CONHECIMENTO CEREBRAL DESTACA MEIO AMBIENTE!
A partir de agora, você poderá conferir a série de matérias que o Conhecimento Cerebral busca como destaque na mídia da comunicação. São reportagens que envolvem os mais variados temas da atualidade e de interesse do público em geral. Os textos divulgados não pertencem ao Conhecimento Cerebral, por isso destacamos seus autores e respectivos meios de comunicação, priorizando os mesmos como autores do conteúdo original. O objetivo é apenas compartilhar as informações e possibilitar mais acesso às mesmas, mesmo para aquelas pessoas que não possuem recursos para lê-las em sua forma original. Por isso, lembramos que o Conhecimento Cerebral é contra qualquer tipo de plágio, e os direitos autorais pertencem exclusivamente aos seus autores.
A seguinte matéria foi publicada pela revista Planeta, no mês de junho de 2015. Todos os direitos autorais pertencem exclusivamente à revista, e não devem ser copiados sem a divulgação de seu nome.
"EXTINÇÃO ENCOMENDADA"
"A inércia dos governantes em relação à mudança climática pode fazer as temperaturas médias do planeta subir cerca de 4 ºC até 2100 e, em consequência, extinguir 16% das espécies de animais e vegetais"
"O mais abrangente estudo sobre os efeitos do aquecimento global da biodiversidade terrestre revelou, como se poderia imaginar, uma perspectiva sombria. Se os governos do mundo nada fizeram de produtivo em relação ao problema, uma em cada seis espécies existentes no planeta, ou cerca de 16% do total, deixará de existir no fim do século, afirma Mark Urban, professor de ecologia e biologia evolutiva da Universidade de Connecticut (Estados Unidos). Esse seria o resultado de uma elevação de 4,3 ºC nas temperaturas médias da Terra até 2100, pelos cálculos do biólogo.
O trabalho de Urban, publicado no fim de abril na revista Science, é uma criteriosa meta-análise de 131 estudos realizados sobre o tema desde a década de 1990. O pesquisador ressalva que os números obtidos podem mudar para pior, já que a biodiversidade de alguns continentes, como a Ásia, foi pouco estudada até hoje, apenas quatro trabalhos foram realizados nesse sentido. 'O número de extinções pode ser duas ou três vezes maior', alerta o biólogo evolutivo John J. Wiens, da Universidade do Arizona (EUA).
Mesmo assim, o quadro é suficientemente alarmante pelo impacto que essas extinções causariam nos ecossistemas e nas pessoas. Ele vem como um reforço negativo à destruição provocada nos últimos 40 anos por fatores como sobrepesca, desmatamento e poluição, que extinguiram 50% dos animais do planeta. 'Se você olha pela janela e conta seis espécies e pensa que uma daquelas potencialmente desaparecerá, isso é bem sério', afirma Urban. 'Essas perdas afetariam nossa economia, nossas culturas, nossa segurança alimentar, como saúde'."
"Uma alternativa de adaptação para as espécies é migrar para regiões vizinhas mais adequadas às suas necessidades, e isso tem ocorrido bastante. Um estudo divulgado em 2003 por dois pesquisadores americanos, Camille Parmesan, da Universidade do Texas, e Gary Yohe, da Wesleyan University, abordando mais de 1.700 espécies de plantas e animais, revelou que, em média, seu limite de habitat avançou seis quilômetros por década rumo aos polos.
O pika, um pequeno mamífero semelhante ao hamister que vive nas montanhas do oeste dos EUA, está se mudando para altitudes cada vez mais elevadas. Mas essas opções inexistem, por exemplo, para o urso-polar, cada vez mais ameaçado pelo derretimento do gelo marinho, o que o força a nadar distâncias cada vez maiores para buscar alimento. O mesmo problema afeta ainda as focas-aneladas, que descansam sob o gelo marinho e acasalam-se em cima deles."
"O estudo de Urban mencionou a América do Sul, a Austrália e a Nova Zelândia como as áreas mais vulneráveis, por contarem com um alto número de espécies endêmicas, não encontradas em outros lugares do planeta. Como há espécies endêmicas em áreas relativamente pequenas dos dois países da Oceania, a migração não será uma alternativa para esses animais e vegetais. Um caso emblemático nesse sentido é o Hemibelideus lemuroides, o gambá-branco-lemuroide do nordeste da Austrália, que, submetido a temperaturas mais altas do que os habituais, pode morrer em algumas horas."
"Como a maioria dessas extinções é um processo demorado, é bem possível que trabalhos de preservação de determinadas espécies mais ameaçadas permitam a elas adaptar-se a um mundo mais quente. Urban não joga a toalha: 'Ainda temos tempo. Extinções podem levar um longo tempo. Há processos que poderiam ser importantes na mediação desses efeitos, como a evolução, mas precisamos começar muito rapidamente para entender esses riscos de uma forma muito mais sofisticada'. Ele acredita que os governos vão estabelecer metas agressivas de redução de emissões de carbono e, assim, evitar um aquecimento tão acentuado. 'Estou falando sobre predições de riscos de extinção', observa. 'Isso não significa que esses riscos tenham de ser concretizados'."
Informações retiradas da revista PLANETA - Ano 42 - edição 510, págs. 26 e 27. Junho de 2015. Todos os direitos autorais reservados exclusivamente à revista PLANETA e a Editora Três.
Comentários
Postar um comentário