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A seguinte matéria foi escrita por Natalia Cuminale, publicada pela revista Veja em 25 de novembro de 2015. Portanto, os direitos autorais das informações pertencem exclusivamente à autora e a revista, e não devem ser copiadas sem a divulgação de seus nomes.

"VIDAS AMEAÇADAS"
"A possível relação dos casos de microcefalia no Nordeste com o vírus zika assusta os brasileiros - e com razão"


"Um surto de microcefalia notificado nos últimos dias em sete estados do Nordeste chocou os brasileiros. Caracterizada pela redução no tamanho do crânio dos bebês, a doença, que leva à deficiência motora, mental e, em alguns casos, à morte prematura, acometeu 399 crianças apenas neste ano. O número é 170% maior do que a média anual da afecção no país ou em qualquer  lugar do planeta. A maioria dos diagnósticos ocorreu em Pernambuco, com 268 registros. O salto na incidência já seria espantoso por si só. Na semana passada, porém, o cenário ganhou contornos ainda mais alarmantes diante da possibilidade de o fenômeno estar associado ao zika, vírus transmitido pela picada do Aedes aegypti, o mesmo mosquito da dengue. Na última terça-feira, o Ministério da Saúde admitiu que o zika é 'a principal hipótese' para explicar o aumento da ocorrência de microcefalia e divulgou comunicado em que pede às mulheres que planejam engravidar que conversem com médicos de sua confiança 'até que se esclareçam as causas do crescimento da incidência dos casos na Região Nordeste'. O pedida da cautela não é exagerado. Diz o infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo: 'Sobram perguntas e faltam respostas para explicar essa situação'.
Sabe-se pouco sobre o zika. Identificado pela primeira vez em 1947 na Floresta de Zika, na África, esse agente viral nunca chegou a despertar muita atenção das autoridades sanitárias. A pouca preocupação sempre teve como justificativa as características do vírus. Os pacientes infectados costumam apresentar sintomas leves: febre baixa, dor de cabeça, manchas vermelhas pelo corpo e coceira. Calcula-se que 80% dos doentes são assintomáticos. Nunca antes o zika havia sido associado a casos de malformação cerebral. As fortes suspeitas de que ele possa ter sido o deflagrador da doença tiveram início a partir de exames que detectaram seu genoma no líquido amniótico, o fluído que envolve o feto durante a gestação, de duas mulheres da Paraíba, grávidas de fetos microcéfalos. Os mecanismos da possível relação entre o zika e a malformação cerebral ainda não foram decifrados. A principal hipótese é que, ao picar a gestante, o mosquito transmita para o feto o vírus, que, em contato com o cérebro em formação, pode ser capaz de destruir as células neurais.
O zika é novíssimo no Brasil - foi rastreado no fim de abril. Por enquanto, está presente, sobretudo, no Nordeste. Os casos de contaminação deflagrados pelo Aedes aegypti costumam ter início nessa região porque o clima quente e úmido, aliado a condições precárias de saneamento básico, forma o habitat perfeito para o mosquito. Há registros de infecções leves pelo zika no Sudeste e no Sul, mas são raros os casos autóctones - aqueles que não vieram de fora, mas tiveram origem na própria cidade. No entanto, se ele seguir o mesmo caminho do vírus da dengue, agente que entrou no país também pelo Nordeste há pelo menos trinta anos, o risco de disseminação de infecções será brutal."


Informações retiradas da revista Veja - edição 2 453 - Ano 48 - nº 47, pág. 66. 25 de novembro de 2015. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista Veja e a Editora Abril.


SUGESTÃO

Assista ao pequeno vídeo abaixo, que foi produzido por um canal de notícia, confirmando os casos do vírus zika no país. Além disso, explica brevemente o que é a doença. Vale a pena conferir e saber mais! As imagens são do You Tube e o idioma, é o português.


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