CONHECIMENTO CEREBRAL CONTEÚDO ALMANAQUE ABRIL


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"IPCC REAFIRMA AÇÃO HUMANA SOBRE O CLIMA"


Por: Asif Hassan/ AFP

"Em 27 de setembro, os cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas, divulgaram em Estocolmo, na Suécia, a primeira parte do seu quinto relatório de avaliação. Com base na revisão das pesquisas realizadas nos últimos cinco anos, o documento que trata da base científica das mudanças climáticas concluiu que, entre 1880 e 2012, a temperatura média na Terra subiu 0,85 ºC e as últimas três décadas foram as mais quentes desde 1850.

As concentrações atmosféricas de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (H20) aumentaram para níveis sem precedentes nos últimos 800 mil anos. No caso do dióxido de carbono, essas concentrações subiram 40% desde a época pré-industrial, principalmente devido à emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis e mudanças no uso da terra, como o desmate e as queimadas. O relatório aumenta o índice de certeza científica quanto à participação do homem nesse processo de 90% para 95% e afirma que 'é extremamente provável que a influência humana sobre o clima tenha causado mais da metade do aumento observado da temperatura média da superfície global entre 1951 e 2010'.

O documento divulgado pelo IPCC em 2013 é o primeiro de um total de três que comporão o quinto relatório final. As demais partes deverão ser divulgadas em 2014. Os documentos servem de referência nas negociações políticas entre os países para definir ações de combate ao aquecimento global, que ocorrem nas Conferências das Partes (COPs) da Convenção Sobre a Mudança do Clima das Nações Unidas, deflagrada após a conferência do Rio de Janeiro de 1992. O único compromisso internacional para reduzir as emissões, o Protocolo de Kyoto, venceu seu prazo e foi prorrogado até 2020 por falta de um acordo. Em razão disso, estão em andamento negociações para um novo protocolo que vigorará a partir de 2021. Elas acontecem na COP-19, realizada em novembro de 2013 em Varsóvia, na Polônia, na COP-20, que acontecerá em 2014, em Lima, Peru, e tem conclusão prevista para a COP-21, em Paris, em 2015."

HISTÓRICO DOS RELATÓRIOS

"Os dois primeiros relatórios do IPCC foram publicados em 1990 e 1992. O terceiro, de 1995, serviu de base científica para a adoção do Protocolo de Kyoto. O quarto documento, divulgado em 2007, mostrou evidências de que o superaquecimento global é inequívoco e tem como causa provável a ação humana. O documento estimava que um acréscimo superior a 2,0 ºC na temperatura média global traria consequências graves para o planeta. Na época, o relatório foi atacado por vários especialistas e pelos chamados céticos do clima, por incluir erros e previsões catastrofistas. Porém, o documento de 2013 reafirma a tendência geral do aquecimento do planeta e sua ligação com o degelo no ártico e o aumento do nível dos mares. Ele frisa que a influência humana no clima é clara e que pode ser comprovada. O estudo afirma que, mesmo que as emissões de gases do efeito estufa caiam drasticamente, seus efeitos no ambiente continuarão por centenas de anos.

No relatório de 2007, o IPCC previa um aumento da temperatura média global até 2100 entre 1,8 ºC (otimista) e 4,0 ºC (mais pessimista). O aumento poderia ser ainda maior (6,4 ºC) se as emissões se agravassem. No atual relatório o IPCC baixou suas previsões de 2010 para 2100. No cenário mais otimista, a elevação média da temperatura varia de 0,3 ºC a 1,7 ºC. No mais pessimista, varia de 2,6 ºC a 4,8 ºC.

O IPCC reconhece ter havido uma queda na taxa de sobreaquecimento do planeta nos últimos 15 anos. Quando se considera o período de 1951 a 2012, a taxa média foi de +0,12 ºC por década. Mas quando se considera um período mais recente, de 2998 a 2012, ela desacelerou para +0,05 ºC. O relatório, porém, afirma que essa desaceleração não significa uma mudança do curso, que é um fenômeno de um período curto demais. Os cientistas creditam essa diferença à maior absorção de calor nas águas profundas (abaixo de 700 metros) e à maior frequência de fenômenos como o La Niña, o esfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico."

O PAPEL DOS OCEANOS

"O relatório de 2013 chama mais atenção do que o anterior sobre o papel dos oceanos no desequilíbrio do clima. Em 2007, as projeções do IPCC previam elevação entre 18 cm e 59 cm até 2100. Agora, essas projeções aumentaram para elevação do nível dos mares de 26 cm (perspectiva mais otimista) a 82 cm. No período entre 1901 e 2010, o nível dos mares subiu 19 cm, principalmente pelo aquecimento da água e sua consequente dilatação. No processo, os oceanos absorveram cerca de 30% das emissões de dióxido de carbono, o que contribuiu para acidificar as águas marinhas.

Em 9 de setembro de 2013, o Brasil divulgou o primeiro Relatório de Avaliação Nacional do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. Segundo as projeções, realizadas nos mesmos moldes do relatório do IPCC, que levam, em conta estudos nacionais e internacionais, a América do Sul, e particularmente o Brasil, deverá registrar ao longo do século aumento de temperatura mais intensos na parte norte e nordeste e um pouco mais brandos na parte sul. Grande parte das regiões central, Norte e Nordeste do país devem ter precipitações abaixo da média atual,, enquanto parte do Sul e Sudeste terá precipitações acima dos níveis de hoje. Se essas previsões se confirmarem, o atual semiárido do Brasil se tornará desértico."



Informações retiradas do site ALMANAQUE ABRIL: (Acesso: 10/06/2015)

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