POLÍTICA INTERNACIONAL


"OPOSIÇÃO TEME 'GOLPE DE ESTADO TÉCNICO' APÓS ELEIÇÃO DO DIA 6"
"MUD teme que governo não reconheça ou tente fraudar os resultados das urnas na votação legislativa de domingo"


"A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) alertou ontem para o risco de um 'golpe de Estado' em caso de derrota chavista nas eleições parlamentares de domingo. Com a aproximação da votação, tanto o governo quanto a oposição aumentaram a retórica agressiva. A União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que monitora as eleições, disse haver uma exacerbada 'agressividade verbal' entre os dois lados.
'Eles não poderão falsificar o resultado. Tentar negá-los seria tecnicamente um golpe de Estado. Mas, mesmo para dar um golpe de Estado é preciso capital político e Maduro já não tem', disse o secretário executivo da MUD, José 'Chuo' Torrealba.
'A essa altura, a sorte está lançada. Todos decidiram sua estratégia e as pesquisas indicam que a participação será muito alta, especialmente entre as classes mais pobres, o que deve dar à eleição um caráter plebiscitário'."


"O líder opositor alegou que a oposição terá condições de fiscalizar todas as mesas de votação e de contabilizar com eficácia e rapidez os votos de maneira alternativa à do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). 'Estaremos em quase todos os colégios eleitorais, a não ser em alguns locais controlados por coletivos armados chavistas, situação que já foi denunciada ao CNE repetidas vezes', disse o opositor, que reafirmou a crença na independência de observadores enviada pela Unasul.
'Nós nos reunimos com eles e dissemos que grande parte da população está cética (com a missão)', acrescentou Torrealba. O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, disse na madrugada de ontem, que o chavismo precisará de mobilização máxima no domingo. 'Todos teremos uma tarefa titânica. Precisaremos saber quantos votos nossos teremos, quantos foram votar', disse.

Observação. A missão da Unasul na Venezuela e ex-premiê espanhol José Luís Rodriguez Zapatero disseram ontem que notaram às vésperas da votação que definirá a nova configuração da Assembleia Nacional um alto grau de agressividade verbal entre o chavismo e a oposição.
'As declarações são passionais, mas não acredito que isso possa afetar a ordem democrática na Venezuela', disse José Luis Exeni, coordenador da missão da Unasul. 'Há muita agressividade verbal, mas temos plena confiança de que o povo venezuelano irá às urnas'.
Zapatero, por sua vez, pediu o fim dos 'discursos inflamados' na reta final da campanha. ´É muito importante para a América Latina e para a Venezuela que a razão se imponha e as regras democráticas prevaleçam', declarou.
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, disse ontem que 163 mil soldados da Guarda Civil Bolivariana farão a segurança da eleição. 'Daremos todo o apoio ao CNE para a segurança dos centros de votação e entrega das urnas', afirmou. /EFE e AFP."


Informações retiradas do jornal O ESTADO DE S. PAULO - VERSÃO DIGITAL - nº 44604 - Ano 136, pág. A8. Internacional. 01 de dezembro de 2015, terça-feira (Acesso: 01/12/2015)

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