CONHECIMENTO CEREBRAL DESTACA MUNDO!

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A seguinte matéria é de autoria do colunista Diogo Schelp, publicada nesta semana pela revista Veja. Portanto, todas as informações pertencem exclusivamente aos seus autores, e não devem ser copiadas sem a divulgação de seus nomes.

"ARPOCALIPSE' NOW"

"A explosão em um porto intoxicou a atmosfera política na China"

"A explosão de um armazém de produtos químicos, na quarta feira, 12, deixou um cenário apocalíptico no Porto de Tianjin, a 160 quilômetros de Pequim. Se fosse a locação de uma série de TV, haveria zumbis cambaleando por entre os milhares de carros importados que foram reduzidos a carcaças de metal tostada. Em vez de mortos-vivos, o acidente deixou mortos-mortos - 56 deles. Quase metade das vítimas eram bombeiros, que haviam sido chamados para combater um incêndio antes da explosão. Uma das substâncias estocadas no local torna-se altamente inflamável quando em contato com água. Suspeita-se que os bombeiros, portanto, ao tentar controlar o fogo, tenham inadvertidamente criado condições para um desastre maior. Entre os feridos estão também moradores de conjuntos habitacionais situados a  algumas centenas de metros do armazém. A existência de indústrias poluentes e depósitos com substância tóxicas em áreas residenciais é a principal causa de revolta dos cidadãos contra o governo chinês. A China tem, em média, 780 protestos de motivação ambiental por ano. Os chineses não vão às ruas para pedir democracia, mas enfrentam a repressão para reclamar dos efeitos para sua vida o fato de que sete das dez cidades do mundo com pior qualidade do ar estão no país, 70% de seus rios são poluídos e 90% dos lençóis freáticos urbanos são contaminados. Os mais catastrofistas acreditam que aproxima o dia em que o ar ficará tão poluído que as pessoas começarão a morrer subitamente envenenadas. Para os moradores de Tianjin, desconfiados de que a fumaça que dois dias da explosão continuava emanando do porto era tóxica, o 'arpocapipse' já chegou."

A matéria acima foi retirada revista Veja, edição 2439, ano 48, nº 33, pág. 32. 19 de agosto de 2015. Todos os direitos autorais são reservados à revista Veja e a Editora Abril.