SAÚDE


"VÍCIO EM VIDEOGAMES PASSOU A SER, OFICIALMENTE, UM DISTÚRBIO MENTAL"
"A Organização Mundial da Saúde atualizou suas diretrizes, que agora incluem o transtorno - mas calma, ele não se aplica a TODO tipo de jogador"


Por: Felipe Germano

"Ansiedade, TOC, Transtorno Bipolar. Você já se acostumou a ouvir que essas são doenças, com sintomas, tratamentos e estudos científicos criados especialmente para elas ao redor do globo.
O que você nunca deve ter parado para pensar é que essa estrutura toda só é criada porque há uma unanimidade de que essas condições são, de fato, distúrbios - e não meramente questões comportamentais das pessoas ou apenas sintomas de outras doenças, como muitos acreditaram por décadas. TOC era apenas uma personalidade zelosa, até que a compreensão sobre esses distúrbios evoluísse devidamente.
Hoje, vemos novos transtornos traçando o mesmo caminho. A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou sua listagem oficial de doenças e, agora, o vício em videogames foi oficialmente classificado como um distúrbio mental - incentivando a comunidade médica a estudar profundamente a questão.
Mas é importante ter calma. Isso não significa que você - ou seu filho - tem um problema de saúde. Virar uma noite ou outra para zerar o novo God of War e ficar em primeiro no Fortnite não é um sintoma propriamente dito.
A grande questão na hora do diagnóstico é a intensidade. A OMS afirma que os dependentes dos games podem ser identificados porque repetem, em geral, três padrões de comportamento: 1) a falta de controle quando tenta diminuir a frequência e duração das jogatinas; 2) a crescente priorização dos jogos na vida do gamer; 3) a continuidade do hábito de jogar, mesmo que ele traga consequências negativas para a vida pessoal, ou profissional do paciente - ou seja, aquela velha história do 'não sou viciado, paro quando quiser' que não se concretiza nunca.
A OMS, então deixa claro: só 3% dos jogadores de videogame possuem a dependência. Em geral, jogar uma partida ou outra pode até trazer benefícios, como já falamos aqui.
A ideia é que, com a adição do transtorno à listagem oficial de doenças da organização, o vício em videogame receba mais atenção médica e incentive novos estudos em busca de políticas de prevenção e tratamentos. É exatamente o mesmo que acontece com outros tipos de vício, como o relacionado à jogos de azar, drogas e álcool - e o único caminho possível para dar o Game Over no problema."

Matéria retirada do site SUPERINTERESSANTE, 19 de junho de 2018 (Acesso: 21/06/2018)


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