GEOGRAFIA:
VESTIBULAR E ENEM


O Enem e os vestibulares estão chegando, e junto com eles, as temidas provas que englobam e requerem muito conhecimento sobre os mais diversos assuntos e disciplinas. A geografia é uma delas. Aliás, uma das mais importantes. Por isso, para ajudar você ainda mais em seus estudos, à partir de agora, o Conhecimento Cerebral irá disponibilizar gratuitamente, os assuntos mais importantes dessa disciplina com o conteúdo didático, baseado na atualidade, do Guia do Estudante (GE)O material será dividido em capítulos, de acordo com o livro GE - Geografia: Vestibular e Enem 2018, e ao final de cada um deles, serão disponibilizados exercícios para que você treine e memorize o que foi aprendido, preparando-se para os vestibulares e concursos públicos. O Conhecimento Cerebral agradece e deseja bom estudo!


CAPÍTULO 5 - BIOSFERA - CONFERÊNCIAS AMBIENTAIS

AMBIENTALISMO EM PAUTA
Eventos internacionais reúnem lideranças políticas e científicas para debater as questões ambientais. Mas os compromissos dos países para promover os avanços necessários ainda são tímidos


Devido à pressão crescente da comunidade científica, além de ONGs, movimentos sociais ou outros setores da sociedade civil, as questões ambientais passaram a integrar a agenda política internacional. Desde o primeiro evento com a presença de chefes de Estado para tratar da temática ambiental, ocorrido em Estocolmo, em 1972, até o Rio+20, em 2012, houve alguns avanços no combate à degradação ambiental, como a aprovação de documentos, adoção de princípios comuns e assinatura de convenções em defesa do meio ambiente.

Avançou-se também na perspectiva adotada: a maioria dos governantes concorda atualmente que a questão ambiental não está desvinculada das questões sociais, ou seja, não basta cuidar do meio ambiente, é preciso atender às necessidades das populações humanas, sobretudo dos mais pobres. Critica-se, porém, a lentidão na implantação de medidas que de fato contribuam para essas transformações, condicionadas às relações econômicas. 

OS PRINCIPAIS EVENTOS AMBIENTAIS

O primeiro evento com a presença de chefes de Estado para tratar da temática ambiental foi a Conferência Mundial de Estocolmo, ocorrido em 1972 na capital da Suécia. Promovida pela ONU, o encontro abordou pela primeira vez a produção dos países ricos como causa importante da degradação da natureza. Foram debatidas também questões referentes ao controle de natalidade e a estagnação econômica. A Declaração de Estocolmo reuniu 26 princípios e ações voltadas para a redução dos impactos ambientais.

A Eco 92 também representou outro marco importante. A conferência mundial sobre o meio ambiente realizada no Rio de Janeiro, em 1992, foi organizada com o objetivo de minimizar os impactos ambientais a partir de um modelo de desenvolvimento mais justo e sustentável (veja mais sobre o conceito de sustentabilidade abaixo). O encontro aprovou o documento da Convenção sobre a Mudança do Clima, que trata do aquecimento global, e a Convenção sobre a Diversidade Biológica, sobre a preservação de ecossistemas. Além disso, elaborou a Agenda 21, um plano que estabelece estratégias globais para promover o desenvolvimento sustentável do mundo, que envolve mudanças de padrão de consumo e produção, principalmente pelos países mais ricos.

A partir da Eco 92, estabeleceu-se a realização de encontros anuais, denominados Conferência Geral das Partes (cuja sigla é COP), para aprofundar as discussões ambientais. Na terceira COP, realizada em Kyoto, o primeiro acordo oficial com metas e prazos para a redução de gases do efeito estufa.

Dez anos depois da realização da Eco 92, a cidade de Johanesburgo, na África do Sul, sediou a Rio+10 para discutir os avanços obtidos desde o encontro do Rio de Janeiro. Ao final do evento foi elaborado um plano para a implementação da Agenda 21, que, entretanto, frustrou expectativas por ter sido apenas um documento de diretrizes e soluções, que não tinha força de lei.

Em 2012, o Rio de Janeiro voltou a reunir lideranças mundiais de todo o mundo para fazer um balanço da Eco 92. A Rio+20 desenvolveu o conceito de "economia verde", que propõe a construção de uma sociedade sustentável, que freie a degradação do meio ambiente e, simultaneamente, combata a pobreza e as desigualdades. O documento "O futuro que queremos" mantém o princípio das "responsabilidades comuns, mas diferenciadas", cuja diretriz determina que os países ricos devem arcar com os maiores custos ambientais por terem emitido mais poluentes para se desenvolverem.

Essa discussão domina o debate ambiental atualmente. O acordo obtido na COP-21, realizada em dezembro de 2015 em Paris, representa um importante passo nesse sentido, já que estabeleceu a criação de um fundo de 100 bilhões de dólares anuais, financiado pelos países ricos, para auxiliar as nações em desenvolvimento. Mas o fato de as metas para a redução das emissões de gases serem voluntárias pode restringir os avanços.

SAIBA MAIS 

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A pressão sobre a biodiversidade do planeta advém principalmente de um padrão de desenvolvimento econômico baseado na superexploração dos recursos naturais. Para tentar impor limites ao uso precário do meio ambiente, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou, em 1987, o relatório Nosso Futuro Comum, que define o importante conceito norteador de desenvolvimento sustentável, aquele que "atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades".
A ideia de sustentabilidade diz respeito à noção de que a sociedade deve viver com os recursos naturais que o meio ambiente pode lhe fornecer, e não com o que ela deseja que a Terra lhe forneça. O desafio é aliar o progresso econômico à preservação do meio ambiente, o que exige uma mudança no modelo de desenvolvimento e nos padrões de consumo vigentes.

SAIU NA IMPRENSA 

FALTA PLANEJAMENTO PARA QUE O BRASIL INVISTA NUM MODELO VERDE, DIZ ESTUDO

Enquanto parte do mundo investe em uma nova indústria que produza mais, poupe energia e, assim, suje menos o ambiente com gases do efeito estufa, o Brasil segue parado nessa transição. É o que concluiu um estudo sobre o setor feito pelo Instituto Escolhas (...).
"O grosso da indústria nacional é  de baixa e média tecnologias. É também bastante poluente e ineficiente, com uma aposta em commodities sem valor agregado", afirma Ricardo Sennes, diretor da consultoria Prospectiva. (...) A atual indústria de base do país, que fabrica insumos para setores fundamentais da economia, como a construção civil, é dependente de muita energia para operar. (...)

Folha de S. Paulo, 28/11/2016


Págs. 112 e 113 (GE: GEOGRAFIA: VESTIBULAR+ENEM 2018)

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