SOCIEDADE
"EM 2017, SP VOLTA A ENFRENTAR CASOS DE FEBRE AMARELA COMO NÃO SE VIA HÁ DÉCADAS"
Por: Gabriel Alves
DE SÃO PAULO
"Epidemiologicamente falando, o ano de 2017 não foi tão horrível quanto de 2015, quando foram confirmados os primeiros casos de zika (e de microcefalia causada pelo vírus) no país - neste ano, a incidência de novos casos foi baixa.
Mas o ano que termina está longe de ser insosso quando o assunto são arboviroses, doenças causadas por vírus e transmitida por artrópodes, como mosquitos.
A febre amarela deu as caras como não se via há décadas. São 777 casos de dezembro de 2016 a julho deste ano, superando o total aferido desde 1980, início oficial das estatísticas."
"Felizmente, a doença não chegou às cidades. O cenário seria devastador, levando em conta o ilustre residente Aedes aegypti, responsável pela transmissão da febre amarela em centros urbanos.
Em São Paulo, o sinal amarelo ascendeu após a morte de primatas, vitimados pelo vírus em parques. A população vizinha viu os locais entrando em quarentena e foi chamada para ser vacinada. A meta era formar uma espécie de 'cordão de isolamento imunológico', medida vista com reservas por especialistas.
Apesar de não haver registros de febre amarela urbana, o perigo existe, diz o médico Antonio Bandeira, da Sociedade Brasileira de Infectologia. 'O que preocupa não é nem tanto a quantidade de casos, mas a ocorrência de imediações dessas áreas'.
Há o alerta do especialista, mas ainda é incerto como se mexerão as peças do tabuleiro das arboviroses em 2018.
Os elementos que determinarão se o próximo ano será bom ou ruim são dois.
O primeiro é a suscetibilidade da população: se uma grande parte já foi infectada por algum vírus, a reentrada desse patógeno é dificultada. Se aquelas pessoas ainda são imunologicamente 'virgens', o vírus pode, sim, deitar e rolar.
Mas isso também depende dos fatores climáticos ecológicos. Mesmo que uma população esteja propensa à infecção, se os vírus não tiverem um 'meio de transporte', tudo se passa como se nada passasse. Ou seja, sem uma condição climática que permita a proliferação dos mosquitos não há como zika, chikungunya, dengue e febre amarela estarem em 2018.
Não é sempre que podemos contar com a sorte, porém."
Notícia retirada do site FOLHA DE S. PAULO, 16 de dezembro de 2017 (Acesso: 16/12/2017)
Comentários
Postar um comentário