SOCIEDADE
"POLÍCIA MUDA ESTRATÉGIA E REPRIME MANIFESTAÇÃO CONTRA TARIFA EM SP"
"PM revisou participantes, barrou trajeto e lançou bombas para dispersar protesto; houve 8 detidos"
"Passe livre diz que 28 se feriram em 'banho de sangue' e marcou novo ato na quinta; secretaria nega excesso.
O segundo ato expressivo contra a alta das tarifas de ônibus, trens e metrô em São Paulo foi marcado pela mudança de estratégia da Polícia Militar, que reprimiu a manifestação de forma mais intensa antes mesmo de haver confronto com 'black blocs' e utilizou bombas de gás de forma disseminada para dispersar os participantes.
A polícia decidiu bloquear a avenida Paulista e revistar manifestantes antes do começo do protesto e impediu que eles avançassem pela avenida Rebouças, como queriam.
Após empurra-empurra, lançou bombas que levaram à divisão de grupos por diferentes ruas, provocando correria e pânico no centro."
"O MPL (Movimento Passe Livre) acusou a polícia de violência excessiva, disse que houve um 'banho de sangue' e que 28 pessoas se feriram e tiveram que ir a hospitais.
A Secretaria da Segurança Pública negou abuso da força e atribuiu a confusão ao fato de manifestantes terem tentado furar um bloqueio.
A PM informou que oito pessoas foram detidas.
Entre os feridos estava Eber Carlos, 28, metroviário que participava do ato e ficou com a cabeça sangrando. Ele disse ter sido agredido com cassetete por um PM. 'É a primeira vez que eu apanho gratuitamente'. Um estudante teve fratura exposta na mão."
"A nova estratégia da PM foi adotada depois de a primeira manifestação contra a tarifa, na última sexta-feira (8), ter sido marcada por atos de vandalismo de 'black blocs' - incluindo ataques a ônibus, bancos e veículos da CET.
Nesta terça (12), houve menos depredações, concentradas no fim da noite. 'Black blocs' tentaram invadir a estação Anhangabaú, da linha 3 - vermelha do metrô, assuntando passageiros.
O Estado estimou 2.000 manifestantes, menos que os 3.000 do protesto anterior.
O MPL já marcou a próxima manifestação para esta quinta (14), em dois locais: no largo da Batata, em Pinheiros, e em frente ao Teatro Municipal, no centro.
A confusão nesta terça começou quando integrantes do MPL tentaram seguir pela avenida Rebouças. Um cerco da polícia foi formado impedindo a passagem do grupo.
A PM queria que eles seguissem pela rua da Consolação, sob a justificativa de que os manifestantes não informaram a rota com antecedência.
O impasse causou tumulto, e alguns manifestantes tentaram furar esse bloqueio.
A polícia então jogou dezenas de bombas de gás e spray de pimenta, provocando correria na Paulista - e atingindo inclusive jornalistas e pedestres que não participavam do protesto.
A confusão dividiu os manifestantes. Enquanto um grupo seguia pela rua da Consolação, outro caminhava por dentro de Higienópolis.
Adeptos da tática 'black bloc' - que prega a destruição do patrimônio público e privado - reviraram uma caçamba de entulho no meio da rua Itacolomi. Muito lixo foi revirado e sacos foram incendiados pelos manifestantes.
O ato foi convocado pelo MPL, protagonista dos protestos de junho de 2013. Desta vez, ele quer a revogação do aumento da tarifa de ônibus, metrô e trens pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Neste mês a passagem unitária foi reajustada de R$3,50 para R$3,80.
Antes do protesto, ao revistar mochilas, policiais prenderam um homem que levava uma corrente e uma tesoura. Ao menos dois outros homens foram detidos, um deles com um soco-inglês.
A Secretaria de Segurança Pública disse que a rua da Consolação estava reservada e não haveria condições de mudança do trajeto. (ARTUR RODRIGUES, GIBA BERGAMIM JR, LEANDRO MACHADO E FELIPE SOUZA).
A polícia decidiu bloquear a avenida Paulista e revistar manifestantes antes do começo do protesto e impediu que eles avançassem pela avenida Rebouças, como queriam.
Após empurra-empurra, lançou bombas que levaram à divisão de grupos por diferentes ruas, provocando correria e pânico no centro."
"O MPL (Movimento Passe Livre) acusou a polícia de violência excessiva, disse que houve um 'banho de sangue' e que 28 pessoas se feriram e tiveram que ir a hospitais.
