MUNDO ESTRANHO: RETRATO FALADO

O MUNDO ESTRANHO: RETRATO FALADO, são histórias que movidas a comportamentos estranhos, despertam curiosidade sobre o fim de seus protagonistas. Por isso, o Conhecimento Cerebral traz em parceria com a revista Mundo Estranho, para que elas também despertem a sua curiosidade. Produzido por Vladimir Kowalsky, Belém, PA (sugestão), Diego Bargas (reportagem), Kiko Mauriz (ilustra), Marcos de Lima (design) e Victor Bianchin (edição). Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores e ao site da revista.

DIOGO ALVES, O MAIOR SERIAL KILLER DE LISBOA
 Famoso por roubar pessoas e atirá-las de uma grande altura, ele teve sua cabeça preservada para a porteridade


FICHA CRIMINAL

NOME: Diogo Alves (1810-1841)
LOCAL DE ATUAÇÃO: Lisboa, Portugal
VÍTIMAS: 3 confirmadas, mais de 70 especuladas

1: Diogo Alves nasceu na Galícia, na Espanha, em 1810. Algum tempo depois, foi tentar a vida em Lisboa, onde passou a cometer crimes, ninguém sabe por qual motivo. Historiadores dizem que ele era analfabeto e rude e que tinha uma namorada, Gertrudes Maria, que o incentivava a cometer os delitos

2: Em 1836, Diogo começou a matar. Seu lugar de ação era o Aqueduto das Águas Livres, um sistema de captação e transporte de água construído no século 18 e que tem 58 km de extensão - seu ponto mais alto tem 65 m de altura. As vítimas eram viajantes, comerciantes e estudantes que usavam um caminho estreito como atalho para o centro de Lisboa

3: Diogo surpreendia as vítimas, roubava seus pertences e as matava, atirando-as do alto do aqueduto. Como eram pessoas pobres, a polícia não se esforçava para investigar e as mortes geralmente eram tratadas como suicídios. Com o tempo, porém, os assassinatos de Diogo ficaram tão frequentes que o caminho foi fechado devido à 'onda de suicídios'

4: Alguns relatos dizem que, antes mesmo de o aqueduto ser fechado, Diogo já atacava residências, liderando uma gangue. Além de roubarem, eles matavam os moradores. Diferentemente dos crimes do aqueduto, essas invasões domiciliares eram noticiadas nos jornais e chamavam a atenção da polícia

5: O que colocou Diogo definitivamente no radar das autoridades foi o assassinato da esposa e dos filhos de um médico. As vítimas foram amarradas, torturadas e depois sufocadas. 'Roubo acompanhado de horroroso assassinato' e 'cruéis assassinatos de toda a família' foram estampados nas páginas dos jornais

6: Diogo acabou reconhecido por testemunhas, preso e condenado pela morte das três vítimas. Foi enforcado em fevereiro de 1841 no que seria a última execução de uma pena de morte em Portugal. Os crimes do aqueduto acabaram sendo atribuídos a ele, mas nunca foram devidamente investigados. Especula-se que ele possa ter matado mais de 70 pessoas

7: A morte não foi o final da história de Diogo. Na época, estava em alta a frenologia, método que busca a determinação e características da personalidade de uma pessoa por meio de um estudo da anatomia de seu crânio. Por isso, o médico José Lourenço da Luiz Gomes pediu às autoridades para ficar com a cabeça de Diogo para estudá-la. E conseguiu

QUE FIM LEVOU? A cabeça de Diogo foi colocada no formol e permanece conservada até hoje. Ele está na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa


MUNDO ESTRANHO: RETRATO FALADO foi retirada da revista MUNDO ESTRANHO - Edição 203, págs. 14 e 15. Dezembro de 2017. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista MUNDO ESTRANHO e à Editora Abril


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