SAÚDE
"INSULINA INALÁVEL DE AÇÃO RÁPIDA É APROVADA NO BRASIL"
"Com o nome de Afrezza, droga substitui parte das picadas diárias necessárias para diabéticos"
Por: Phillippe Watanabe
"SÃO PAULO Uma insulina inalável foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pode substituir, em parte, as picadas diárias de injeção dos diabéticos.
Batizada de Afrezza e fabricada por duas empresas - Biomm e Mannkind Corporation -, ela tem ação rápida. Esse tipo de insulina é geralmente usado antes das refeições para equilibrar a quantidade de insulina na corrente sanguínea após a ingestão de alimentos e deve ser utilizado junto com insulinas de ação lenta, conhecidas como basais, que mantêm o controle da glicose em períodos mais longos, como a madrugada.
As insulinas de ação rápida são indicadas a quem tem diabetes tipo 1 e pessoas com o tipo 2 que têm uma produção muito baixa de hormônio, responsável pelo controle dos níveis glicêmicos no sangue."
"Segundo João Salles, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a nova droga pode fazer com que pacientes cansados de picadas - as versões atuais de insulina são injetáveis - sigam o tratamento com mais atenção e de modo mais correto.
"A prandial [insulina de ação rápida] deve ser usada no mínimo três vezes ao dia. Alguns pacientes não aplicam, principalmente com os diabetes tipo 2", diz Salles.
O especialista afirma que, com o tempo, os pacientes passam a acreditar que conseguem sentir quando precisam de insulina mesmo sem fazer uma medição formal. "As pessoas sabem quando a glicose está baixa porque se sentem mal rapidamente. Mas, por outro lado, os sintomas só vão aparecer quando ela estiver muito alta".
Não é a primeira vez que uma insulina inalável é aprovada no Brasil. Em 2006, a Anvisa aprovou a Exubera, da farmacêutica Pfizer, que era usada com o auxílio de um inalador, parecido com o que é usado por pessoas que sofrem com crises de bronquite.
Entre 2006 e 2016, o número de diabéticos aumentou em quase 62% no Brasil, atingindo, dessa forma, cerca de 9% da população brasileira.
O problema, em geral relacionar a estilos de vida sedentários e má alimentação, torna-se mais grave ao se levar em conta que a população sabe pouco sobre a doença, como mostrou uma pesquisa do Datafolha do ano passado. O estudo mostrou que só 10% dos entrevistados citaram que a doença pode causar a morte, 7% afirmaram que ela pode causar cegueira e 7% disseram que não há cura."
Notícia retirada do site FOLHA DE S. PAULO, 03 de junho de 2019 (Acesso: 03/06/2019)
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