DOSSIÊ CHOCOLATE:
DO XOCOLATL DOS ASTECAS ÀS CHOCOLATIERS DA BÉLGICA: A SAGA, A CIÊNCIA E OS SEGREDOS DO ALIMENTO DOS DEUSES"
Você gosta de chocolate? Provavelmente, sua resposta foi sim. Dos mais simples às obras de artes gourmet. Dos chocolates branco, ao leite e o amargo. Dos bombons diversos às trufas de inúmeros sabores. E não poderia faltar, é claro, do chocolate símbolo da Páscoa: o de ovos diversos de chocolates. Não importa de onde você é, a paixão é a mesma. Difícil seria encontrar alguém que nunca tenha provado dessa guloseima doce e não tenha gostado. Chocolate pode entrar até mesmo nos produtos de higiene pessoal e cuidados com a pele, como cremes corporais, perfumes e até mesmo, sabor de creme dental. E tem até especialistas que afirmam que ele faz muito bem para a saúde. Então, nada melhor do que saber de onde e como surgiu esse doce incrivelmente amado não só pelos brasileiros, como também pelas populações de todos os continentes da Terra. Bem-vindo ao DOSSIÊ CHOCOLATE: DO XOCOLATL DOS ASTECAS ÀS CHOLATIERS DA BÉLGICA: A SAGA, A CIÊNCIA E OS SEGREDOS DOS ALIMENTOS DOS DEUSES. Vamos contar ao longo de cinco capítulos, toda a história deste alimento incrível que é o chocolate, e te levar ainda mais ao encontro de seu amor por esta guloseima que vêm do cacau. Depois de ler cada matéria desse DOSSIÊ CHOCOLATE, tenho certeza que você irá terminar com muita vontade de comer chocolate. Então, bom apetite!
CAPÍTULO 2
EUA
Nos Estados Unidos, tudo é grande. E não é diferente no universo do chocolate. Por isso o país se firmou como o maior mercado mundial desse produto, o que mais consome barras e outros formatos em termos absolutos. Sua Mars, produtora dos confeitos coloridos M&M's é a marca líder mundial em faturamento com chocolate. Com vendas líquidas na casa dos US$ 18 bilhões. Assim como a segunda colocada também é americana: a Mondelez International (dona da Lacta), com 16,6 bi.
Mas esses números astronômicos estão também cercados de outras histórias, bem mais interessantes, que de alguma forma refletem o American way of life - e a capacidade do homem americano de empreender.
É o caso do fundador da Hershey, Milton, nascido em 1857 numa fazenda da Pensilvânia. Quando jovem, abriu uma loja de doces e depois uma fábrica de caramelos. Desde essa época, já demonstrava preocupação com a qualidade de seus produtos, acrescentando aos caramelos leite, em vez da cera e do sebo usados pela concorrência. Assim foi subindo na vida até que, em 1893, numa feira, sentiu pela primeira vez o cheiro de sementes de cacau torrando. Foi quando provou a sua primeira barra de chocolate. Logo declararia: "Os caramelos são moda; chocolates são eternos". Nascia ali a barra de chocolate favorita de Don Draper, o publicitário do seriado Mad Man: aquela que ainda leva o sobrenome de Milton Hershey.
A empresa foi tão que bem que o empresário acabou vendendo-a por US$ 1 milhão. Isso em 1990. Valor este que representa um poder econômico equivalente a US$ 1 bilhão de hoje. Foi como se Milton Hershey tivesse vendido uma startup bem sucedida. Um Instagram de chocolate.
O homem ficou tão rico que decidiu levar adiante um sonho industrial utópico: uma cidade do chocolate. "Onde quem quisesse teria emprego, as crianças cresceriam respirando ar fresco e as hipotecas minguariam em perpétua prosperidade", apontaria o escritor Mort Rosenblum. E ele realmente construiu uma cidade do zero - que existe até hoje, como um dos municípios do Estado da Pensilvânia, no Nordeste americano. A pérola da cidade era o Hotel Hershey, que teve um spa oferecendo banhos de chocolate ao leite. Alguém se candidata?
A cidade em si era um tanto brega, mas todo mundo que foi morar lá se mostrou satisfeito com a generosidade do empresário. Ele garantia cuidados médicos gratuitos, subsidiava a parte de eletricidade, água, ônibus, teatro, um salão de danças - e até uma universidade para os primeiros anos do curso superior. E não podia faltar, é claro, uma fábrica de chocolate.
Quando sua esposa faleceu, entretanto, Milton caiu em tal depressão que não quis mais saber de nada. Transferiu toda a sua fortuna para o Hershey Turst, para pelo menos manter a escola funcionando.
