DOSSIÊ CÂNCER:
A PREVENÇÃO, A LUTA, A VITÓRIA
Houve um dia em que ter diabetes era uma sentença de morte - ou pelo menos de alguns membros amputados. A pressão alta, a garantia de um ataque cardíaco iminente. Ser portador de HIV, uma verdadeira arma apontada para a cabeça. Hoje, são doenças ainda graves, mas crônicas e controláveis - qualquer um pode conviver com elas e ter qualidade de vida, desde que tomados alguns cuidados.
A epidemia assustadora dos nossos tempos de vida longa e farta (inclusive de maus hábitos como fumar, beber, comer demais e não se exercitar) é o câncer e suas mais de 100 variações já identificadas. Um assunto que interessa a todos nas próximas postagens, que compreenderão um DOSSIÊ CÂNCER: A PREVENÇÃO, A LUTA, A VITÓRIA. Você lerá e verá que ter câncer não é uma loteria, mas sim uma probabilidade estatística. Esse diagnóstico vai aparecer para metade de nós nos próximos anos.
A cura definitiva da doença em qualquer estágio já foi cravada algumas vezes, e tema de notícias ou assuntos publicados neste blog. Hoje, cientistas de todo o mundo parecem convergir para uma solução menos milagrosa que um elixir mágico, e, por isso, mais plausível: manter o câncer sob controle. As últimas descobertas aplacam a fúria da multiplicação das células cancerosas e garantem uns bons anos a mais de vida, e o principal: com qualidade. Para que o câncer, muito em breve, seja a nova diabetes, metaforicamente, só nos impeça de comer alguns doces, mas não de viver.
UMA PARTE DE NÓS:
ELE ESTÁ ADORMECIDO EM NOSSOS GENES, MAS PODE ACORDAR A QUALQUER MOMENTO. O CÂNCER NÃO É UM INIMIGO ESTRANHO
ESTATÍSTICAS
O MAPA DO CÂNCER
UMA DOENÇA DE (QUASE) TODOS NÓS
Por: Isabel Marchezan
"A metade dos homens e uma em cada três mulheres terá câncer ao longo da vida. A estatística assusta, mas calma: a menor parte dessa turma vai morrer por causa da doença. Hoje, 65% dos pacientes chega à cura. 'Esse índice de curabilidade é alto. A maioria das doenças, como as degenerativas, as coronarianas, os reumatismos e a cirrose não é curada, mas apenas controlada', ressalta James Fleck, professor do serviço de oncologia o Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
O câncer está associado à duplicação de células no corpo. Isso quer dizer que, maiores as chances de haver algum distúrbio nesse processo e as células novas nascerem com mutações em seu DNA (da duplicação dessas células defeituosas é que surgem os rumores). Isso significa dizer que, quanto mais longevos forem os seres humanos, mais probabilidade haverá de desenvolverem um câncer em algum momento.
Estima-se que quase 13 milhões de pessoas adoecem a cada ano no mundo. Nos países mais desenvolvidos, predominam os tumores ligados a obesidade, tabagismo, sedentarismo e alcoolismo - como pulmão, mama, próstata e intestino. Já nas regiões mais pobres do planeta, as neoplasias se relacionam mais frequentemente a doenças infecciosas ou virais, como HIV (que causa linfomas do sistema nervoso central e sarcoma de Kaposi), hepatite (fator de risco para o câncer de fígado) e bactérias contidas em comida mal conservada (que contribuem para o tumor de estômago)."
"No Brasil, os tumores que mais preocupam são de pulmão e intestino. De acordo com o último Atlas de Mortalidade elaborado pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), entre 2003 e 2012 as mortes por tumores no cólon e reto aumentaram 1,64% entre homens e 0,37% entre mulheres, devido ao aumento da obesidade na população.
Já os tumores de pulmão se tornaram um problema entre as mulheres: cresceu 1,47% o número de mortes entre elas, enquanto que 1,65% menos homens estão morrendo dessa doença. Como esse tumor leva de duas a três décadas para se manifestar, as mortes femininas refletem a maior adesão das mulheres ao cigarro a partir dos anos 70. 'Em Porto Alegre, o câncer de pulmão mata mais mulheres do que o de mama', observa o coordenador de prevenção e vigilância do Inca, Cláudio Noronha.
O cigarro constitui um fator de risco para todos os tipos de tumor - contém 40 substâncias carcinogênicas. Elas produzem radicais livres, que agridem as moléculas de DNA e provocam as mutações que dão origem ao câncer. Se todo mundo deixasse de fumar, haverá 30% menos casos de câncer no planeta. Está na hora de parar."
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