GRAMÁTICA: O PORTUGUÊS DIFERENTE DA FALA
Você sabe o que significa a palavra Gramática? Segundo o dicionário da Língua Portuguesa MICHAELIS, é o estudo dos elementos de uma língua (sons, formas, palavras, construções e recursos expressivos); ou seja, a Gramática nada mais é do que compreender as regras que compõem a estruturação do idioma falado, no nosso caso, a Língua Portuguesa. Nesta nova série de estudo chamada GRAMÁTICA: O PORTUGUÊS DIFERENTE DA FALA, iremos aprender que a escrita é muito diferente do modo como falamos, e sabemos o porque isso acontece. Convido-os agora, a aventurar-se na complexidade de um idioma chamado português, que é a quinta língua mais falada do hemisfério, tendo nove países utilizando-a como idioma oficial.
A partir de agora, vamos estudar sobre a classe de palavras. Mas você sabe do que se trata? Então vamos explicar. Classe gramatical ou classe de palavras é o nome dado ao conjunto que classifica uma palavra, baseando-se na sua estrutura sintática e morfológica.
Na língua portuguesa, existem dez classes gramaticais, que são subdivididas entre classes gramaticais variáveis e invariáveis.
As classes gramaticais variáveis são conhecidas por: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo e artigo.
Já as classes gramaticais invariáveis são constituídas pelo: advérbio, conjunção, interjeição e as adposições (proposição e circumposição).
Quando se diz que uma classe gramatical é variável, significa que possui a capacidade de se flexionar, ou seja, assumir forma de plural ou singular, masculino ou feminino e etc.
Já as invariáveis são estatísticas, ou seja, não sofrem flexões em suas estruturas.
A morfologia é a área de estudo especializada nas classes gramaticais, ou seja, em como as palavras são formadas e suas características sintáticas e morfológicas.
Nessa segunda parte, vamos falar sobre o adjetivo. Leia a seguir:
A partir de agora, vamos estudar sobre a classe de palavras. Mas você sabe do que se trata? Então vamos explicar. Classe gramatical ou classe de palavras é o nome dado ao conjunto que classifica uma palavra, baseando-se na sua estrutura sintática e morfológica.
Na língua portuguesa, existem dez classes gramaticais, que são subdivididas entre classes gramaticais variáveis e invariáveis.
As classes gramaticais variáveis são conhecidas por: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo e artigo.
Já as classes gramaticais invariáveis são constituídas pelo: advérbio, conjunção, interjeição e as adposições (proposição e circumposição).
Quando se diz que uma classe gramatical é variável, significa que possui a capacidade de se flexionar, ou seja, assumir forma de plural ou singular, masculino ou feminino e etc.
Já as invariáveis são estatísticas, ou seja, não sofrem flexões em suas estruturas.
A morfologia é a área de estudo especializada nas classes gramaticais, ou seja, em como as palavras são formadas e suas características sintáticas e morfológicas.
Nessa segunda parte, vamos falar sobre o adjetivo. Leia a seguir:
ADJETIVO
É a classe de palavras que se caracteriza por construir a delimitação do substantivo, orientando a referência a uma parte ou a um aspecto do denotado.
Entre os aspectos, há os adjetivos pátrios ou gentílicos, que se referem à nacionalidade ou ao local de origem do substantivo:
LOCAÇÃO ADJETIVA
É a expressão formada de preposição + substantivo ou equivalente como função de adjetivo:
Note-se que nem sempre encontramos um adjetivo da mesma família de palavras de significado perfeitamente idêntico ao da locução adjetiva:
A língua poética é mais receptiva ao emprego do adjetivo (em lugar da locução adjetiva) quando ele exprime matéria:
A seguir temos algumas locuções adjetivas e seus adjetivos correspondentes:
SUBSTANTIVAÇÃO DO ADJETIVO
Certos adjetivos são empregados como substantivos, sem qualquer referência à nomes expressos. A esta passagem de adjetivos a substantivos chama-se substantivação:
Nestas substantivações, o adjetivo prescinde do substantivo que o poderia acompanhar, ou então é tomado em sentido muito geral e indeterminado, não marcado, caso em que se usa o masculino:
FLEXÕES DO ADJETIVO
O adjetivo se combina com certos signos gramaticais para manifestar o número, o gênero e o grau. O grau, entretanto, no português, um processo gramatical de flexão. O grau figura aqui por ter sido ainda contemplado pela NGB¹. A gradação em português, tanto no substantivo quanto no adjetivo, se manifesta por procedimentos sintáticos (casa pequena, casa grande) ou por sufixos derivados (casinha, casarão).
