CONHECIMENTO CEREBRAL DESTACA SAÚDE!


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A seguinte matéria é de autoria de Leonardo Lourenço, com ilustrações de Sueli Mendes, publicada pela revista Viva Saúde. Portanto, todas as informações pertencem exclusivamente à revista, e não devem ser copiadas sem a divulgação de seus nomes.

"TIRAR AS PEDRAS DO CAMINHO"
"Técnica recente para cirurgia de retirada de cálculos da vesícula, denominada Portal Único, permite fazer operação com uma única incisão no umbigo, sem novas cicatrizes"


"Dados da Organização Mundial de Gastroenterologia (OMG) apontam que 10% da população adulta na Europa tem ou terá pedras na vesícula biliar - números que se assemelham aos da prevalência do mesmo problema no Brasil. Quando diagnosticado - na maioria das vezes ao investigar outras queixas, já que os cálculos biliares costumam ser assintomáticos -, o tratamento de escolha é a cirurgia para a retirada do órgão, um procedimento de baixo risco e rápida recuperação.
Um método mais recente, entretanto, garante ainda menos dificuldades para o paciente e com uma vantagem estética, já que não deixa cicatrizes visíveis. A cirurgia de Portal único, como é chamada, é realizada por meio de uma única incisão - contra quatro da técnica convencional - no umbigo, por onde o cirurgião insere tanto a câmera de vídeo como as pinças. Outra vantagem é que ela também permite uma recuperação mais rápida e com poucas dores.
'A cirurgia de multiportais é extremamente segura, com 24 anos de experiência. Mas havia anseio dos pacientes por menos e menores incisões, já que elas sempre deixam marcas. O futuro da cirurgia é esse, a tecnologia ruma para isso', explica o cirurgião-geral Antonio Luís Vasconcellos Macedo, do Hospital Albert Einstein (SP)."


"NECESSIDADE DE ADAPTAÇÃO"


"No Portal único, a incisão feita no umbigo precisa ser um pouco maior: chega a até 3 cm, contra 1 cm da técnica mais utilizada atualmente. Uma particularidade é que ela se dá em uma região que já é uma cicatriz, porém não deixa nenhuma nova marca.
Mas de acordo com o cirurgião Fernando Madureira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO), ainda levará um tempo para que este método predomine, por ser mais caro e pela necessidade de adaptação das equipes.
'Ele implica utilizar material diferenciado, que gera custo, além de se adaptar a uma nova maneira de operar, que alguns cirurgiões imputam como mais trabalhosa', explica ele. 'Esses motivos dificultaram i avanço da técnica do Portal único. Nos últimos dois anos houve a junção da cirurgia robótica com o Portal único. Através de uma só incisão, mas com a facilidade de visão e manipulação do robô, ela volta a se apresentar como muito promissora', completa."


"A recuperação é rápida: de acordo com Macedo, o paciente deixa o hospital no mesmo dia. 'Por uma semana, ele tem uma dieta pouco gordurosa. Depois de uma semana é liberado da dieta, pode dirigir e trabalhar, além de fazer exercícios leves. Os mais pesados ele pode iniciar depois de um mês', diz. 'A cirurgia de vesícula não traz restrição para a maioria dos pacientes', conclui Madureira."


"A FUNÇÃO DO ÓRGÃO"

"A retirada da vesícula, ao se descobrir a presença de cálculos biliares, mesmo sem dores, não quer dizer que o órgão não tem função. A opção é para evitar uma crise aguda, que geralmente ocorre quando uma pedra se desloca e bloqueia a saída da vesícula. Nesses casos, os pacientes relatam dores muito fortes que são comparadas à de uma faca cravada no abdômen.
A vesícula é uma estrutura anexa ao fígado que atua como um reservatório que guarda a bile produzida durante o jejum. 'Quando nos alimentamos, ela contrai e descarrega uma carga extra de bile no intestino. Ao contrário do que muitos pensam, a vesícula não filtra nem produz nada', explica Madureira.
A bile é uma substância que funciona como uma espécie de detergente que ajuda na emulsificação das gorduras ingeridas, facilitando a digestão e absorção feita pelas enzimas do pâncreas. Sem a vesícula, o fígado e o canal biliar compensam sua falta. 'Eles retardam a eliminação da bile para o intestino, que sai menos concentrada. No começo os pacientes podem sofrer com diarreia quando se come algo mais gorduroso, mas depois eles passam muito bem', diz Macedo."


"PEDRAS POR PRECIPITAÇÃO"

"As pedras se formam por saturação e precipitação: como nas aulas de ciências do colégio, em que os professores enchiam um copo com água e jogavam açúcar, que se dissolvia ali até o momento em que havia açúcar demais e ele começava a se sedimentar no fundo do recipiente. Na vesícula acontece de forma parecida. A bile é uma solução formada por vários componentes, especialmente colesterol, pigmentos biliares e água. 'Quando há aumento de alguma dessas substâncias ou a absorção da água pela mucosa da vesícula - o que pode acontecer em longos períodos de jejum -, há precipitação. Inicialmente é semelhante a uma lama, formada por microcálculos. Com o tempo eles se juntam e formam os grandes cálculos', conta Madureira.
Apesar de na maioria das vezes esse problema ser detectado de forma 'acidental', ao se investigar outras doenças, há pacientes que apresentam queixas relacionadas especialmente à presença dessas pedras na vesícula. Eles costumam sentir dores do lado direito do abdômen, náuseas, vômitos, cólicas e má digestão. O diagnóstico é realizado através de exames de ultrassom.
Segundo Macedo, há um grupo de risco: mulheres com mais de 40 anos, que tiveram filhos e estão acima do peso - influência de fatores hormonais. Mas ele observou que esse perfil tem se diluído nos últimos tempos. 'Hoje vemos acontecer em pacientes jovens e homens. O problema não respeita mais o dogma antigo. A dieta dos países ocidentais se tornou muito gordurosa, não só pela gordura da carne, mas também pela do leite. Essa dieta favorece o aparecimento dos cálculos', afirma.


Informações retiradas da revista VIVA SAÚDE, número 140, págs. 50, 51, 52 e 53. Todos os direitos autorais reservados exclusivamente à revista VIVA SAÚDE e a Editora Escala.


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