Hoje, a principal atração turística da cidade é o Hershey Park, uma versão moderna dos jardins em que o velho fabricante de chocolate tinha mandado instalar uma montanha-russa de madeira e organizado passeios de barco. Agora é uma empresa de entretenimento que administra a imagem simpática do Hershey para 2 milhões de visitantes por ano. Tem mais de 60 atrações ali, com direito a zoológico e parque aquático. Também há por lá o Hershey's Chocolate World, um simulacro de fábrica e loja com montanhas de chocolate grátis. A associação com a Disneyworld é inevitável.
Se pouco tem da utopia de Hershey, o local ainda passa por uma impressão de limpeza e segurança. Um pouco do que restou dos sonhos desse Willy Wonka de carne e osso.
Mas esses números astronômicos estão também cercados de outras histórias, bem mais interessantes, que de alguma forma refletem o American way of life - e a capacidade do homem americano de empreender.
É o caso do fundador da Hershey, Milton, nascido em 1857 numa fazenda da Pensilvânia. Quando jovem, abriu uma loja de doces e depois uma fábrica de caramelos. Desde essa época, já demonstrava preocupação com a qualidade de seus produtos, acrescentando aos caramelos leite, em vez da cera e do sebo usados pela concorrência. Assim foi subindo na vida até que, em 1893, numa feira, sentiu pela primeira vez o cheiro de sementes de cacau torrando. Foi quando provou a sua primeira barra de chocolate. Logo declararia: "Os caramelos são moda; chocolates são eternos". Nascia ali a barra de chocolate favorita de Don Draper, o publicitário do seriado Mad Man: aquela que ainda leva o sobrenome de Milton Hershey.
A empresa foi tão que bem que o empresário acabou vendendo-a por US$ 1 milhão. Isso em 1990. Valor este que representa um poder econômico equivalente a US$ 1 bilhão de hoje. Foi como se Milton Hershey tivesse vendido uma startup bem sucedida. Um Instagram de chocolate.
O homem ficou tão rico que decidiu levar adiante um sonho industrial utópico: uma cidade do chocolate. "Onde quem quisesse teria emprego, as crianças cresceriam respirando ar fresco e as hipotecas minguariam em perpétua prosperidade", apontaria o escritor Mort Rosenblum. E ele realmente construiu uma cidade do zero - que existe até hoje, como um dos municípios do Estado da Pensilvânia, no Nordeste americano. A pérola da cidade era o Hotel Hershey, que teve um spa oferecendo banhos de chocolate ao leite. Alguém se candidata?
A cidade em si era um tanto brega, mas todo mundo que foi morar lá se mostrou satisfeito com a generosidade do empresário. Ele garantia cuidados médicos gratuitos, subsidiava a parte de eletricidade, água, ônibus, teatro, um salão de danças - e até uma universidade para os primeiros anos do curso superior. E não podia faltar, é claro, uma fábrica de chocolate.
Quando sua esposa faleceu, entretanto, Milton caiu em tal depressão que não quis mais saber de nada. Transferiu toda a sua fortuna para o Hershey Turst, para pelo menos manter a escola funcionando.
Hoje, a principal atração turística da cidade é o Hershey Park, uma versão moderna dos jardins em que o velho fabricante de chocolate tinha mandado instalar uma montanha-russa de madeira e organizado passeios de barco. Agora é uma empresa de entretenimento que administra a imagem simpática do Hershey para 2 milhões de visitantes por ano. Tem mais de 60 atrações ali, com direito a zoológico e parque aquático. Também há por lá o Hershey's Chocolate World, um simulacro de fábrica e loja com montanhas de chocolate grátis. A associação com a Disneyworld é inevitável.
Se pouco tem da utopia de Hershey, o local ainda passa por uma impressão de limpeza e segurança. Um pouco do que restou dos sonhos desse Willy Wonka de carne e osso.
O OLHO DA CARA
Mas, para quem imagina que a relação dos Estados Unidos com o chocolate é só de grana e histórias que parecem filmes de Hollywood, vale avisar: os americanos têm alguns dos melhores chocolates do mundo. Um exemplo é La Madeline au Truffe, da marca Chocopologie. Está sentado? Cada bombom sai por algumas centenas de dólares. No interior do chocolate há uma rara trufa francesa (trufa mesmo: O fungo) revestida por um chocolate 70% cacau da francesa Valrhona. Isso misturado a um ganache com óleo de trufa, baunilha e açúcar. Só dá para comprar sob encomenda. Outra preciosidade é o Noka: chocolates finos pretos originários de plantações da Venezuela, Trinidad e Tobago e Equador, confeccionados sem nenhum emulsificante. Todos chocolates americanos, mas com um quê de produto europeu - e preço idem.
Comentários
Postar um comentário