MEIO AMBIENTE
"CAÇA DIZIMA 30% DE ELEFANTES AFRICANOS"
Por: ANDA - Agência de Notícias de Direitos Animais
"A caça tem impulsionado um grande declínio de elefantes nas savanas da África e os animais devem ser extintos rapidamente. Segundo um censo inédito, 30% da espécie foi dizimada entre 2007 e 2014.
Neste período, 144 mil animais foram assassinados em 15 países africanos, o que representa uma diminuição de 8% ao ano. Hoje, a população de elefantes nestes países é de 352.271 indivíduos.
Angola, Moçambique e Tanzânia foram os países que apresentaram a maior taxa de mortes, com números surpreendentemente baixos de animais encontrados no nordeste da República Democrática do Congo, no norte de Camarões e no sudeste da Zâmbia.
O ambicioso Grande Census Elephant (GEC) durou três anos e foi financiado pelo filantropo e bilionário da Microsoft Paul Allen. Para localizar e contar o número de elefantes, foi usada uma frota de pequenos aviões.
O censo estima que há um total de 352.271 elefantes em Angola, Botsuana, Camarões, Chade, República Dominicana do Congo (RDC), Etiópia, Quênia, Malawi, Mali, Moçambique, África do Sul, Tanzânia, Uganda, W-Arli, Pendjari (Niger, Burkina Faso e Benin), Zâmbia e Zimbábue. O Sudão do Sul e República Centro-Africana serão examinados até o final de 2016.
Os elefantes africanos enfrentam uma crise gravíssima. Somente 2014, cerca de 20 mil deles foram mortos por suas presas de marfim, o que é um ritmo mais acelerado do que a taxa de nascimento dos animais.
No início do século XX, as estimativas apontavam que havia 1 milhão de elefantes, mas milhares deles foram assassinados pelo marfim entre 1970 e 1990.
As populações se recuperaram em alguns países após a CITES proibir o comércio de marfim em 1989. Porém, desde o início dos anos 2000, a ascensão das classes médias no Extremo Oriente tem alimentado uma nova demanda por produtos de marfim.
A perda de habitat, conflitos com humanos, conflitos armados e de mineração também representam outras ameaças para os animais.
Segundo Mike Chase, um dos líderes do GEC e fundador da organização Elephants Without Borders, estabelece uma visão clara dos números e da distribuição dos elefantes das savanas africanas irá ajudar nos esforços de conservação.
'Até este levantamento aéreo, não havia evidências sólidas sobre o estado de elefantes. Como as pessoas podem conservá-los quando não sabem quantos existem e onde eles estão? Estamos armados de informação agora e temos estimativas sólidas que servirão como uma referência e também para despertar as pessoas da apatia', afirmou.
De acordo com o The Guardian, o censo - realizado pela empresa de Allen, a Vulcan - é o primeiro levantamento aéreo em todo o continente de elefantes africanos feito com a coleta de dados padronizados e métodos de validação técnica. A pesquisa envolveu mais 90 cientistas, seis ONGs e muitos voluntários e ambientalistas.
'Este projeto exigiu um esforço hercúleo por parte de muitos parceiros desde o seu lançamento em dezembro de 2013, com 81 aviões e 286 membros da tripulação que sobrevoaram cerca de 463 mil quilômetros', declarou o diretor de conservação da Vulcan James Deusch.
Os resultados do censo foram revelados durante o Congresso da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) no Havaí, nos Estados Unidos.
A divulgação do censo ocorre a um mês antes da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES), realizado em Joanesburgo, na África do Sul, que debaterá três propostas sobre o comércio internacional de marfim.
'O comércio de marfim é um problema internacional e necessita urgentemente da implementação global de medidas adequadas. Este relatório é muito oportuno, já que este será um grande tema da discussão da CITES no próximo mês. Precisamos que a comunidade internacional tenha um debate construtivo e aborde o que irá ajudar a combater a caça e o comércio de marfim, estabeleça legislações mais rígidas, medidas contra a corrupção, além de mais vigilância em pontos-chave de contrabando', enfatizou Heather Soul, da WWF do Reino Unido."
Notícia retirada do site ANDA - Agência Nacional de Direitos Animais, 02 de setembro de 2016 (Acesso: 02/09/2016)
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