O Enem e os vestibulares estão chegando, e junto com eles, as temidas provas que englobam e requerem muito conhecimento sobre os mais diversos assuntos e disciplinas. A história é uma delas. Aliás, uma das mais importantes. Por isso, para ajudar você ainda mais em seus estudos, à partir de agora, o Conhecimento Cerebral irá disponibilizar gratuitamente, os assuntos mais importantes dessa disciplina com o conteúdo didático, baseado na atualidade, do Guia do Estudante (GE). O material será dividido em capítulos, de acordo com o livro GE - História: Vestibular e Enem 2018, e ao final de cada um deles, serão disponibilizados exercícios para que você treine e memorize o que foi aprendido, preparando-se para os vestibulares e concursos públicos. O Conhecimento Cerebral agradece e deseja bom estudo!
CAPÍTULO 3: IDADE MODERNA
EXPLOSÃO CULTURAL
Muitas das mais famosas obras de arte da história foram produzidas na Itália, entre 1300 e 1600. Saiba por que e confira como essas criações nos ajudam a entender o espírito da época
O Renascimento foi um movimento intelectual e artístico que ocorreu entre o século XIV e XVI na Europa. Representou a nova visão de mundo da sociedade que se formava após o desenvolvimento comercial e urbano iniciado no fim da Idade Média. Se na estática estrutura social dos feudos valia a força da coletividade e a submissão aos desígnios de Deus, no ambiente dinâmico das cidades modernas valorizavam-se o indivíduo e seu imenso potencial de autoaperfeiçoamento e criação.
CARACTERÍSTICAS
O elemento central do Renascimento foi o humanismo, corrente filosófica que se baseava no antropocentrismo, ou seja, considerava o ser humano o centro das questões. Para os humanistas, o homem é dotado de uma capacidade quase divina de criar, e, ao exercê-lo, aproxima-se de Deus. Ao proporcionarem a superação dos ideais medievais - segundo os quais Deus era o centro de tudo e a fé se sobrepunha à razão - e se inspirarem em pensadores da Antiguidade Clássica, os humanistas julgavam estar promovendo um renascimento daquela cultura - daí o nome pelo qual batizaram o período em que viveram.
Outras características fundamentais do Renascimento foram o naturalismo, a busca por uma representação da natureza fiel à realidade; o racionalismo, valorização da razão; e o hedonismo, que defende o prazer individual como um único bem possível. Com base nesses elementos, os renascentistas passaram a utilizar com mais frequência os estudos científicos em suas produções artísticas e culturais. Muitos pintores e escultores incorporaram estudos de matemática (perspectiva, ponto de fuga) e de anatomia em suas criações.
NA ITÁLIA
Intrinsecamente ligado ao desenvolvimento comercial e urbano, o Renascimento surgiu e atingiu o ápice na região da Europa onde essas transformações ocorreram antes e de maneira mais intensa: as cidades italianas. Foi lá que apareceram os primeiros burgueses endinheirados dispostos a patrocinar artistas e cientistas: os mecenas - como os Médici, da Florença. De fato, o Renascimento foi um movimento essencialmente elitista, pois só existia para a alta burguesia e para a nobreza.
A Renascença italiana costuma ser dividida em três fases: o Trecento (século XIV), o Quattrocento (século XV) e o Cinquecento (século XVI):
- Trecento Foi o período em que começou a romper com os modelos artísticos da Idade Média. Na pintura, destacou-se Giotto di Bondoni, que representava imagens sacras já com forte traço naturalista. Na literatura, os maiores nomes foram Dante Alighieri (A Divina Comédia), Francesco Petrarca (África) e Giovani Boccaccio (Decameron). Os três usavam, em vez do latim, identificado com a cultura eclesiástica medieval, o toscano, dialeto que originou o atual italiano.
- Quattrocento Caracterizou-se por intensa produção artística e extrema evolução intelectual. Foi quando, graças ao financiamento dos mecenas, os artistas começaram a deixar de ser encarados como simples artesãos para se tornarem profissionais independentes. Entre os artistas que mais se destacaram no período estão Leonardo da Vinci e Sandro Botticeli (veja o boxe abaixo).