NÚMERO DO ADJETIVO
O adjetivo acompanha o número do substantivo a que se refere: aluno estudioso, alunos estudiosos.
O adjetivo, portanto, conhece os dois números que vimos no substantivo: o singular e o plural.
FORMAÇÃO DO PLURAL DOS ADJETIVOS
Aos adjetivos se aplicam, na maioria dos casos, as mesmas regras de plural dos substantivos.
Alguns poucos adjetivos, como já ocorreu nos substantivos, se mostram indiferentes à marca do número, servindo indistintamente para a indicação do singular ou plural: simples, isósceles², piegas, grátis, somenos, etc Assim:
¹ Nomenclatura Gramatical Brasileira.
² A melhor forma seria isóscele, pois o -s final é desnecessário.
Quanto aos adjetivos compostos, lembraremos que normalmente só o último varia, quando formados por dois adjetivos, embora não se trate de regra absoluta.
Variam ambos os elementos, entre outros exemplos: surdo-mudo, surdos-mudos.
Com exceção dos casos mais gerais, não tem havido unanimidade de uso no plural dos adjetivos compostos, quer na língua literária, quer na variedade espontânea da língua. A dificuldade fica ainda acrescida pelo fato de uma mesma forma poder ser empregada como adjetivo ou como substantivo, e a cada um desses usos são atribuídos plurais distintos, especialmente nos dicionário. As denominações de cores é que mais chamam a nossa atenção neste particular.
Nos adjetivos compostos referentes a cores, quando o segundo elemento é um adjetivo, flexiona-se apenas esse segundo elemento:
Exceções: Azul-marinho e azul-celeste, como adjetivo, ficam invariáveis:
Ambos os elementos ficam invariáveis nos adjetivos compostos que designam cores quando o segundo elemento é um substantivo:
Podemos também usar nossas tradicionais maneiras de adjetivar com o auxílio da preposição de ou das locuções de cor, de cor de ou, simplesmente, cor de: olhos de verde-mar, ramagens de cor verde-garrafa, luvas de cor de pele, olhos cor de safra, olhos verdes de cor de mar.
Mário Barreto, lembrando a possibilidade da eclise da preposição de ou locução cor de, recomenda a invariabilidade do substantivo empregado adjetivamente em fitas creme, luvas café, isto é, fitas de cor de creme, e rejeita fitas cremes, luvas cafés. O mesmo para vinho, laranja, salmão, rosa, cinza, entre outras. Ele ainda ensina que, sendo frequente o emprego do nome do objeto colorido para expressar a cor desse mesmo objeto (o lilás pálido, um violeta escuro), aplica-se aos nomes lilás, violeta o gênero masculino na acepção da cor: "Prefiro o rosa ao violeta", em vez de "Prefiro a rosa à violeta", oração que pode ser entendida de maneira ambígua.
GÊNERO DO ADJETIVO
O adjetivo não tem gênero como tem o substantivo. Concorda em gênero com o substantivo a que se refere como simples repercussão da relação sintática de concordância que se instaura entre o determinado e o determinante: tempo bom, vida boa.
FORMAÇÃO DO FEMININO DOS ADJETIVOS
Os adjetivos uniformes são os que apresentam uma só forma para acompanhar substantivos masculinos e femininos. Geralmente estes uniformes terminam em -a, -e, -l, -m, -r, -s e -z:
Exceções principais: andaluz, andaluiza; bom, boa; chim, china; espanhol, espanhola;
Quanto aos biformes, isto é, aqueles que têm uma forma para o masculino e outra para o feminino, os adjetivos seguem de perto as mesmas regras que apontamos para os substantivos. Lembraremos aqui apenas os casos principais:
a) Os terminados em -ês, -or e -u acrescentam no feminino um -a, na maioria das vezes.
Exceções:
1) cortês, descortês e pedrês são uniformes; o adjetivo montês pode ser considerado uniforme ou tendo flexão de gênero (cabra montês ou cabra montesa);
2) incolor, multicolor, sensabor, maior, melhor, menor, pior e outros são uniformes. Outros em -dor ou -tor apresentam-se em -triz: motor, matriz (a par de motora, conforme vimos nos substantivos); outros terminam em: -eira, trabalhador, trabalhadeira (a par de trabalhadora). Superiora (de convento) usa-se como substantivo.
