ATUALIDADES:
VESTIBULAR E ENEM
 
 

AS MIGRAÇÕES NO BRASIL
"O país recebe refugiados, mas caem os movimentos de migração interna"
 

É cada vez maior o número de estrangeiros que residem em território nacional. Contribuem para isso as últimas ações da diplomacia brasileira, de acolher migrantes vítimas de catástrofes naturais ou que fogem de guerras. Mas caiu a migração interna - brasileiros que se deslocam de sua terra de origem para outros estados ou região. A razão para isso é a descentralização econômica que ocorre no país. A instalação de indústrias em regiões onde elas antes eram raras aumenta as oportunidades de trabalho e melhora a qualidade de vida, retendo essa população que, de outra maneira, migraria para regiões mais industrializadas.
 
 

MIGRAÇÃO INTERNA
 
A Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que pouco menos de 40% da população brasileira reside em um município diferente daquele em que nasceu. Mas um estudo, também do IBGE, de 2011, indica que os movimentos de migração interna no Brasil tendem ao equilíbrio. Em 15 das 27 unidades da federação, entre 2004 e 2009, o número de imigrantes, vindos de outras regiões, é praticamente igual ao número de emigrantes. O Nordeste continua perdendo habitantes, mas isso ocorre numa dimensão muito menor. Entre 1995 e 2000, no país inteiro, 5,2 milhões de pessoas trocaram a região em que nasceram por outra. Já entre 2005 e 2010, esse número caiu para 4,6 milhões.
 
Entre os principais fatores dessa freada na migração interna estão a desconcentração industrial no país e o surgimento de novos polos de desenvolvimento, em cidades de médio porte. Com isso, perdem poder de atração grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte - o que se convencionou chamar, ironicamente, nos anos 1970, como 'Sul maravilha'. Naquela década, 60% da população da região metropolitana de São Paulo havia nascido fora dela. Em 2012, os forasteiros somavam cerca de 30%. Por outro lado, a Região Centro-Oeste ganhou destaque como polo de atração, devido, principalmente à expansão do agronegócio. Em 2013, 34% da população do Centro-Oeste morava em um estado diferente daquele no qual havia nascido. Entre 2004 e 2009, os imigrantes superaram os emigrantes em 137 mil pessoas.
 
 MIGRAÇÃO INTERNACIONAL
 
O Brasil, apontado como uma economia emergente, atrai um número cada vez maior de migrantes internacionais. É a lógica do país de futuro, em que o migrante encontra uma chance de começar vida nova e promissora. A maioria dos imigrantes chega de países vizinhos da América Latina, como Bolívia e Paraguai. Aumenta também o número de asiáticos e africanos, principalmente de países como Senegal, Nigéria e Gana.
 
Os haitianos - personagens de notícias recentes sobre migração no Brasil - constituem um caso especial. A vinda em massa de haitianos da pequena e pobre república centro-americana, a partir de 2010, teve como motor propulsor o terrível terremoto que deixou o país em ruínas. O primeiro estímulo ao processo de migração foi dado pelo próprio governo brasileiro, pois o país chefia a missão militar da ONU no Haiti. Após o terremoto, o Brasil passou a conceder visto de migração aos haitianos para trabalhar aqui. O Acre tem sido a principal porta de entrada. A partir de 2012, o governo brasileiro criou um visto especial, chamado de visto humanitário, de cinco anos, sem requisitos de qualificação educacional ou profissional. De 2010 até julho de 2015, cerca de 40 mil haitianos entraram no Brasil. O governo brasileiro também deu refúgio a dezenas de militares sírios, desde 2013. Eles representam quase um quarto do total de refugiados no Brasil.
 

SAIU NA IMPRENSA
 
DO INFERNO NA SÍRIA AO RECOMEÇO NO BRASIL
Camila Brandalise
 
Foi durante um bombardeio em Damasco, na Síria, em 2013, que Mazen al-Sahli, 45, perdeu sua casa e seu restaurante, na guerra que atormenta o país há quatro anos. Refugiado no Brasil há um ano, ele conta sua história do sofá de casa que alugou em Guarulhos, na Grande São Paulo (...)
Na capital síria, ao se ver rodeado pelos destroços do que um dia foi seu lar, vagou pela cidade ao lado do filho, Mohammad al-Sahli, 16 anos, e da mulher, Halema Helal, 40 anos (...) Solicitaram refúgio na Alemanha, na Suécia e no Brasil, mas a única embaixada que deferiu pedido foi a brasileira. Desembarcaram aqui no dia 12 de janeiro de 2014, dormiram três dias na mesquita de Guarulhos e se mudara, pata uma casa nas redondezas.
A fonte de renda são os doces sírios feitos nos fundos de onde vivem. "Estamos reconstruindo a vida aos poucos", diz.
 
ISTOÉ, 24/4/2014
 
RESUMO
 
FLUXOS MIGRATÓRIOS: Os fluxos migratórios mundiais dirigem-se atualmente com mais força para os países em desenvolvimento. Entre os fatores que explicam isso estão a crise econômica mundial, que atingiu de forma mais dura os países ricos, e o fato de que estes países dificultam cada vez mais a entrada de imigrantes. A xenofobia (aversão aos estrangeiros) cresce como bandeira de partidos políticos, em particular na União Europeia (UE).
 
IMIGRAÇÃO ILEGAL: Continua a haver grande fluxo de imigrantes ilegais dos países pobres em direção aos EUA e à UE. Para atingir seu objetivo, submetem-se a quadrilhas que controlam as rotas de ingresso (coiotes), em viagens arriscadas. De outro lado, o crescimento demográfico nos países europeus é insuficiente para suprir suas necessidades de mão de obra a médio prazo, o que contribui para a imigração.
 
MUROS: Como parte da política para impedir o ingresso de imigrantes ilegais, multiplicam-se as barreiras físicas nas fronteiras. O muro entre os EUA e o México é o mais conhecido. Na União Europeia, destacam-se enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla, no Marrocos, cercados por enormes barreiras fortificadas. De construção recente, há muros que bloqueiam a passagem nas fronteiras da Turquia com a Grécia e a Bulgária, países da UE.
 
MIGRAÇÕES NO BRASIL: Dados do IBGE indicam que as migrações internas têm diminuído o ritmo. Dentre as causas, encontram-se uma melhor distribuição das atividades econômicas pelas cinco regiões do país e o crescimento de polos de desenvolvimento em cidades de médio porte. Há também uma fixação de origem, assim como um aumento na migração internacional de retorno. Em termos internacionais, o Brasil tem recebido grande número de migrantes do Haiti, vítimas do terremoto de 2010, e da Síria, que se encontra em forte conflito político.
 

Informações retiradas do livro ATUALIDADES: VESTIBULAR + ENEM - 2° Semestre de 2015, págs. 140 e 141.
 
 SUGESTÃO PARA LEITURA
 
Não deixe de ler a primeira parte da matéria: "A MARÉ DOS DESLOCAMENTOS HUMANOS". Clique sobre o título em destaque. Você será direcionado para a página desejada.
 



SUGESTÃO
 
Separamos um documentário que remonta o conflito das migrações dos sírios, um dos principais conflitos da atualidade. O mesmo foi produzido pelo SBT - SISTEMA BRASILEIRO DE TELEVISÃO -, as imagens são do You Tube, e o idioma é o português.
 







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