistas, da política da "porta aberta", na qual a China tinha de fazer amplas concessões comerciais.
IMPERIALISMO RUSSO
Por ter a economia basicamente agrária até o século XIX, somente após 1870 a Rússia sentiu a necessidade de mercados consumidores e de matéria-prima, dedicando-se às conquistas imperialistas.
Lançou-se em direção à Crimela (região próxima ao Mar Negro) e à Índia, mas foi barrada pelas potências europeias, principalmente a Inglaterra. A opção foi voltar-se para a região chinesa da Manchúria, rica em minerais. Porém, aí também os russos depararam com um forte concorrente: o Japão.
IMPERIALISMO JAPONÊS
Assim como a Rússia, o Japão foi, até o século XIX, fechado política e economicamente. As mudanças só começaram durante a Era Meiji, no fim do século, quando houve investimentos em indústrias, acabando com a antiga estrutura agrária de produção. Em guerras contra a China, o Japão conquistou a Ilha de Formosa (Taiwan) e a Coreia. Mais tarde, o país entrou em choque com a Rússia pela Manchúria, na Guerra Russo-Japonesa. Apoiados por ingleses e norte-americanos, os japoneses saíram vencedores do conflito em 1905 e tornaram-se a maior potência imperialista do Oriente.
IMPERIALISMO NORTE-AMERICANO
A história de intervenções norte-americanas na América-Latina começou em 1846, com a guerra contra o México, em que os EUA anexaram quase metade do território vizinho. Em 1898, na Guerra Hispano-Americana, o país conquistou Porto Rico e, três anos depois, garantiu poder de intervenção sobre a recém-independente Cuba. No Panamá, os EUA apoiaram a independência do país e garantiram para o direito de construir e controlar o estratégico Canal do Panamá, que liga o Oceano Atlântico ao Pacífico. Já no século XX, por meio de uma política conhecida como "big stick" (grande porrete), o país consolidou seu poder sobre o Caribe, impondo a forte presença militar e domínio econômico na região.
A HISTÓRIA DE HOJE
FRONTEIRAS ARBITRÁRIAS INFLUEM CONFLITOS NA ÁFRICA
A atual divisão política dos Estados africanos é resultado da colonização europeia entre os séculos XVI e XX e foi definida com a Confederação de Berlim (1884-1885). A partilha do continente não respeitou os territórios originais dos diversos povos, agrupando-os ou separando-os de forma arbitrária. Desse modo, com a independência, as hostilidades étnicas e culturais foram acentuadas e desencadearam duradouros e violentos conflitos. Nações como a Costa do Marfim e a Nigéria, por exemplo, enfrentam profundas divisões entre o norte islâmico e o sul cristão.
Págs. 64 e 65 (GE: HISTÓRIA: VESTIBULAR+ENEM 2018)
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