3) hindu é uniforme; mau faz má.
b) Os terminados em -eu têm o feminino em -eia:
Exceções:
c) Alguns adjetivos, como já ocorreu nos substantivos, apresentam uma forma teórica básica do feminino singular com vogal aberta que estará presente também no plural; no masculino esta vogal aberta passa a fechada:
Este procedimento de partir do timbre da vogal aberta do feminino para o fechamento da vogal do masculino explica-se pelo fato de que há adjetivos em que a vogal tônica fechada do masculino se mantém fechada também no feminino: encantador, encantadora; português, portuguesa.
GRADAÇÃO DO ADJETIVO
Há três tipos de gradação na qualidade expressa pelo adjetivo:: positivo, comparativo e superlativo, quando se procede a estabelecer relações entre o que são ou como se mostram dois u mais seres. Como já dissemos, a gradação em português se expressa por mecanismo sintático ou derivacional.
O positivo, que não constitui a rigor uma gradação, enuncia simplesmente a qualidade:
O comparativo compara qualidade entre dois ou mais seres, estabelecendo:
a) uma igualdade:
b) uma superioridade:
c) uma inferioridade:
O superlativo:
a) ressalta, como vantagem ou desvantagem, a qualidade do ser em relação a outros seres:
b) indica que a qualidade do ser ultrapassa a noção comum que temos dessa mesma qualidade:
No caso a), a qualidade é ressaltada aos outros pretendentes. Diz-se que o superlativo é relativo.
Forma-se o superlativo relativo do mesmo modo que o comparativo de superioridade ou inferioridade, antecedido sempre do artigo definido e seguido de sintagma preposicional iniciado por de (ou dentre): o mais...de (ou dentre), o menos...de (ou dentre).
Quando o adjetivo vem depois do substantivo já precedido de artigo, não se usa o artigo antes do superlativo relativo:
e não:
Se o substantivo está desprovido de artigo definido ou se encontra precedido de artigo indefinido, deve-se usar o artigo definido antes de mais ou menos: "O mestre seguia o sistema da pancadaria, sistema o mais racional de todos com cabeça daquele feitio". [CBr];
"(....) a Virgem Maria manda-te dizer que me ajudes e guardá-la muito bem; que lhe tem destinado um noivo o mais virtuoso, e mais amável que há no mundo". [AC]
No segundo caso, a superioridade é ressaltada sem nenhuma relação com outros seres. Diz-se que o superlativo é absoluto ou intensivo.
O superlativo absoluto pode ser analítico ou sintético.
Forma-se analítico com a anteposição de palavra intensiva ou intensificador (muito, extremamente, extraordinariamente, etc.) ao adjetivo: muito cuidadoso. Na modalidade espontânea, mesmo em literatura, pode-se obter a manifestação afetiva do superlativo mediante a repetição do adjetivo (Ela é linda linda) ou do advérbio (Ela é muito muito linda).
O sintético é obtido por meio do sufixo derivacional -íssimo (ou outro de valor intensivo) acrescido ao adjetivo na forma positiva, com a supressão da vogal temática, quando o exigirem regras morfofonêmicas: cuidadosíssimo. Pode-se ainda usar de prefixo: O fato é revelho (= velhíssimo).
Quanto ao aspecto semântico, cuidadosíssimo diz mais, é mais enfático do que muito cuidadoso. Na linguagem coloquial, se desejamos que o superlativo absoluto analítico seja mais enfático, costumamos repetir a palavra intensiva: Ele é muito mais cuidadoso, ou se buscam efeitos expressivos mediante a ajuda de criações sufixas imprevistas como -ésimo.
O meio-termo entre dois superlativos (muito cuidadoso ➚ cuidadosíssimo) é obtido com a fórmula: mais do que cuidadoso, menos de:
"Estas e outras arguições, complicadas com os procedimentos mais do que ásperos da expulsão do coletor Castracani em 1639, não concorreram pouco para alienar de todo o ânimo das populações..." [RS]
"Tomou o estudante uma casa menos de modesta, fora de portas em Santo Antônio dos Olivais". [CBr]
ALTERAÇÕES GRÁFICAS NO SUPERLATIVO ABSOLUTO
Ao receber o sufixo intensivo, o adjetivo pode sofrer certas modificações na sua forma:
a) os terminados em -a, -e, -o perdem essas vogais:
b) os terminados em -vel mudam este final para -bil:
c) os terminados em -m e -ão passam respectivamente a -n e -an:
d) os terminados em -z passam esta consoante a -c:
Há adjetivos que não alteram sua forma, como é o caso dos terminados em -u, -l (exceto -vel), -r:
Afora estes casos, outras há em que os superlativos se prendem a formas latinas. Apontemos os mais frequentes:
Ao lado do superlativo à base do termo latino, pode circular o que procede do adjetivo vernáculo acrescido da terminação -íssimo:³
³ Não culto: magérrimo.
