ECONOMIA
"PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA AUMENTA, MAS RECUPERAÇÃO É POUCO VIGOROSA"
"Dados do IBGE mostram atividade em alta na maioria dos segmentos pesquisados em maio"
Por: Nicole Pomplona
DO RIO
"Queda de confiança e incertezas criadas pela crise política podem frear retomada em junho, dizem analistas.
A produção industrial brasileira cresceu em maio pelo segundo mês consecutivo, e desta vez com alta generalizada entre as diversas atividades econômicas. Para economistas, porém, o resultado não garante a recuperação do setor, que puxou para baixo o PIB no primeiro trimestre.
A alta em maio foi de 0,8%, melhor desempenho para o mês desde 2011, diz o IBGE. Em abril, segundo dados revisados agora pelo instituto, o crescimento foi de 1,1%.
O coordenador da pesquisa industrial do IBGE, André Macedo, destacou que houve crescimento em todas as quatro categorias analisadas pelo instituto: bens de capital (3,5%), bens intermediários (0,3%), bens de consumo duráveis (6,7%) e não duráveis e intermediários (0,7%).
Além disso, 17 dos 24 ramos da indústria pesquisados tiveram alta no mês, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (9%), produtos alimentícios (2,7%) e produtos de limpeza e higiene pessoal (4%).
'Há claramente um predomínio de taxas positivas e todas as categorias econômicas registraram crescimento', disse o economista do IBGE, que observou, porém, que a indústria ainda está no patamar de fevereiro de 2009.
'É claro que, com dois meses seguidos de crescimento e com espalhamento pelas atividades, dá um alívio, mas o resultado está longe de garantir que seja uma trajetória de crescimento sustentável para o setor industrial', disse.
A cautela foi reforçada por outros economistas, que destacaram indicadores já referentes a curva de alta pode desacelerar ou até mesmo se inverter. Para Arthur Manoel Passos, dados já divulgados sobre a confiança da indústria, utilização da capacidade instalada, comércio exterior e consumo de energia sinalizam queda de 0,7% na produção industrial de junho.
Divulgado na segunda (3), o índice de confiança empresarial da FGV caiu 2,1 pontos em junho, para o menor patamar desde fevereiro, diante da piora do cenário político.
'Acredito que o resultado de maio praticamente não captou o que ocorreu no front político. O indicador de junho certamente mostrará desaceleração', diz Alexandre Espírito Santo, da Órama Investimentos, que, ainda assim, acredita que o setor apresentará melhora até o fim do ano.
Em maio, tiveram desempenho negativo a produção de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis (-2,2%), que sofrem com a queda no consumo e o aumento das importações, e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-7,6%). Os dois segmentos haviam crescido em abril.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a produção industrial cresceu 4% em maio. Nos cinco primeiros meses de 2017, a indústria acumula alta de 0,5%."
A alta em maio foi de 0,8%, melhor desempenho para o mês desde 2011, diz o IBGE. Em abril, segundo dados revisados agora pelo instituto, o crescimento foi de 1,1%.
O coordenador da pesquisa industrial do IBGE, André Macedo, destacou que houve crescimento em todas as quatro categorias analisadas pelo instituto: bens de capital (3,5%), bens intermediários (0,3%), bens de consumo duráveis (6,7%) e não duráveis e intermediários (0,7%).
Além disso, 17 dos 24 ramos da indústria pesquisados tiveram alta no mês, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (9%), produtos alimentícios (2,7%) e produtos de limpeza e higiene pessoal (4%).
'Há claramente um predomínio de taxas positivas e todas as categorias econômicas registraram crescimento', disse o economista do IBGE, que observou, porém, que a indústria ainda está no patamar de fevereiro de 2009.
'É claro que, com dois meses seguidos de crescimento e com espalhamento pelas atividades, dá um alívio, mas o resultado está longe de garantir que seja uma trajetória de crescimento sustentável para o setor industrial', disse.
A cautela foi reforçada por outros economistas, que destacaram indicadores já referentes a curva de alta pode desacelerar ou até mesmo se inverter. Para Arthur Manoel Passos, dados já divulgados sobre a confiança da indústria, utilização da capacidade instalada, comércio exterior e consumo de energia sinalizam queda de 0,7% na produção industrial de junho.