A Secretaria da Segurança Pública negou abuso da força e atribuiu a confusão ao fato de manifestantes terem tentado furar um bloqueio.
A PM informou que oito pessoas foram detidas.
Entre os feridos estava Eber Carlos, 28, metroviário que participava do ato e ficou com a cabeça sangrando. Ele disse ter sido agredido com cassetete por um PM. 'É a primeira vez que eu apanho gratuitamente'. Um estudante teve fratura exposta na mão."
"A nova estratégia da PM foi adotada depois de a primeira manifestação contra a tarifa, na última sexta-feira (8), ter sido marcada por atos de vandalismo de 'black blocs' - incluindo ataques a ônibus, bancos e veículos da CET.
Nesta terça (12), houve menos depredações, concentradas no fim da noite. 'Black blocs' tentaram invadir a estação Anhangabaú, da linha 3 - vermelha do metrô, assuntando passageiros.
O Estado estimou 2.000 manifestantes, menos que os 3.000 do protesto anterior.
O MPL já marcou a próxima manifestação para esta quinta (14), em dois locais: no largo da Batata, em Pinheiros, e em frente ao Teatro Municipal, no centro.
A confusão nesta terça começou quando integrantes do MPL tentaram seguir pela avenida Rebouças. Um cerco da polícia foi formado impedindo a passagem do grupo.
A PM queria que eles seguissem pela rua da Consolação, sob a justificativa de que os manifestantes não informaram a rota com antecedência.
O impasse causou tumulto, e alguns manifestantes tentaram furar esse bloqueio.
A polícia então jogou dezenas de bombas de gás e spray de pimenta, provocando correria na Paulista - e atingindo inclusive jornalistas e pedestres que não participavam do protesto.
A confusão dividiu os manifestantes. Enquanto um grupo seguia pela rua da Consolação, outro caminhava por dentro de Higienópolis.
Adeptos da tática 'black bloc' - que prega a destruição do patrimônio público e privado - reviraram uma caçamba de entulho no meio da rua Itacolomi. Muito lixo foi revirado e sacos foram incendiados pelos manifestantes.
O ato foi convocado pelo MPL, protagonista dos protestos de junho de 2013. Desta vez, ele quer a revogação do aumento da tarifa de ônibus, metrô e trens pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Neste mês a passagem unitária foi reajustada de R$3,50 para R$3,80.
Antes do protesto, ao revistar mochilas, policiais prenderam um homem que levava uma corrente e uma tesoura. Ao menos dois outros homens foram detidos, um deles com um soco-inglês.
A Secretaria de Segurança Pública disse que a rua da Consolação estava reservada e não haveria condições de mudança do trajeto. (ARTUR RODRIGUES, GIBA BERGAMIM JR, LEANDRO MACHADO E FELIPE SOUZA).
"ELES INVESTIRAM CONTRA POLICIAIS', DIZ SECRETÁRIO"
"O secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que a PM usou a força durante o protesto porque os manifestantes 'investiram contra os policiais' para furar o bloqueio que os impedia de seguir por um trajeto não combinado previamente.
'Não é possível que uma manifestação se transforme em anarquia', afirmou.
Moraes argumentou que é uma exigência legal noticiar previamente o caminho de um protesto.
Segundo o secretário, os representantes do MPL (Movimento Passe Livre), que organizou o ato, não fizeram isso. 'Todos os grupos e organizações avisam previamente. Apesar de ser chamado reiteradas vezes para combinar um traçado, [o MPL] não compareceu', disse Moraes.
Segundo ele, o acordo prévio serviria para organizar a manifestação com a prefeitura, para que linhas de ônibus fossem transferidas para outras vias e que fosse feita a limpeza das ruas, retirando pedras de caçambas de entulho para evitar a ação de vândalos.
Segundo Moraes, cerca de uma hora e meia antes do protesto, o MPL concordou com o trajeto proposto pela Polícia Militar.
O secretário exibiu ainda fotos feitas por policiais que mostram supostas bombas - uma delas cheia de pregos - e um soco-inglês de manifestantes.
Questionado sobre bombas que foram lançadas até contra jornalistas, Moraes disse ainda não ter identificado abusos. 'Vamos apurar qualquer eventual abuso, mas os abusos têm que ser provados'."
Informações retiradas do jornal FOLHA DE S. PAULO - Edição digital - Ano 95 - nº 31.696, pág. B1. 13 de janeiro de 2016, quarta-feira (Acesso: 13/01/2016)
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