GUERRA NUCLEAR


"COREIA DO NORTE ANUNCIA PRIMEIRO TESTE COM BOMBA DE HIDROGÊNIO"
"Explosão provocou tremor de magnitude 6.3. O teste foi até cinco vezes mais potente que o último realizado no país"


"A Coreia do Norte anunciou neste domingo o sexto e maior teste nuclear em sua história. De acordo com as autoridades norte-coreanas, foi a primeira vez que o país obteve sucesso no teste de uma bomba de hidrogênio que pode ser instalada em um míssil balístico de longo alcance. Autoridades do Japão e da Coreia do Sul afirmam que a explosão pode ter sido cinco vezes mais potente que o último teste realizado no país.
O novo experimento atômico aconteceu por volta das 12h30 (horário local, 0h30 em Brasília), quando os institutos sismológicos de Seul, Tóquio e Pequim detectaram um forte terremoto de 6,3 graus na escala Richter.
Imediatamente, os governos dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e da China afirmaram que o abalo era causado, na verdade, pelo que aparentava ser um teste de bomba nuclear. A informação foi confirmada nas horas seguintes.
'O teste foi realizado com uma bomba de poder sem precedentes', disse a apresentadora Ri Chun-hee, encarregada das notícias mais importantes do regime na TV local. Segundo ela, o teste teve duas fases, que não produziram 'nenhuma fuga de materiais radioativos, nem impacto adverso ao meio ambiente'.
A explosão teve uma potência estimada próxima a 100 quilotons, o que representa o quíntuplo do anterior teste atômico norte-coreano de setembro do ano passado, e cerca de 11 vezes superior à detectada em janeiro do mesmo ano.
Uma bomba de hidrogênio ou 'bomba H' é muito mais poderosa do que os tipos mais simples de armas atômicas testadas pela Coreia do Norte anteriormente. Esse tipo de bomba também é mais difícil de desenvolver. Classificado como 'sucesso completo' pelo governo norte-coreano, o teste foi o primeiro a superar o poder destrutivo das bombas lançadas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki na Segunda Guerra Mundial.
A bomba voltou a demonstrar que a Coreia do Norte não tem intensão alguma de abandonar seu programa nuclear apesar da pressão sem precedentes da comunidade internacional e dos recentes apelos ao diálogo de Washington e Seul."

"CRÍTICAS"

"Japão e Coreia do Sul condenaram firmemente o experimento, executado na mesma semana em que míssil-balístico norte-coreano sobrevoou o arquipélago japonês e caiu no Pacífico, e assinalaram que estão em contato com Washington para convocar uma nova reunião do Conselho de Segurança (CS) da ONU e tenta isolar ainda mais Pyongyang.
Pequim, o principal aliado do regime norte-coreano, também expressou sua 'condenação energética' e sua 'firme denúncia' do novo desenvolvimento armamentístico, enquanto que Moscou o qualificou de 'séria ameaça para o mundo', insistindo que todas as partes envolvidas no conflito na península coreana devem voltar ao diálogo.
O sexto teste nuclear norte-coreano aconteceu poucos dias antes de 9 de setembro, quando se comemora o aniversário da criação do país asiático e a mesma data na qual no ano passado aconteceu o seu quinto experimento atômico.
A União Europeia também qualificou de 'grave provocação' o teste nuclear e acrescentou que se trata de uma nova violação 'direta e inaceitável' das obrigações internacionais de Pyongyang. 'Representa uma grave provocação, uma séria ameaça à segurança regional e internacional e um enorme desafio ao regime global de não-proliferação', afirmou em um comunicado a alta representante da União para Assuntos Exteriores, Federica Mogherini. 
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, reprovou 'energeticamente' e pediu a Pyongyang para pôr fim ao seu programa atômico. 'Reprovo energeticamente que a Coreia do Norte tenha feito hoje um sexto teste nuclear. Trata-se de outra flagrante violação de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU', declarou em comunicado o político norueguês.
O teste, junto com os lançamentos de mísseis balísticos dos últimos meses, parece ter sido realizado para demonstrar com fatos que a Coreia do Norte é capaz de alcançar território americano com um míssil com carga nuclear, ainda que muitos especialistas duvidem que o país já domine esta tecnologia."

(Com EFE)

Notícia retirada do site VEJA.com, 03 de setembro de 2017 (Acesso: 03/09/2017)

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