Divulgado na segunda (3), o índice de confiança empresarial da FGV caiu 2,1 pontos em junho, para o menor patamar desde fevereiro, diante da piora do cenário político.
'Acredito que o resultado de maio praticamente não captou o que ocorreu no front político. O indicador de junho certamente mostrará desaceleração', diz Alexandre Espírito Santo, da Órama Investimentos, que, ainda assim, acredita que o setor apresentará melhora até o fim do ano.
Em maio, tiveram desempenho negativo a produção de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis (-2,2%), que sofrem com a queda no consumo e o aumento das importações, e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-7,6%). Os dois segmentos haviam crescido em abril.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a produção industrial cresceu 4% em maio. Nos cinco primeiros meses de 2017, a indústria acumula alta de 0,5%."
"ERRÁTICO"
"Para Macedo, o comportamento da produção industrial ainda é 'errático' e se dá sobre uma base deprimida no ano passado. Nos primeiros cinco meses de 2016, o indicador registrou queda de 9,3%.
'Permanece um ambiente de incerteza no campo político que traz também incertezas no ambiente econômico, principalmente quando se fala em decisões de investimento e no consumo das famílias', afirmou o economista.
No acumulado de 12 meses, a produção industrial brasileira ainda registra queda, de 2,4%. O valor, porém, é menor do que o verificado em meses anteriores. Em maio, pela primeira vez desde 2014, a produção de bens de capital e bens de consumo duráveis atingiu taxas positivas em 12 meses."
'Permanece um ambiente de incerteza no campo político que traz também incertezas no ambiente econômico, principalmente quando se fala em decisões de investimento e no consumo das famílias', afirmou o economista.
No acumulado de 12 meses, a produção industrial brasileira ainda registra queda, de 2,4%. O valor, porém, é menor do que o verificado em meses anteriores. Em maio, pela primeira vez desde 2014, a produção de bens de capital e bens de consumo duráveis atingiu taxas positivas em 12 meses."
"VENDA DE VEÍCULOS SOBE 3,7% NO SEMESTRE, E ENTIDADE ELEVA PREVISÃO DE ALTA PARA 2017"
"A venda de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil em junho cresceu 13,5% em relação ao mesmo período de 2016, informou nesta terça-feira (4) a Fenabrave, associação que representa concessionários.
As vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novo no primeiro semestre subiram 3,7% sobre o mesmo período do ano passado, para 1,02 milhão de unidades.
A projeção de alta das vendas de automóveis e comerciais leves em 2017 passou de 2,4% para 4,3%, com 2,07 milhões de unidades.
A previsão para venda de caminhões e ônibus, contudo, foi revista de alta de 3,15% para queda de 10,2% em 2017, para 57,4 mil unidades.
Em junho, as vendas de carros e comerciais leves caíram 0,5% sobre maio, mas subiram 13,7% em relação ao mesmo mês de 2016, a 189,2 mil unidades.
Já as vendas de caminhões, indicador do nível de investimento no país, tiveram alta de 1,5% em junho sobre maio e queda de 0,2% sobre junho de 2016, para 4.180 unidades. No semestre, houve recuo de 15,6% na comparação anual, para 21,46 mil unidades.
As vendas de junho em junho subiram 18,6% ante maio e 30,4% sobre um ano antes, para 1.562 veículos. De janeiro a junho, o segmento apurou vendas de 6.464 unidades, queda de 7,25% sobre o primeiro semestre de 2016.
Segundo a entidade, o segmento de motocicletas teve licenciamentos de 71,8 mil unidades em junho, queda de quase 10% sobre maio e recuo de 11% sobre junho de 2016. No semestre, foram vendidas 427,28 mil motocicletas novas no Brasil (-21,9%)."
"RANKING"
"No acumulado do ano até junho, o carro mais vendido do país foi o Onix, da GM (83.236 unidades). Em seguida, vieram o HB20, da Hyundai (51.149), o Ford Ka (44.650), o Sandero, da Renault (38.867), e o Gol, da Volkswagen (36.209)."
A notícia acima foi retirada do jornal FOLHA DE S. PAULO - EDIÇÃO DIGITAL - Ano 97 - nº 32.235, pág. A14. Mercado. 05 de julho de 2017, quarta-feira (Acesso: 05/07/2017)
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