DOSSIÊ ANSIEDADE:
DE ONDE ELA VEM. PARA QUE SERVE. E COMO SE LIVRAR DESSE SUFOCO.
- "O MAL DO SÉCULO" -
Você já teve ou tem ansiedade? Certamente sua resposta foi sim. E não dá para não dizer que, a ansiedade virou o tema para muita coisa, desde notícias a matérias de jornais e revistas, está na televisão e no rádio, é assunto de livros e trabalhos nas faculdades, e até mesmo, Best-seller. Se você ainda não está convencido da veracidade desse mal, que pode ser tão benéfico, quando nos ajuda a se proteger de acidentes ou algo perigoso, mas também pode atormentar, com fobias das mais variadas e claro, pensamentos negativos que podem atrapalhar em qualquer momento. Para muitos, confundida com a depressão, por ter muito em comum. A ansiedade ainda é um dilema para muitos que convivem com ela diariamente. Mas já há inúmeros tratamentos para que possa ser amenizada, e seus sintomas, menos nocivos. Por isso, é importante procurar ajuda quando for preciso. Psicólogos, terapeutas e psiquiatras com certeza irão ajudar muito e da forma correta, a enfrentá-la e tratá-la. E é por isso que, à partir de agora, conheça o DOSSIÊ ANSIEDADE: DE ONDE ELA VEM. PARA QUE SERVE. E COMO SE LIVRAR DESSE SUFOCO. - "O MAL DO SÉCULO" -, que reúne preciosas informações e dicas, para levar mais conhecimento a sua vida e assim, te ajudar a enfrentar seus medos e claro, a ansiedade.
2. QUANDO VIRA DOENÇA - UMA HORA, A ANSIEDADE PODE PASSAR DO PONTO. É QUANDO ELA DEIXA DE SER UMA REAÇÃO NATURAL E SE TRANSFORMA EM UM TRANSTORNO
"TEPT"
"QUANDO O TRAUMA INSISTE EM VISITAR"
"QUANDO O TRAUMA INSISTE EM VISITAR"
"A história do transtorno de stress pós-traumático (TEPT) está ligada às guerras e atrocidades que marcaram o século 20. O soldado deixa o front e parte de volta para casa, mas a guerra nunca o abandona. Em visitas inesperadas, repassa diante dos olhos as cenas de sangue e morte, e a tensão extrema toma conta do corpo. O terror provocado é tão intenso e inescapável que muitos acabam, por conta própria, colocando fim à vida que a guerra poupou.
Em um estudo de 2012 com 500 mil soldados americanos que serviram no Iraque e no Afeganistão, 21% deles foram diagnosticados com TEPT. A prevalência elevada revela o custo humano da guerra para o lado supostamente vencedor, e a conta compartilhada por toda a sociedade. Comparado a um cidadão comum, um veterano com o transtorno gera seis vezes mais despesas para o sistema de saúde.
'Testemunhar a morte de alguém, passar por um sequestro ou uma situação de tortura, a covardia do estupro são situações potencialmente traumáticas', diz o psiquiatra Tito Paes de Barros Neto. Um filho que apanhou do pai pode sentir-se envergonhado e guardar a violência em segredo, plantando a semente para o que pode se tornar um frondoso e arraigado transtorno pós-traumático.
A situação violenta pode ter sido apenas testemunhada por quem desenvolve o transtorno. Mas a regra do TEPT é clara: trata-se de um distúrbio que se origina necessariamente a partir de um evento traumático."
"UNS SIM, OUTROS NÃO"
"Não surpreende que um grupo especialmente vulnerável sejam policiais militares que travam embates cotidianos com a criminalidade. A psicóloga clínica Andrea Vianna fez uma pesquisa de mestrado avaliando traços de personalidade que favorecem o desenvolvimento de TEPT em um grupo de policiais que havia presenciado uma série de ataques de uma facção criminosa a postos da PM em São Paulo. Mais de um quarto deles desenvolveu sintomas do transtorno, mas a outra parte se recuperou. 'Uma característica que protege o indivíduo é o autodirecionamento. Se a pessoa planeja melhor as situações com que vai entrar em contato, tende a se proteger mais dos traumas', diz.
Mas situações violentas costumam ser inesperadas. Segundo Tito Paes de Barros Neto, admite-se que o trauma seja a causa do TEPT, mas que a manifestação dependa da capacidade de resiliência do indivíduo. Quem, por razões biológicas, temperamentais ou de história de vida, não consegue lidar dessa forma, mergulha em um mundo de medo e ansiedade. Como os sintomas do TEPT não desaparecem mesmo meses após o trauma, passa-se a evitar situações que possam desencadeá-los. Basta um estímulo que remeta vagamente a aspectos do evento traumático - um cheiro, um objeto, uma sensação - para disparar o sofrimento psicológico intenso.
Um dos sintomas específicos do TEPT é o flashback. 'É um pesadelo acordado: estou conversando com você e vem a imagem do acontecido, a sensação daquele momento', diz Andrea. A revivência do evento traumático leva a ataques de pânico, fechando um ciclo de ansiedade. Frequentemente, quem sofre com TEPT se torna autodestrutivo ou agressivo sem motivo aparente. A depressão é uma comorbidade importante atingindo 80% dos pacientes.
É comum que os indivíduos experimentem 'brancos' ou pensamentos equivocados sobre o evento, incluindo culpar a si ou a outras pessoas pelo trauma. É o que ocorre com muitas vítimas de estupro na infância e na adolescência, por exemplo, que se responsabilizam por terem provocado o abusador."
"O AMBIENTE SALVA"
"Famílias disfuncionais, pobreza e condição minoritária tornam o indivíduo mais vulnerável ao TEPT. Não só por estarem associados à violência, mas porque o que ocorre depois do trauma também é fundamental para a assimilação da situação e a prevenção dos sintomas. 'Se a pessoa tem alguém em quem confia, com quem pode ter uma escuta não punitiva, um ambiente em que consegue se sentir acolhida no primeiro mês após o trauma, acaba sendo o melhor dos tratamentos', diz Andrea.
Os primeiros sintomas costumam aparecer até três vezes após o trauma, e durar vários meses. Há quem enfrente-os por décadas, e quem obtenha melhora significativa em pouco tempo de tratamento.
'No TEPT, é comum se a estrutura que nos protege do medo se rompesse. A vítima de assalto começa a evitar rapazes com barba porque o assaltante tinha barba. Conforme se expõe a homens de barba e vê que, em geral, os homens de barba não são perigosos, ganha em segurança e percebe que aquela situação que ela viveu não acontece novamente', afirma Andrea."
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