- Cinquecento No século XVI, Roma substituiu Florença como principal centro de arte na Itália, a Igreja Católica tornou-se o grande mecenas do período. Michelangelo e Rafael Sanzio, dois dos maiores artistas plásticos do Cinquecento, produziram importantes obras para a Sé. Na literatura, destacam-se autores como Ariosto, Torquato Tasso e Maquiavel. Este último, o mais importante pensador político do período, é o autor de O Príncipe, ensaio sobre a arte de bem governar, que defende a falta de escrúpulos, o uso da força e a diminuição da atuação política da Igreja.
Foi também no século XVI que viveram os grandes cientistas do Renascimento: o polonês Nicolau Copérnico, o alemão Johannes Kepler e os italianos Giordano Bruno e Galileu Galilei, todos astrônomos defensores da teoria hellocêntrica, que rompeu com a Igreja ao afirmar que o Sol, e não a Terra, seria o centro do Universo. Esses pensadores foram os primeiros a utilizar o método científico - série rigorosa de testes que pretende garantir a veracidade das teorias.
SAIBA MAIS
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CRIADORES E CRIATURAS
Saiba mais sobre alguns dos maiores artistas italianos do Renascentismo e entenda como suas obras expressam os valores do movimento
MICHELANGELO BUONARROTI (1475-1564)
Projetou a cúpula da Basílica de São Pedro e decorou a Capela Sistina (ambas no Vaticano) com algumas das mais conhecidas pinturas renascentistas, como A Criação do Adão. Mas foi na escultura que Michelangelo atingiu o auge. Davi, uma de suas principais criações, diz muito sobre o que foi o Renascentismo, além de exibir contornos precisos, a imponente escultura de 5 metros exprime a força e a confiança do ser humano.
SANDRO BOTTICELLI (1445-1510)
Assim como Michelangelo, Botticelli foi um dos artistas financiados pelo Médici e também participou da decoração da Capela Sistina. Parte de uma série de criações que representavam mitos greco-romanos, O Nascimento de Vênus é uma de suas telas mais famosas. Representa um rompimento com a tradição medieval, pois, em vez de retratar personagens estáticos, enfatiza a liberdade de movimentos do corpo, em perfeita sintonia com o dinamismo renascentista.
LEONARDO DA VINCI (1452-1519)
Pintor, arquiteto, botânico, cartógrafo, engenheiro, escultor, físico, geólogo, químico e inventor, entre outras ocupações. Da Vinci era o típico humanista, adquirindo e produzindo conhecimento em diversas áreas. Como a famosa Mona Lisa, o Homem Vitruviano, uma de suas mais conhecidas obras, é um belo exemplar do espírito do Renascimento: trata-se de um estudo anatômico que busca representar com perfeição matemática a beleza e a simetria do corpo humano.
DIFUSÃO
Seguindo pelas rotas comerciais, o Renascimento chegou a outras partes da Europa. Os Países Baixos destacaram-se na pintura, com Bru Eghel e os irmãos Hubert e Jan van Eyck. Na Inglaterra surgiu outro expoente do humanismo, Thomas Morus (Utopia), e um dos maiores dramaturgos de todos os tempos. William Shakespeare (Hamlet, Macbeth, Romeu e Julieta). Entre os franceses, os mais notáveis foram os escritores Rabelai s (Gargantua e Pantagruel) e Montaigne (Ensaios). A Península Ibérica não incorporou completamente os valores renascentistas, mas também produziu célebres escritores no período, como o português Luís de Camões (Os Lusíadas) e o espanhol Miguel de Cervantes (Dom Quixote).
- O QUE ISSO TEM A VER COM PORTUGUÊS Luis Vaz de Camões é o maior nome português do Classicismo, a estética literária do Renascimento que resgata a Antiguidade.
Págs. 40 e 41 (GE: HISTÓRIA: VESTIBULAR+ENEM 2018)
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