MUNDO ESTRANHO:
PERGUNTAS & RESPOSTAS

A partir de agora, o Conhecimento Cerebral traz em parceria com a revista Mundo Estranho, a série de matérias que despertará ainda mais sua curiosidade, resultando em mais conhecimento para você, chamada de MUNDO ESTRANHO: PERGUNTAS & RESPOSTAS. Para quem não sabe, essa revista traz mensalmente em suas publicações impressas, perguntas, que podem ser sugestão de seus leitores ou escolha dos editores, e a resposta para tal, de um jeito de dinâmico e explicativo. Por isso, resolvemos transformá-la em mais uma série de matérias para o blog. Preparado? Então, embarque você também neste mundo do conhecimento.


COMO ERA O RITUAL DE CANIBALISMO DOS ÍNDIOS TUPINAMBÁS NO BRASIL?



Texto: Tâmis Parron/ Márcio de Castro

Praticado por várias tribos nas Américas, a cerimônia antropofágica tupinambá se tornou um "sucesso" mundial com os relatos do alemão Hans Staden, que viveu de 1553 a 1555 com esse povo e quase foi devorado por eles. À época do Descobrimento, os tupinambás habitavam todo o litoral, desde o Pará até São Paulo. E, nas muitas guerras que disputavam, transformavam em iguarias os índios, os mamelucos e os brancos que capturavam. Para os nativos, ser comido era uma honra reservada a guerreiros. Mas, aos olhos dos colonizadores europeus, nada poderia ser tão diabólico.


FESTA CANIBAL
Como os índios brasileiros preparavam seu prato principal


1 Ao chegar à aldeia, o prisioneiro tinha que dizer uma frase ritual (veja frase no quadro acima). As mulheres raspavam sua sobrancelha e dançavam de alegria. Depois, o cativo podia passar meses vivo, até chegar o momento propício do sacrifício.



2 A data do ritual era definida pelos anciãos da tribo. Para "abrilhantar" a cerimônia, na véspera do sacrifício, diversas aldeias eram convidadas e se reuniam para beber o cauim, uma bebida alcoólica feita de milho e mandioca fermentados



3 Chegado o dia, os tupinambás pintavam a testa do prisioneiro e o amarravam pela cintura com uma corda. O carrasco provocava: "Vou matar você, pois sua gente matou e comeu meus amigos"



4 Se o futuro jantar fosse um índio, a vítima ficaria honrada e diria: "Meus amigos me vingarão"



5 Em seguida, o carrasco pulava para trás do preso e lhe dava uma baita bordoada na cabeça com a ivirapema (em tacape). Os miolos do coitado saltavam para fora na hora. "Executam a vítima como se mata um porco: a porretadas", afirmou em 1557 o missionário francês André Thevet



6 As mulheres então pegavam o cadáver e o arrastavam para uma fogueira, onde raspavam toda a pele do defunto, até que o tecido ficasse completamente branco. Depois tapavam o ânus do morto com um pau, para que nenhuma porção da preciosa iguaria escapasse por ali



7 Depois de cortados, os membros do morto eram distribuídos entre as mulheres. Partes moles (a língua e o cérebro) ficavam com as crianças. Depois, o açougueiro retirava as vísceras, que eram fervidas até formar um caldo. Sabe como se chamava essa caldinho? Mingau...



8 O ritual se encerrava com uma "honra ao mérito": o carrasco ganhava um novo nome e uma cicatriz feita pelo cacique com o dente de uma fera selvagem. Além disso, recebia uma pulseira feita com os lábios do sacrificado!

MUNDO ESTRANHO: PERGUNTAS & RESPOSTAS foi retirado da revista MUNDO ESTRANHO - Edição 94, págs. 54 e 55. Dezembro de 2009. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista MUNDO ESTRANHO e à Editora Abril


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