SAÚDE
"VACINA PARA O CÂNCER ENSINA O CORPO A ENFRENTÁ-LO SOZINHO"
Por: Giovana Feix
"Cada dia mais avançada, a imunoterapia para o tratamento do câncer começou a escrever mais um capítulo de sua história: uma vacina terapêutica que está atualmente passando pelos primeiros testes em seres humanos. Os responsáveis vêm da empresa americana Moderna, que anunciou em meados de novembro a novidade.
Trata-se de uma vacina terapêutica personalizada - diferentemente das convencionais, ela será usada após o paciente receber o diagnóstico. É um tratamento que faz o próprio organismo reconhecer o câncer como um inimigo.
A tecnologia em questão foi batizada de mRNA-4157. E o nome tem motivo: a nova arma 'se aproveita' do mecanismo do nosso RNA mensageiro, o mRNA, para agir no corpo. Se você não está com as aulas de biologia fresquinhas na memória, basta entender que essas moléculas recebem e enviam ordens do DNA para o corpo."
"COMO VAI FUNCIONAR A VACINA mRNA-4157"
1) Antes de tudo, identifica-se, no organismo do paciente, as principais mutações presentes em seu câncer. Sim, o tumor de cada paciente tem diferentes mutações, mesmo que se aloje no mesmo órgão.
2) A partir disso, são identificadas as 20 mutações que, de acordo com particularidades do seu organismo, têm maior chance de causar e reação imune desejada.
3) Com tecnologias de última geração, os cientistas transmitem essa informação para moléculas de mRNA e as inserem na vacina.
4) Uma vez injetadas no paciente, as moléculas de mRNA ensinam as suas células de defesa a detectar as tais mutações do câncer.
5) Aí o sistema imune consegue combater 'sozinho' o tumor.
"Ou seja: como outras armas da imunoterapia, a vacina da vez não age diretamente na doença. Ela basicamente turbina as defesas do corpo.
Parece incrível, não é mesmo? A ideia da Moderna é que, uma vez aprovada, a injeção fique pronta para cada paciente em poucas semanas depois do diagnóstico. A questão é: a que custo isso virá para a população? De pouco adianta ter uma arma revolucionária, se ninguém consegue pagar por ela.
Mais: mesmo que tudo dê certo nos estudos, ainda tem muito chão pela frente para que essa tecnologia esteja finalmente disponível. A previsão é que os resultados dessas primeiras análises fiquem prontos até o fim do ano que vem.
No momento, estão sendo investigadas a segurança e a resposta imunológica dos voluntários durante o uso. Mais adiante, serão esmiuçados a eficácia propriamente da vacina, principalmente quando combinada a uma medicação específica da farmacêutica MSD - o chamado pembrolizumabe. A tal MSD inclusiva está apoiando os estudos com a vacina."
Matéria retirada do site SAÚDE, 01 de dezembro de 2017 (Acesso: 01/12/2017)
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