COMPARATIVOS E SUPERLATIVOS IRREGULARES
Afastam-se dos demais na sua formação de comparativo e superlativo os adjetivos seguintes:
Não se diz mais bom nem mais grande em vez de melhor e mair; mas podem ocorrer mais pequeno, o mais pequeno, mais mau, por menor, o menor, pior. Também se podem empregar bom e grande nas expressões mais ou menos grande, mais ou menos bom, pois que os tais adjetivos se regulam pela última palavra:
"Os poemas completos do desterrado do Ponto, todas as literaturas europeias os ambicionavam, e os meteram em si, com mais ou menos boa mão". [AC]
Note-se o jogo de alternância de mais pequeno e menor em:
"Em matéria de amor-próprio o mais pequeno inseto não o tem menor que a baleia ou o elefante". [MM].
Nas construções de particípios adjetivos do tipo mais bem-estudado, menos bem-feito, pode-se empregar ainda melhor e pior, respectivamente; melhor estudado, pior bem-feito, dizeres sem razão condenados por alguns gramáticos.
É ainda oportuno lembrar que às vezes bom e mau constituem com o substantivo seguinte, por hipotaxe, uma só unidade léxica, de modo que, nesta situação, podem ser modificados pelos advérbios mais, menos, melhor, pior, que passam a referir-se a toda a expressão: homem de mais mau caráter, pessoa de menos más intenções, palavras da melhor boa-fé:
"Pode ser que ele ainda venha para ti com o coração purificado, e o tributo da mocidade avaramente pago. Mais bom marido será então". [CBr]
Ao lado dos superlativos o maior, o menor, figuram ainda o máximo e o mínimo, que se aplicam a ideias abstratas e aparecem ainda em expressões científicas, como a temperatura máxima, a temperatura mínima, máximo divisor comum, mínimo múltiplo comum, nota máxima, nota mínima.
Comparando-se duas qualidades ou ações de um ser, empregam-se mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno em vez de melhor, pior, maior, menor:
Por fim, assinalemos que, depois dos comparativos em -or (superior, inferior, anterior, posterior, ulterior), se usa a preposição a:
REPETIÇÃO DE ADJETIVO COM VALOR SUPERLATIVO
Na linguagem coloquial pode-se empregar, em vez da forma de superlativo, a repercussão do mesmo adjetivo, sem pausa e sem vírgula:
Proferindo-se estas orações, dá-se-lhes tom de voz especial para melhor traduzir a ideia superlativa expressa pela repetição do adjetivo. Geralmente consiste na pausa demorada na vogal da sílaba tônica.
COMPARAÇÃO EM LUGAR DO SUPERLATIVO
Para expressarmos mais vivamente o elevado grau de uma qualidade do ser, empregamos ainda comparações que melhor traduzem a ideia superlativa:
Usam-se ainda certas expressões não comparativas: pobre de rico, feio a mais não poder, grande a valer.
ADJETIVOS DIMINUTIVOS
As formas diminutivas de adjetivos (precedidas ou não de muito, mais, tão, bem) adquirem o valor de superlativo:
No estilo coloquial não é raro o reforço deste emprego do diminutivo mediante a locução da silva:
POSIÇÃO NA SEQUÊNCIA DOS ADJETIVOS:
Em geral, os adjetivos referidos a um mesmo substantivo ou pronome são postos em sequência: Ela é inteligente e trabalhadora. No estilo literário, pode ocorrer a separação: A nuvem tão temerosa vinha e carregada.
Às vezes, um termo sintático do primeiro adjetivo o afasta do segundo, como neste exemplo:
"Mas o Porto não se sentia apenas isolado e excomungado; sentia-se também - o que era muito pior - algemado nos seus pulsos e asfixiado". [AMB]
BIBLIOGRAFIA:
Livro Gramática Escolar da Língua Portuguesa (2ª edição ampliada e atualizada pelo novo Acordo Ortográfico), 2010. Evanildo Bechara. Editora Nova Fronteira Participações S.A.
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