DOSSIÊ ANSIEDADE:
DE ONDE ELA VEM. PARA QUE SERVE. E COMO SE LIVRAR DESSE SUFOCO.
- "O MAL DO SÉCULO" -

Você já teve ou tem ansiedade? Certamente sua resposta foi sim. E não dá para não dizer que, a ansiedade virou o tema para muita coisa, desde notícias a matérias de jornais e revistas, está na televisão e no rádio, é assunto de livros e trabalhos nas faculdades, e até mesmo, Best-seller. Se você ainda não está convencido da veracidade desse mal, que pode ser tão benéfico, quando nos ajuda a se proteger de acidentes ou algo perigoso, mas também pode atormentar, com fobias das mais variadas e claro, pensamentos negativos que podem atrapalhar em qualquer momento. Para muitos, confundida com a depressão, por ter muito em comum. A ansiedade ainda é um dilema para muitos que convivem com ela diariamente. Mas já há inúmeros tratamentos para que possa ser amenizada, e seus sintomas, menos nocivos. Por isso, é importante procurar ajuda quando for preciso. Psicólogos, terapeutas e psiquiatras com certeza irão ajudar muito e da forma correta, a enfrentá-la e tratá-la. E é por isso que, à partir de agora, conheça o DOSSIÊ ANSIEDADE: DE ONDE ELA VEM. PARA QUE SERVE. E COMO SE LIVRAR DESSE SUFOCO. - "O MAL DO SÉCULO" -, que reúne preciosas informações e dicas, para levar mais conhecimento a sua vida e assim, te ajudar a enfrentar seus medos e claro, a ansiedade. 

2. QUANDO VIRA DOENÇA - UMA HORA, A ANSIEDADE PODE PASSAR DO PONTO. É QUANDO ELA DEIXA DE SER UMA REAÇÃO NATURAL E SE TRANSFORMA EM UM TRANSTORNO


"MEDO QUE PARALISA"
"Quando a ansiedade começa a atrapalhar a sua vida, é sinal de que você pode estar sofrendo de algum transtorno."


Por: Fernando Corrêa

"Um dia, você percebe que aquela preocupação incômoda, mas esporádica, com as atividades do dia a dia tornou-se uma presença constante na sua mente. Você passa mais tempo temendo o futuro do que vivendo os prazeres do presente. Pode ser a hora de procurar ajuda. 'Isso ocorre quando há um prejuízo importante em alguma ou em todas as áreas da vida, como trabalho, a vida social, o lazer, a vida amorosa. Nesses casos, o quadro necessita de uma atenção especial ou de tratamento', afirma o psiquiatra Tito Paes de Barros Neto, autor do livro Sem Medo de Ter Medo. São sinais de um transtorno de ansiedade.
Se medo e ansiedade são aprendizados evolutivos que capacitam o ser humano para a sobrevivência e a autoproteção, os transtornos caracterizados por essas sensações provocam o efeito contrário. O estado de alerta diante da vida transforma tudo o que vai acontecer em um desafio intransponível. Deixa-se de viver. 'Um fóbico social, por exemplo, vai abrir mão de uma promoção na empresa porque prefere não ir para a entrevista', diz a psiquiatra Daniela Zippin Knijinik, especialista em terapia cognitivo-comportamental pelo Instituto Beck, na Filadélfia (EUA).
Segundo a OMS, 23% dos brasileiros terão algum transtorno de ansiedade ao longo da vida. Boa parte demora para buscar ajuda, porque acredita que preocupação e desconforto são inerentes ao ritmo de vida acelerado em que vivem, ou porque, para quem sofre de alguns desses transtornos, atitudes como buscar aconselhamento ou deslocar-se até um hospital ou consultório podem acionar seus piores medos."

"EU ANSIOSO, ELE TRANQUILO"

"Não é fácil de explicar por que algumas pessoas adoecem de excesso de ansiedade - mas isso envolve fatores biológicos, psicológicos e de história de vida. 'Há o medo e ansiedade adaptativos, que podem tornar-se excessivos, por exemplo, em um assalto, mas passar depois de alguns dias. Para que a chave vire, existe e bagagem genética, além de fatores ambientais e temperamentais', afirma Daniela."


"Sabe-se que, em gêmeos idênticos, quando um dos irmãos tem transtorno de pânico, o outro tem mais chance de desenvolver a doença. Mas essa hereditariedade não é tão simples de elucidar - o fator ambiental é outro elemento importante na conta. Aprende-se a ter medo com pais superprotetores, medrosos ou queixosos.
Por fim, há os fatores temperamentais: a forma como situações que podem produzir ansiedade são assimiladas. Algumas pessoas têm o que se chama de afetividade negativa (uma maior propensão a entender seu entorno negativamente) e também são mais sensíveis à ansiedade. Essas pessoas acreditam que aquilo que estão sentindo são sintomas de um mal maior - e não reações normais."

"IDENTIFICANDO O DISTÚRBIO"

"O diagnóstico de um transtorno é clínico, em conversas de avaliação no consultório do terapeuta ou do psiquiatra. O especialista leva em conta os sintomas ansiosos, os contextos em que ocorrem e o prejuízo que trazem à vida do paciente para avaliar a pessoa precisa ou não de atenção médica.
Há seis principais distúrbios de ansiedade: fobia social ou transtorno de ansiedade social (TAS), fobia específica, transtornos de ansiedade generalizada (TAG), transtorno do pânico, stress pós-traumático e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). A edição mais recente de DSM, manual de diagnóstico de transtornos que serve de base para as definições de saúde mental, coloca TOC e pós-traumático em categorias à parte, ainda que, para muitos psiquiatras, eles integrem o espectro da ansiedade.
Estão todos tão conectados que os pacientes podem ter mais de um transtorno associado. Daí a importância de se conscientizar sobre a ansiedade patológica: um transtorno não tratado pode levar ao desenvolvimento de outros. 'Existe a urgência em que vivemos, a necessidade de controlar os próprios sentimentos e demonstrar felicidade o tempo todo. Isso faz com que demoremos a agir sobre a ansiedade', diz a psicóloga Andrea Vianna, da direção da Associação dos Portadores de Transtornos de Ansiedade. O negócio é abandonar o estigma da doença - e parar de acreditar que a ansiedade patológica vem no pacote de 'a vida é assim mesmo'. Ela não precisa ser."


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