DOSSIÊ CRIMES: OS 71 CASOS MAIS IMPRESSIONANTES DE TODOS OS TEMPOS
Você já teve curiosidade em conhecer os maiores crimes da história? Desde assassinatos a roubos bilionários. Então, convido-os a conhecer a série de matérias que o Conhecimento Cerebral disponibiliza para leitura. Os textos foram retirados da revista DOSSIÊ SUPERINTERESSANTE, edição de agosto de 2015.
"VIRA CASACA"
"Patty Hearst se uniu à causa do grupo extremista que a sequestrou, num caso clássico de Síndrome de Estocolmo"
"Às 21h de 4 de fevereiro de 1974, um grupo de homens e mulheres bateu na porta do apartamento da estudante Patty Hearst, 19 anos, em Berkeley, na Califórnia. Eles entraram com armas em punho, agrediram o noivo da garota e partiram com Patty no porta-malas de um carro. A jovem não era uma vítima aleatória: seu avô era William Randolph Hearst, o magnata das comunicações que havia construído a maior cadeia de jornais dos Estados Unidos no início do século 20, uma figura poderosa que inspirou o clássico filme Cidadão Kane, de Orson Welles.
O sequestro provocou um estardalhaço na imprensa. Em pouco tempo, os sequestradores estavam distribuindo fitas de áudio exigindo doação de milhares de dólares em alimentos. Eles revelaram que faziam parte do Exército Simbionês de Libertação, um grupo que tentava promover uma espécie de guerra civil nos Estados Unidos. Eles combatiam o governo americano e o Estado capitalista.
Por dois meses, Patty permaneceu sumida. Mas ressurgiu em grande estilo, protagonizando uma fita de vídeo onde dizia que havia entrado para a organização. Dias depois, foi identificada por câmeras de segurança num assalto a banco realizado pelo grupo. É um dos casos mais famosos da história da chamada Síndrome de Estocolmo, em que a vítima acaba simpatizando com os sequestradores.
O termo foi cunhado em 1973, após um assalto a um banco localizado na Praça Normalmstorg, em Estocolmo, quando o ladrão colocou quatro funcionários da agência dentro do cofre. Os reféns ficaram encarcerados no local ao lado de um amigo do assaltante, chamado ao banco para intermediar as negociações. Durante o sequestro, os reféns já davam sinais de estar simpatizando com os criminosos. Após o crime, nas entrevistas, deixaram claro que tinham mais medo de uma intervenção da polícia do que de um ato violento do assaltante. Na tentativa de explicar o fenômeno, dias depois, o psiquiatra e criminalista Nils Bejerot cunhou o termo Síndrome de Norrmalmstorg, logo popularizado como Síndrome de Estocolmo. De acordo com dados do FBI, o fenômeno atinge 8% das vítimas de sequestro.
A polícia americana só capturou Patty Hearst em setembro de 1975, um ano e meio após o sequestro. No julgamento, ela disse ter sofrido lavagem cerebral e abuso sexual e que teria ingressado na organização apenas para se livrar do assédio. Não colou, a moça foi condenada a sete anos de prisão. Em 2001, no seu último dia de mandato, Bill Clinton concedeu perdão presidencial a Patty - ato que apaga sua ficha criminal. Depois da prisão, ela participou de ações de caridade, e chegou a trabalhar como atriz. Está viva, e hoje tem 61 anos."
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